Cerca de 5.000 jovens participaram, entre os dias 15 e 17 de maio, da terceira edição do Hallel Aparecida – Romaria da Juventude, no Santuário Nacional de Aparecida, que este ano teve como tema Eu vim para servir.
O encontro da juventude na Casa da Mãe foi oportunidade de louvar a Deus e celebrar a Palavra com muita música, animação, momentos de adoração e de reflexão.
O Hallel começou na noite da sexta-feira, dia 15, com a acolhida dos jovens no altar central do Santuário Nacional, seguido do Terço da Juventude. Os jovens meditaram o Santo Rosário, sob a coordenação do missionário redentorista, padre Evaldo César de Souza. Foi um momento de muita fé e oração, com música intercalando a pausa entre os mistérios.
Foto de: Eduardo Gois / JS
Missa de abertura, no Santuário Nacional, teve
momento mariano
Logo em seguida à oração do Terço, o Santíssimo Sacramento foi levado em procissão até o Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, para entronização. Depois de uma rápida cerimônia de abertura, a banda Anjos de Resgate fez o primeiro dos shows musicais que animaram os participantes do Hallel. A programação do primeiro dia foi encerrada com a Vigília.
Na manhã do sábado, dia 16, o bispo de Barra do Piraí (RJ) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Francisco Biasin, presidiu a celebração eucarística de abertura do Hallel, no altar central da Basílica.
Milhares de romeiros acompanharam a missa e as palavras de dom Biasin, que enalteceu a responsabilidade dos jovens de servir a Igreja, não só exercendo a vocação para a família, como também para a vida religiosa consagrada.
“Que a juventude seja sadia, renove a Igreja a partir de dentro e que, também no meio da juventude, o Senhor chame e, sobretudo, obtenha a resposta generosa de muitos jovens que se dedicam única e exclusivamente ao Reino de Deus”, afirma.
Os jovens que estiveram no Santuário nos três dias desfrutaram de uma programação intensa e diversificada, distribuída entre o Centro de Eventos, o altar central e os oito módulos: Jovens de Maria, Misericórdia, Capela, Missão e Vocação, Maria, Vida, RCC e Hallelzinho.
Para a idealizadora do Hallel, dona Maria Theodora Lemos Silveira, a Tia Lolita, o evento é uma festa de Deus, porque permite brotar espiritualidade em quem participa. “O Hallel é solo eucarístico. Jesus é muito presente nas eucaristias que são celebradas, nos momentos de adoração, na oração do povo. É também solo mariano, porque somos muito devotos de Maria”, explica.
Foto de: Allan Ribeiro /JS
Tia Lolita, idealizadora do Hallel, participa em Aparecida
junto aos jovens de Franca (SP), local de origem do evento
O Hallel começou tímido, em 1988, na cidade de Franca (SP), com o intuito de celebrar os 10 anos da presença da Renovação Carismática Católica (RCC) na diocese local. “Nós fizemos o primeiro achando que seria só por um ano, mas foi tão bom que hoje estamos fazendo o 28º”, conta.
Atualmente, o Hallel acontece em 16 cidades e 10 países, reunindo jovens católicos de todos os movimentos pastorais. Busca, com dinâmica e musicalidade, fortalecer a fé.
Despertando vocações
O Hallel é também um espaço que desperta nos jovens a vocação para a vida religiosa. No módulo Missão e Vocação, a juventude teve a experiência da evangelização a partir de outros jovens.
Frater Reinaldo Benjamin, da Congregação Redentorista, conta que a ideia foi criar um espaço reunindo religiosos e leigos de ordens e congregações religiosas presentes na região de Aparecida para propagar o carisma de cada uma delas.
O módulo foi decorado com as cores do Terço Missionário (verde, vermelho, azul, amarelo e branco, representando os cinco continentes) e sediou atividades como gincanas, apresentações musicais, palestras, dinâmicas, além dos flashmobs, com muita dança, coreografias e animação.
Frater Reinaldo integra a Juventude Missionária Redentorista (Jumire) e participou do Hallel pela primeira vez. Ele diz que é maravilhoso ver o Santuário Nacional realizar um projeto como esse, voltado à juventude. “Que Deus possa motivar sempre mais essa juventude para que encontre o caminho e posa crescer na fé e no amor de Deus”, diz.
Foto de: Deniele Simões / JS
Módulo Missão e Vocação levou música, reflexão
e animação aos participantes
A jovem Francilene dos Santos Costa, de 22 anos, participou ajudando a mostrar o caminho da vocação para outros jovens. Ela é noviça da Congregação das Irmãs Franciscanas de Siessen, em Guaratinguetá (SP), e acredita que o Hallel também é um jeito novo de atrair os jovens para a vocação religiosa.
“Jovem gosta de animação e esse é o nosso jeito de mostrar que também somos jovens, através da animação”, ressalta a noviça, que optou pela vida religiosa para poder trabalhar com os pobres e aqueles que ainda não conhecem Jesus.
