Por Allan Ribeiro Em Notícias

Ex-ministro analisa conjuntura do país na 53ª Assembleia Geral

Na tarde desta quarta-feira (15), o ex-ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, o jurista Rubens Ricupero, conversou com os bispos durante a Assembleia Geral a respeito da atual conjuntura política, econômica e social do Brasil. Em seu discurso, ele ressaltou a necessidade de definir um denominador comum unindo a todos os brasileiros, fazendo com que o país não sofra um retrocesso nas conquistas dos últimos 30 anos.

Foto de: CNBB

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O ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, falou
aos bispos sobre a atual conjutura do país

Oblato beneditino, é a segunda vez que Ricupero fala à CNBB. Há 21 anos, quando ainda era ministro, abordou os perigos da hiperinflação e como ela sacrificava aos mais pobres – durante o período de implementação do Real. Neste novo encontro, ele afirmou que não teria pretensão de trazer algo novo, tendo em vista que a atual conjuntura é visível a todos os brasileiros. Para ele, seu papel seria auxiliar os bispos a refletirem o período de grave crise que a nação atravessa.

O ex-ministro aponta que é muito difícil tentar captar o curso provável dos acontecimentos, uma vez que a situação é muito volátil. Como ilustração da constante mudança, disse que poderia dizer outra coisa um mês atrás, após manifestações populares e antes de um apoio mais explícito do governo federal ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a delegação ao vice-presidente, Michel Temer, para realizar a articulação política entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

Em um momento de análise do histórico do país, ele recorda que os militares deixaram o poder porque, na verdade, tinham fracassado, destruindo as instituições, e se declaravam, no fundo, vencidos por duas crises econômicas que, apesar dos poderes que tinham, não conseguiram controlar a hiperinflação e a dívida externa. O fim do regime trouxe uma conquista muito importante: aprovação de uma Constituição progressista e aberta. A criação lançou fundamentos de conquistas que vieram ao longo dos anos para a sociedade brasileira.

Hoje, entretanto, o ex-ministro vê essas conquistas ameaçadas nos aspectos políticos, sociais e econômicos. Ricupero coloca que a população pode perder aquilo que já alcançou desde a redemocratização. “Gostaríamos de preservar as conquistas no plano político-institucional, no econômico, no de estabilidade, no de crescimento e, sobretudo, no social, no combate à pobreza e a miséria”, pontua.

Como exemplo, ele aponta o crescimento do país em 2014, que ficou em 0,1%. Apesar do saldo positivo, em termos de renda per capita, a situação é crítica, tendo em vista que a população do país aumentou 0,9% no ano passado. “Em termos de crescimento estamos com um país mais pobre. O crescimento não é tudo, mas pode-se dizer que é quase tudo. Sem ele não há base para melhorar a situação social. Se o crescimento não for retomado em um prazo relativamente curto, as conquistas sociais ficarão ameaçadas”, coloca. Ele acredita que temos que rapidamente deter esse movimento e, para isso, precisamos de um ajuste que poupe os que são mais frágeis, que permita o equilíbrio da dívida pública e que atraia o investimento.

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