Por Alexandre Santos Em Notícias

Escritor faz sucesso com causos do Vale do Paraíba

Doze livros lançados, 15 publicações ilustradas e vários trabalhos que ainda esperam para sair do forno. Esse é o currículo do escritor e ilustrador taubateano Maurício Pereira. Ele tem se destacado no mercado editorial contando histórias de assombração que fazem parte da cultura do Vale do Paraíba.

Foto de: Arquivo Pessoal

Maurício Pereira - Arquivo Pessoal

Maurício Pereira tem se destacado no mercado editorial contando histórias
de assombração que fazem parte da cultura do Vale do Paraíba

 

 

 

 

 

 

Ano passado, os livros dele foram lançados na Feira de Frankfurt, na Alemanha, uma das mais importantes do mundo. Em 2008, foi indicado ao prêmio de Melhor Capa na Feira de Bolonha, na Itália. Além disso, dois dos seus principais livros estão em bibliotecas de escolas públicas de todo o Brasil.

Em conversa com o JS, o escritor falou sobre a carreira e revelou que lançará um livro baseado numa música do Padre Zezinho.

 

Jornal Santuário de Aparecida – Dois dos seus livros fazem parte do Plano Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Qual a importância disso para o seu trabalho?

Maurício Pereira – Foram os dois primeiros que escrevi e ilustrei: Contos de Assombração, lançado em 2010, e Causos Assombrosos em Quadrinhos, de 2011. Isso me motivou muito e me trouxe uma exposição que eu nem sonhava. Hoje, quando vou às escolas, as crianças comentam sobre os livros que já leram. Elas sempre contam histórias para mim, principalmente as de assombração. Isso é muito bacana.

JS – Além do público infanto-juvenil, adultos também costumam ser seus leitores?

Maurício – Meus livros de temática folclórica também são usados no programa Educação de Jovens e Adultos, do governo, e na Fundação Itaú. Meu maior público é, sem dúvida, o infanto-juvenil, mas livros como Ovelhas em Ação e Fala Bicho! são para os pequenos.

JS – Há uma preferência por histórias do folclore da região?

Maurício – Não exatamente pelo folclore e sim pela nossa cultura, o modo de vida do campo, a vida simples do interior. E aí entram nossas lendas. Gosto de escrever sobre pescarias, animais, passeios, tudo ambientado na roça.

JS – Como surgem as histórias e os personagens?

Maurício – As de assombração, muitas vezes, vêm da lembrança de meu pai, Octávio, que me contava causos arrepiantes. Mas o processo criativo não tem uma fórmula em si. Geralmente, quando vou escrever ou desenhar sobre determinado assunto, faço uma pesquisa, ouço algum comentário, daí organizo as ideias que vão surgindo. Então sento e vou trabalhar.
Quanto aos personagens, geralmente me inspiro em pessoas que conheço. Mesclo as características com o que eu imagino para o personagem até achar que o “Frankenstein” ficou bom. (Risos)

JS – Alguns escritores dizem que começam a escrever, mas o livro vai se autocriando. Isso acontece com você também?

Maurício – Sim! Muitas vezes a ideia pré-concebida vai tomando outra forma, aí mudam os enredos, os finais etc. Acontece também de eu terminar e achar que ainda não ficou bom, ou a editora pedir alterações.

JS – Seus livros foram lançados na Feira de Frankfurt, ano passado. Que repercussão isso trouxe para a sua carreira?

Maurício – Foi muito bom. Acredito que a participação em Frankfurt e o fato dos livros entrarem no PNBE formam um excelente cartão de visitas. Fui abençoado por isso tudo acontecer em minha vida. Isso me estimula cada vez mais a continuar a fazer o que amo de coração: fazer livros.
Em breve, os livros também estarão à venda em formato e-book nos sites da Amazon, White Balloon e naNuvem de Livros. Alguns também estão sendo traduzidos para o Inglês e o Árabe.

JS – Como você descobriu a aptidão para o desenho e quando iniciou na profissão de ilustrador?

Maurício – Sempre gostei de desenhar, desde criança, mas fazia apenas meus desenhos. Foi durante um curso de ilustração, lá no Instituto Tomie Otake, que uma editora notou meu trabalho e me encomendou o primeiro livro: Asa Branca do Luiz Gonzaga.

JS – Quais são as suas influências?

Maurício – Carrego muita influência dos Quadrinhos. Sempre li muito, e hoje essa influência se mescla com as de artistas de diversas outras mídias. Para citar alguns: Greg Capullo, Tim Burton, Will Eisner, Odilon Moraes, Fernando Vilela, John Buscema, Sergio Toppi, Mozart Couto, Marc Silvestri, Flávio Colin, Jayme Cortez, entre outros.

JS – É possível aprender a desenhar ou o desenho é um dom a ser desenvolvido?

Maurício – Eu acredito que o desenho seja o resultado mais de treino e paciência que propriamente dom. Em minhas oficinas, sempre ressalto para a criançada a importância de treinar sempre o desenho, gastar o grafite.

JS – Que frutos você tem colhido dessas oficinas?

Maurício – Geralmente as escolas me convidam para ministrar oficinas de desenho. Sempre que possível, participo com o maior prazer. É muito gratificante ver uma criança que, muitas vezes, se julgava incapaz começar a desenhar e ficar feliz com o resultado de seu próprio trabalho. É como se abrissem as portas para um mundo novo. A gratificação é ver os sorrisos deles e saber que muitos vão continuar desenhando porque, um dia, eu lhes mostrei que era possível.

JS – Que conselho você dá a crianças que têm a aptidão para o desenho?

Maurício – Treinar bastante, copiar o trabalho de algum desenhista, inventar as próprias histórias e personagens. Pesquisar em livro e na internet. Existe muita informação de qualidade por aí, basta ensinar o caminho, que eles se encontram.

JS – Adianta para a gente: o que você está produzindo de novo?

Maurício – Estou produzindo a releitura de um conto de fadas em versão brasileira, um conto de um caipira que sonhava em conhecer o mar e a adaptação da música “Mãe do Céu Morena”, do padre Zezinho.

Para conhecer o trabalho de Maurício Pereira, acesse:
mauricio-pereira.blogspot.com.br

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