Alegria e espiritualidade
Momentos de reflexão, partilha e aprendizado marcaram essa terceira edição do Hallel. Os módulos apresentaram, em diferentes vertentes, a missão dos jovens na Igreja. Diversos pregadores e músicos compartilharam suas experiências de vida, assim como levaram palavras de ânimo, esperança e conforto aos participantes, fortalecendo ainda mais o grande propósito do tema deste ano.
Os jovens foram convidados por padre Evaldo César de Souza a viverem uma experiência com Jesus. Durante a pregação no módulo Jovens de Maria, ele destacou que essa atitude de experimentar a Cristo não pode ser algo que atinja apenas o coração, ficando preso na euforia, correndo o risco de esvaziar-se rapidamente.
O sacerdote pontua ser necessário que essa experiência passe pelo crivo da espiritualidade e que se deve trazê-la também para a mente, reforçando que Jesus é a pessoa mais importante na vida. “O missionário só é missionário realmente quando ele primeiramente experimentou, quando passou pelo crivo de sua vida que vale a pena ter Jesus”, afirma.
A pós-modernidade também foi pauta do evento. Em um bate-papo com os jovens, padre Pedro Cunha ressaltou que a maior dificuldade da pós-modernidade é sermos capazes de servir em um mundo que as relações são tão superficiais e tão fáceis de serem conectadas e desconectadas. “Como ser jovem servidor na pós-modernidade? Usando daquilo que a pós-modernidade nos trouxe a serviço do Evangelho”, apresenta.
Foto de: Eduardo Gois / JS
No módulo Jovens de Maria,
padre Evaldo convidou os
jovens a experimentarem Jesus
O coordenador da juventude da diocese de Lorena (SP), padre Odirlei Fernandes, participou de três momentos do Hallel. Dentre os assuntos, ele abordou as possibilidades de expressões da juventude no Brasil. Ele ressaltou que sua missão como sacerdote é estar junto, encorajar e incentivar os jovens.
Com a proposta de aproximar-se da realidade da juventude, o pregador Gilberto Teixeira propôs uma análise do filme Jogos Vorazes e outros fenômenos da cultura juvenil. O objetivo foi trazer para o universo cristão as atitudes adotadas pelos personagens.“É um tema muito próprio, da cultura dos jovens de hoje em dia. É a oportunidade de aproveitar e de tirar uma mensagem legal, cristã para a vida deles”, diz.
Levando esperança aos que já se encontram sem rumo, Cesar Abifadel testemunhou no Módulo Vida como Jesus pode ser o caminho. Ex-usuário de drogas, ele expressa que sua história de vida é uma forma de encorajar pessoas que se encontram em situações semelhantes às que ele passou. “Eu creio que o exemplo é basicamente tudo. Pelo fato de ter passado por muitas coisas, posso mostrar a ele que tem uma saída. Muitos não enxergam a saída, não sabem para onde ir, o que fazer”, salienta.
Com estilos variados, o Hallel se transformou em sinônimo de boa música e animação. Bandas dos quatro cantos do país garantiram a alegria do evento e se tornaram multiplicadoras dos ensinamentos de Cristo. Durante esses três dias de celebração, diversos grupos passaram pelo palco central, além dos módulos.
A banda Hari, de Campo Largo (PR), surpreendeu-se com a primeira participação no Hallel. O grupo, que se prepara para lançar o primeiro CD, diz que ficou impressionado ao perceber que várias pessoas conheciam suas músicas. Os integrantes conduziram um momento oracional no módulo Capela. “Quando cantamos uma música do nosso clipe tinha gente cantando lá embaixo. A mensagem está sendo passada e chega mais longe do que a gente imagina”, exclama a vocalista do grupo Dani Bueno.
Eles ressaltam que o objetivo das músicas que produzem é tocar as pessoas, e, muito mais que isso, trazer ao público jovem a palavra de Deus em uma linguagem mais próxima. Segundo o guitarrista da banda, Leonardo Adamante, falar de maneira jovem é provar que a Igreja pode ter essa essência, o que, consequentemente, atrai a juventude para uma intimidade com Deus.
O Hallel foi um momento de festa também para o grupo Lágrimas do Calvário, de Mococa (SP). Há sete anos na estrada, o grupo escolheu o evento para lançar o primeiro trabalho do grupo. “Nós queríamos trazer para o Hallel esse presente enorme de Deus em nossa vida”, afirmou o vocalista e guitarrista, Bruno Ferreira.
O grupo, que também participa das edições de Franca (SP), acredita que a música pode tornar-se um canal de conversão. Assim como Jesus pediu a Pedro, eles afirmam que têm como missão também lançar as redes para trazer mais jovens para a Igreja.
Confira depoimentos de quem passou pelo Hallel Aparecida:
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