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Imprensa católica transmitiu debate da CNBB: oito candidatos à presidência encontraram-se no Santuário Nacional

Temas marcantes deram um toque diferente ao debate com os candidatos à Presidência da República no último dia 16 de setembro. O evento foi promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e teve como sede o Santuário Nacional de Aparecida.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Eymael agradeceu a CNBB: "Quero homenagear a CNBB
por ter me assegurado o direito de participar do debate.
Direito que me foi negado nos dois debates anteriores"

Já a realização e transmissão ficou por conta da TV Aparecida e a retransmissão por outras oito TVs de inspiração católica: Canção Nova, Século XXI, Rede Vida, Rede Evangelizar, TV Horizonte, TV Nazaré, TV 3º Milênio, TV Imaculada e por mais de 200 rádios que fazem parte da Rede Católica de Rádio (RCR), além dos portais A12, Uol, Terra, entre outros. O palco do debate foi o centro de Eventos padre Vítor Coelho de Almeida e o mediador foi o jornalista da Rede Aparecida, Rodolpho Gamberini.

Contudo, o formato do debate, baseado em sorteio, mesmo no bloco de confronto entre os adversários, evitou grandes embates entre os três concorrentes mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). Além deles também participaram do debate Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC).

Abrindo o debate, o arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, lançou uma pergunta comum aos oito candidatos a respeito do projeto da Coalizão pela Reforma Política Democrática. Todos os candidatos se mostraram favoráveis à iniciativa.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Aécio Neves: "Política é isso, aqueles que estão
dispostos a governar o Brasil têm de estar dispostos
a ouvir impropérios"

Logo em seguida, bispos escolhidos pela CNBB, lançaram perguntas e por sorteio, cada um dos candidatos respondeu sobre um tema diferente. 

União homoafetiva, contas públicas, saúde, saneamento básico, aborto, redução da maioridade penal e reforma tributária foram os assuntos apresentados pelos jornalistas das mídias católicas. Assim como as perguntas feitas pelos bispos, o candidato que respondia sobre cada tema foi sorteado. Em apenas um bloco os candidatos puderam fazer perguntas entre si, e, no último bloco o tempo foi reservado as considerações finais.

 

O JS separou momentos marcantes deste dia tão importante para o eleitor brasileiro e para as mídias de inspiração católica. 

Temas em destaque: Casamento gay, homofobia, Estado laico, aborto, saúde pública, saneamento básico

O primeiro tema foi juventude, drogas e violência. A candidata Marina Silva foi quem respondeu. “A educação gera igualdade de oportunidade para que as pessoas possam ter uma ocupação decente, possam ser respeitadas. Um outro aspecto importante é o acesso ao emprego, ao lazer, aos meios para uma vida digna. O combate à violência é fundamental, porque, de fato, se não tivermos um sistema de segurança capaz de combater o tráfico de drogas, o tráfico de armas e a violência, a nossa juventude continuará sendo ceifada”, respondeu Marina.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Marina Silva defendeu a igualdade de oportunidades
para os brasileiros

Na sequência, foi lançada uma pergunta ao candidato Levy Fidelix, sobre valores e a constituição da família por homem, mulher e filhos. “Sou Católico, professo a minha fé, frequento assiduamente as missas, porque tenho convicção da necessidade de que uma família unida e, dentro da religião, pode ser também exemplo para os que vivem a sua volta. Atualmente os meios de comunicação estão destruindo as famílias. A união homoafetiva destrói sim a família”, disse Fidelix.

A laicidade do Estado também é um tema que não ficou de fora. Questionada Luciana Genro afirmou não ter religião, mas que tem um enorme respeito a todas as religiões. “Eu entendo que a laicidade do Estado deve ser defendida como uma garantia para todas as religiões e para quem não tem religião. A liberdade não pode sofrer nenhuma restrição, mas as políticas públicas não podem estar subordinadas a nenhuma crença. Por isso, eu defendo, por exemplo, a união civil homoafetiva, o casamento civil igualitário”, afirmou Luciana.

Abrindo a discussão com os jornalistas, Aécio Neves ressaltou que qualquer tipo de discriminação deve ser considerado crime, entre elas a homofobia. “Há uma decisão do Supremo Tribunal Federal que consagra a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Isso está consagrado. Isso é uma página virada, a meu ver, na história do Brasil”, opinou.

