Por Alexandre Santos Em Notícias

Jogos ajudam a tornar aulas mais interessantes

Uma corrida que ajuda crianças a fixar o que aprenderam nas aulas de idiomas. Uma volta pelo bairro, eliminando focos de mosquito e ensinando a importância de prevenir a Dengue. Alimentar filhotes de dinossauro para aprender as características dos alimentos e a importância de uma alimentação equilibrada.

Reprodução

Ludo Educativo2

Jogos do Ludo Educativo ficam disponíveis
gratuitamente no site

Esses são Verb Rabbit, Contra a Dengue na Cidade 2 e Comilo-Saurus alguns dos games criados pelo grupo Ludo Educativo. O objetivo é simples: ajudar crianças e adolescentesa aprender brincando.

Segundo um dos criadores do projeto, o professor e pesquisador Elson Longo, mais de 4 milhões de estudantes, professores, adultos e jovens já acessaram os jogos. Num deles, o professor pode fazer um simulado com alunos e avaliá-los em classe. “O retorno é positivo em mais de 90 % dos casos. Os jogos tornam o processo de aprendizado mais interessante e intuitivo”, afirma.Os jogos estão disponíveis gratuitamente para dispositivos móveis e também na versão on-line, no site do projeto.

Reinventar a escola

De acordo com o neuropsicopedagogo e mestre em Educação João Beauclair, o ato de brincar e jogar são ações presentes em toda a evolução da espécie humana. Segundo ele, desde os primórdios das civilizações, o ser humano joga e brinca, construindo um campo simbólico de relações entre si mesmo, a natureza e o mundo em sua totalidade.

“Um autor chamado Euclides Redin afirma que o lúdico é a mediação universal para o desenvolvimento e a construção de todas as habilidades humanas. Por isso, essas atividades devem ser cada vez mais resgatadas no cotidiano escolar, enfatizando que a prática do lúdico nos espaços e tempos do aprender deve estar presente em todos os níveis de ensino”, explica.

Arquivo Pessoal

João Beuclair

João Beuclair

Doutor em Intervenção Psicossocioeducativa pela Universidade de Vigo, na Espanha, Beauclair é educador há 31 anos e atua no Programa Ensino Médio Inovador (Proemi), do Instituto Ayrton Senna em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro. Ele defende a necessidade de buscar meios de reinventar o cotidiano escolar. “No Brasil já há muitas experiências inovadoras nas salas de aula, mas infelizmente ainda há embates entre teoria e prática. Muitos dos modelos educativos oficiais não estabelecem relação direta com aquilo que de fato acontece na relação de cada professor com seus alunos. Um olhar mais atento acerca da diversidade é essencial, fugindo de receitas prontas, vendidas como infalíveis por profissionais que pouco compreendem a dinâmica do cotidiano escolar”, conclui.

Para João Beauclair, o maior desafio na educação das novas gerações passa por questões relacionadas à capacidade de manter o foco e a atenção dos jovens. “São pessoas do século XXI sendo educadas por outras do século passado. São novos tempos, com novos padrões de comportamento, novos valores. Manter práticas de ensino tradicionais, passivas e pouco participativas, desfavorecem as novas gerações, ávidas por momentos mais dinâmicos e contextualizados. A escola não consegue acompanhar as inovações das tecnologias de informação e elaborar estratégias pedagógicas que deem conta das diferentes vertentes apresentada pelas mídias sociais. Reinventar os espaços e tempos do ensinar e do aprender é desafio constante, pois há sempre possibilidades de criarmos coisas novas”, argumenta.

O homem que calculava 

Você sabe quem foi Júlio Cesar de Melo e Souza? Mas talvez já tenha ouvido falar em Malba Tahan. Ele foi um escritor brasileiro que revolucionou o ensino de matemática em sua época. Por conta de um preconceito do mercado, na época, em relação a autores brasileiros, ele resolveu utilizar o pseudônimo estrangeiro.

Tahan foi pioneiro no uso de jogos e brincadeiras no ensino, entre outras propostas pedagógicas, como a Resolução de Problemas, Laboratório de Ensino, História da Matemática, Matemática e Literatura. Criados e difundidos em seus livros, esses métodos só tiveram seu valor pedagógico reconhecido a partir da década de 1980. Em 1995, em função da comemoração do centenário de nascimento do matemático, foi instituído dia 6 de maio como o Dia Nacional da Matemática.

Mestre em Educação e pesquisadora da vida e obra do matemático brasileiro, a professora Juraci Faria ressalta a importância da obra do autor. “Malba Tahan deixou-nos não só um legado para o ensino de matemática mas, principalmente, para os valores éticos e morais”, afirma.

No Brasil, tanto as obras de cunho oriental quanto as de ensino da matemática foram sucesso desde o lançamento do primeiro livro, Contos de Malba Tahan, em 1925. No exterior, vários títulos são veiculados desde a década de 40. “Imbatível mesmo é sua obra mais famosa, O Homem que Calculava, que circula de Norte a Sul, do Oriente ao Ocidente. Esse sucesso foi preconizado por Monteiro Lobato, em carta ao amigo: ‘Obra que ficará salvo das vassouradas do tempo como a maior expressão do binômio ciência + imaginação’”, conta Juraci Faria.

Segundo a professora, além da obra prima O Homem que calculava, destacam-se ainda Didática da Matemática, A Arte de Ler e Contar Histórias, Lendas do Oásis, O Livro de Aladim, Matemática Divertida e Curiosa, entre outros. Ao todo, Malba Tahan escreveu 128 obras.

A Juraci Faria aponta o maior desafio do ensino hoje em dia continua sendo o que buscava o matemático brasileiro: “Criar metodologias e estratégias lúdicas, para que as aulas, por si só, motivem a aprendizagem dos alunos”, conclui.

Confira os jogos do Ludo Educativo, acesse: https://bit.ly/js_ludoeducativo

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