Cerca de 2.000 pessoas participaram da 21ª edição do Grito dos Excluídos, em Aparecida (SP), no último dia 7 de setembro, segundo dados da organização. A Polícia Militar contabilizou 800 manifestantes.
O tradicional evento, que reúne movimentos populares e as Pastorais Sociais da Igreja Católica, este ano abordou o tema Vida em primeiro lugar e o lema Que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome?
Foto de: Deniele Simões / JS
Tradicional manifestação em Aparecida (SP) reúne movimentos populares, Pastorais Sociais
e acontece em conjunto com a Romaria dos Trabalhadores
Em Aparecida, o Grito acontece com a Romaria dos Trabalhadores, desde 1987. Na 28ª edição, a Romaria trabalhou as injustiças sociais, por meio do lema Mãe Negra Aparecida – A classe trabalhadora tem sede e luta pelo mundo justo.
Os participantes, vindos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, apresentaram reivindicações, como moradia, emprego, reforma agrária, reforma, além de protestar contra a corrupção, a violência e as injustiças sociais.
O Grito teve início às 6h30, com uma concentração no Porto Itaguaçu, seguida de caminhada até o Santuário Nacional.
Na Tribuna Papa Bento XVI, os manifestantes ostentaram faixas e cartazes apresentando as reivindicações mais urgentes para o país. Gilmar Ferreira, de Volta Redonda (RJ), participa do Grito há 20 anos e manifestou-se a favor do processo democrático. “Vim pela democracia e pelo direito de igualdade de todos nós”, conta.
Já a camponesa Michele da Silva, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra de Tremembé (SP), veio para dar continuidade à luta pela reforma agrária.
Há 10 anos, ela está assentada em uma área na região, mas diz que as condições são precárias. “A nossa reivindicação é pelos nossos direitos: água, energia e terra”, explica a camponesa, que considera os últimos anos como os piores em relação ao número de assentamentos.
Para Cida Costa, da Pastoral Operária, a manifestação deste ano pode ser uma oportunidade de alerta. “Infelizmente, temos um governo que é de esquerda, mas não atende totalmente às necessidades do trabalhador e quem dá as cartas na mesa é o capital”, adverte.
A representante da Pastoral alerta também para as perdas de direitos dos trabalhadores e para a precariedade de serviços básicos, sobretudo nas periferias, como educação, saúde e segurança. “Tudo isso é precário e a gente vem com essas reivindicações”, acrescenta.
Missa
O ponto alto da Romaria dos Trabalhadores e do Grito dos Excluídos foi a celebração eucarística na Basílica, presidida pelo bispo diocesano de Nova Iguaçu (RJ), dom Luciano Bergamin.
Na homilia, ele ressaltou que a Igreja tem o dever de promover a justiça, base indispensável do amor ao próximo. “Também temos o sagrado dever de indicar caminhos que levem à realização de uma sociedade na qual todos tenham seus direitos fundamentais assegurados”, disse.
Foto de: Deniele Simões / JS
Celebração eucarística na Basílica, presidida pelo bispo diocesano de Nova Iguaçu (RJ), foi ponto alto
da Romaria dos Trabalhadores e do Grito dos Excluídos
O prelado também fez um alerta sobre as notícias que a mídia propaga, lembrando que o cidadão precisa ser crítico para discernir as informações que chegam, com a consciência de que “a vida das pessoas vale mais do que a economia e qualquer outra realidade”.
Dom Luciano também exaltou o papel da classe trabalhadora ao falar sobre o lema da Romaria, que exorta todos a colocar em prática aquilo que o Papa Francisco pediu recentemente no encontro que teve com os movimentos populares da América Latina, em julho, na Bolívia. Na ocasião, o Pontífice cobrou mais acesso à moradia, trabalho digno e dignidade a todos os povos.
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