Por Jornal Santuário Em Notícias Atualizada em 18 JUL 2019 - 10H19

Infarto em jovens é mais comum do que se imagina


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A informação é do Sistema Único de Saúde (SUS), que registrou 13% a mais de internações de jovens entre 15 e 29 anos por infarto somente em 2013, segundo dados divulgados na época, em comparativo com o ano anterior. O infarto é a doença que mais mata no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de óbitos chega a 17 milhões por ano.

Dentre os principais fatores causadores da doença – que também afeta jovens, embora seja mais comum a partir dos 50 anos – estão os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, o estresse, o uso de drogas e até a depressão.

Segundo o médico Henry Abensur, problemas como dietas inadequadas, o tabagismo, o álcool e o uso de drogas, principalmente a cocaína, têm provocado muitos infartos nos jovens. “Tem havido muito infarto de jovens que consomem cocaína, porque ela age nas veias coronárias”, explica.

“O sedentarismo e a hipertensão são duas causas que podem contribuir para que a pessoa tenha um evento cardíaco mais precoce, porque são hábitos que já vêm da infância e da adolescência”, explica.

Abensur cita como exemplo o número elevado de crianças que ingerem grandes quantidades de comida processada, pizzas, doces e muito sal, que acabam provocando obesidade e problemas como a hipertensão.

O médico relata um aumento de 250% no número de obesos no país e classifica os índices como “epidemia”. De acordo com ele, a obesidade pode provocar aumento no colesterol e, como consequência, alterar os fatores inflamatórios do sistema circulatório, que estão ligados diretamente à incidência do infarto. 

Já o uso do álcool combinado com bebidas energéticas pode aumentar a descarga de adrenalina, aumentando os riscos de infarto. No caso do uso isolado do álcool, Abensur adverte que a substância oferece riscos, não só de infarto como de outras doenças, por ser muito calórica e provocar ganho de peso.

O cardiologista Osni Moreira Filho lembra que pequenas quantidades de álcool podem ser muito prejudiciais, dependendo da pessoa, principalmente se já há uma predisposição ao infarto. “Mas, como regra, cerca de 15 gramas de álcool (um copo de 200 ml de cerveja) para mulheres e 30 gramas para os homens, em um intervalo de 24 horas, têm efeito neutro”, explica. 

Grupos de risco

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Nos mais novos, o problema pode ser ainda mais fatal, em função da descrença. Segundo o cardiologista Marcelo Idalgo Rodrigues, muitos jovens não relacionam os sintomas à doença e deixam de pedir socorro.

Já o cardiologista Henry Abensur revela que, muitas vezes, os próprios médicos fazem o diagnóstico errado em função de outros problemas apresentarem sintomas parecidos. “O diagnóstico tem de ser o mais breve possível, caso contrário você pode colocar o paciente em risco”, justifica.

Existem algumas pessoas mais propensas ao infarto. De acordo com Osni Moreira Filho, geralmente são aquelas que têm algumas condições que facilitam a ocorrência da doença.

“Essas condições são os fatores de risco e algumas não são manejáveis; são condições inerentes à pessoa, não passíveis de intervenção, explica. Nesse caso, o médico destaca o gênero masculino, pessoas com mais idade e o histórico familiar.

Atenção aos sintomas 

Quais são os principais sintomas que podem identificar a ocorrência de um infarto? O cardiologista Henry Abensur alerta que os sintomas do infarto podem ser muito parecidos com os causados por gases e dores musculares.

Abensur orienta os jovens a procurar uma investigação médica nos seguintes casos:

- cansaço ao fazer esforço;

- pressão no peito ante a esforços ou em repouso;

- dores no peito;

- dificuldade ao respirar;

- desmaios;

- náuseas;

- transpiração excessiva.

Segundo Marcelo Idalgo, muitas vezes esses sintomas podem ser mascarados, devido ao estresse ou ao uso de drogas. Por isso, torna-se ainda mais importante a investigação. 

Dicas de prevenção

Os cardiologistas entrevistados passam algumas dicas importantes para ajudar os jovens a prevenir infartos e a ter uma vida mais saudável.

Segundo Abensur, a primeira é evitar o tabagismo. Outra dica importante é manter uma dieta saudável, com a ingestão de cinco porções de frutas por dia, além de muitos legumes e verduras.

Osni Moreira Filho lembra que é preciso praticar atividade física regularmente e evitar o hedonismo exagerado, ou seja, a busca do prazer como razão única da vida. O uso de drogas e bebidas também deve ser evitado.

Ele alerta que os riscos de infarto podem ser diminuídos, mas não eliminados; adotando essas regras, é fundamental que todo adulto cheque suas reservas cardíacas, principalmente se já houver algum fator de risco.

“Na ausência de sintomas dos 18 aos 30 anos, recomendo avaliação a cada três anos. A partir dos 30 anos, todos os anos, conclui Moreira Filho.

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