 

Marina Silva também falou sobre saneamento básico, e reconheceu ser um problema grave do país. Para ela essa responsabilidade é do governo federal junto aos prefeitos.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Dilma: "Nunca escolhemos engavetador geral da república"

A saúde, inclusive, foi tema que não escapou. A presidente Dilma Rousseff disse estar resolvida a falta de médicos. “Trouxemos mais de 14 mil médicos, o que deu cobertura para 50 milhões de pessoas. Agora, nós vamos fazer o Mais Especialidades que é a criação de uma rede que integra laboratórios e especialistas” 

Ainda dentro da esfera da saúde, Eduardo Jorge afirmou que para diminuir o número de abortos no Brasil é preciso expandir o planejamento familiar e a educação sexual no ensino médio e evitar a epidemia de gravidez precoce. “A minha posição é pela revogação dessa lei cruel, machista, que considera criminosas 800 mil mulheres que fazem a interrupção da gravidez por algum motivo. Essa é a orientação racional para diminuir o número de abortos no Brasil e, ao mesmo tempo, não continuar inflando a mortalidade materna”, enfatizou.

Desigualdade social, impostos, maioridade penal e outros

Outro tema importante destacado foi a desigualdade social. Dilma Rousseff, avaliou a saída do Brasil do mapa da fome mundial. “Isso significa um grande passo para a redução da miséria e da fome no Brasil. Saímos do Mapa da Fome, porque, reduzimos a proporção de brasileiros subalimentados. E isso o fizemos por alguns programas sociais muito importantes, como Bolsa Família, como o aumento do emprego, pelo fato de termos valorizado e aumentado o salário mínimo”, pontuou a presidente.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Eduardo Jorge destacou o retrocesso no trato da causa
indígena e reforçou ser a favor da descriminalização do
aborto

Pastor Everaldo manifestou-se a favor da diminuição da maioridade penal. Ele sugeriu o aproveitamento de menores infratores em experiências de trabalhos que envolva-os no esporte, segundo o pastor, é uma experiência que já vem dando certo em vários países, inclusive no Brasil. Também defendeu a privatização de presídios.

Luciana Genro respondeu sobre a reforma tributária. “Nenhum governo tentou implantar a reforma tributária que o PSOL defende. Mais de 50% da arrecadação do Brasil vem de quem ganha até três salários mínimos. O imposto sobre consumo é extremamente injusto, porque ele tributa igualmente o milionário e o cidadão que ganha salário mínimo”, ressaltou.

 

Embate entre candidatos 

Um dos pontos altos do debate da CNBB, foi o quarto bloco, onde os candidatos se confrontaram. Os ânimos se exaltaram em dois momentos: primeiro quando o candidato Aécio Neves afirmou que a presidente Dilma deveria pedir desculpas ao povo brasileiro pelos escândalos que envolveram o PT e depois quando a candidata Luciana Genro acusou o PSDB e o candidato Aécio neves de corrupção. Dilma e Aécio pediram direito de resposta, que foi analisado por advogados presentes e por sua vez, foram concedidos.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Luciana Genro ao candidato Aécio Neves: "o senhor
falando do PT é como o sujo falando do mal-lavado"

“O senhor fala como se no governo do PSDB não tivesse nunca havido corrupção, quando na realidade nós sabemos que o PSDB foi o precursor do mensalão e o PT deu continuidade a esta prática que o PSDB já havia implementado durante o governo Fernando Henrique; também foi pública e notória a corrupção que ocorreu durante o processo de reeleição do FHC, amplamente divulgada pela mídia; também foi público e notório o processo de corrupção das empresas públicas que foram privatizadas, num processo que ficou conhecido como privataria tucana”, disse Luciana ao candidato Aécio Neves, que por sua vez rebateu: “A candidata está voltando às suas origens atuando aqui como linha solidária ao PT”.

Luciana retrucou: “Com todo o respeito, linha auxiliar de apoio ao PT uma ova, candidato Aécio! O PT aprendeu com o senhor, com o seu partido, o mensalão do PT foi iniciado no governo do PSDB”, exaltou-se.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Pastor Everaldo defendeu a liberdade de imprensa sem
marco regulatório

Direito de resposta

Após ser citada por Aécio, e ter o direito de resposta atendido, Dilma lembrou que as investigações sobre o caso da Petrobras vieram do governo, ou seja, ministério da justiça, polícia federal. “Não é fácil descobrir um sistema daquele tamanho, na medida em que se envolve a polícia federal, o ministério público, e o judiciário. Agora eu quero dizer que nós fortalecemos a polícia federal, criamos o portal da transparência, nomeamos o ministério público de acordo com a lista tríplice a nós apresentada. Nunca escolhemos engavetador geral da república e, sim, se hoje se descobre atos de corrupção é porque nós não varremos para baixo do tapete”, afirmou a presidente.

Foto de: Thiago Leon / AI_Santuário Nacional

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Levy Fidelix condenou o casamento homossexual e
afirmou ser preocupante a dívida do país. "O país
está quebrado", disse

Por sua vez, Aécio que também teve seu direito de resposta a Luciana Genro atendido, disse que aqueles que estão dispostos a governar o Brasil têm de estar dispostos a ouvir impropérios. “São acusações irresponsáveis e levianas. Orgulho-me muito do que fiz durante a minha vida, cristã e católica.” 

 

 

 

 

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