A Exortação Apostólica Amoris laetitia – A Alegria do Amor do Papa Francisco também foi objeto de estudo dos bispos durante a Assembleia Geral (AG). Entre os aspectos ressaltados, está a análise dos casais de segunda união. O documento traz uma perspectiva aberta que nutre não abstrações ou projeções ideais, mas focaliza-se na atenção pastoral à realidade de cada indivíduo. O gesto do Papa configura um maior aprofundamento, daqui por diante, nos trabalhos pastorais com as famílias.
Segundo os bispos, o Santo Padre quis apresentar o matrimônio e a família não a partir das exigências e dos problemas. O enfoque central se debruça no aspecto da alegria, da beleza e da felicidade propiciada pelo casamento. O apelo feito por ele reforça o anúncio do Evangelho pela família, expresso na união aberta a vida. Assim como já dito pelo Papa nos sínodos dos bispos, o documento traz o matrimônio como vocação e caminho para santidade.
“Matrimônio não é uma loteria, não é uma aventura que se faz para ver se vai dar certo ou não. É um chamado. Como vocação, é um caminho para santidade, para a perfeição, de realização para duas pessoas, o homem e a mulher que se sentem chamados à vida dois, para constituir uma família”, sublinha o arcebispo de Aparecida (SP) e ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis.
Foto de: Allan Ribeiro/JS
Dom João Bosco Barbosa: “A Exortação oferece
um subsídio muito claro e profundo
para que possamos fazer um trabalho mais eficaz”
A respeito da comunhão para pessoas de segunda união ou pessoas que vivem juntas, mas não possuem o sacramento do matrimônio, Francisco não aponta restrições genéricas, do que se é permitido, mas pede que uma análise seja feita junto a cada caso. Para o Santo Padre, é preciso discernimento e um trabalho pastoral dos bispos e padres nesses casos, sobretudo, nos confessionários e na direção espiritual.
Os textos referem-se ainda às situações dos matrimônios mistos e daqueles com disparidade de culto, e à situação das famílias que têm dentro de si pessoas com tendência homossexual, insistindo no respeito para com elas e na recusa de qualquer discriminação injusta e de todas das formas de agressão e violência.
Pastoral da Família
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família e bispo de Osasco (SP), dom João Bosco Barbosa, também comentou a Exortação. Ele coloca que o texto vem para somar e incentivar mais o trabalho da Pastoral da Família.
“A Exortação oferece um subsídio muito claro e profundo para que possamos fazer um trabalho mais eficaz. A Pastoral tem uma estrutura grande e bem montada desde a outra exortação pós-sinodal, a Familiaris Consortio. A gente tem um novo impulso a partir desse documento”, expressa.
O bispo exprime que as grandezas e as dificuldades no mundo inteiro são parecidas, mas que o Papa salienta as diferenças de cada cultura. Segundo ele, o documento é uma forma de continuar fazendo aquilo que já se fazia com uma nova forma. Dentro desse contexto, o presidente da Comissão destaca o posicionamento de acompanhamento com a ética do cuidado, com a misericórdia e com o acolhimento.
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