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Jovens deixam tudo para viajar de mochilão

O jovem casal, Leonardo Souza, 27 anos, e Nathalia Oliveira, 25 anos, viviam uma vida normal. Os dois estudaram comunicação social em Lorena (SP): ele jornalismo, ela Rádio e TV, e, após formados, foram tentar a sorte no Rio de Janeiro (RJ).

Depois de um tempo morando na cidade maravilhosa, cerca de três anos, quando tudo parecia estar se arranjando, eis uma notícia bomba: Leonardo foi demitido do trabalho.

A notícia que para muitos poderia ser algo triste, foi o pontapé inicial para começar uma grande jornada ou uma verdadeira aventura. Uma espécie de passeio pelo mundo com uma mochila nas costas.

Foto de: Arquivo Pessoal

Leonardo e Nathalia - Arquivo Pessoal

Leonardo: "O mundo nos dá a oportunidade de nos sentirmos vivos e de fazer parte da história. O muro
de Berlim, a Torre Eiffel e a tensão entre judeus e palestinos nunca mais serão para nós apenas imagens
ou fatos que lemos ou vimos em livros. Presenciamos, tocamos, sentimos. Ao mesmo tempo que nos torna
grandes, uma viagem como esta é capaz de nos fazer pequenos. Fora do Brasil, longe dos amigos dos
familiares, somos apenas viajantes desconhecidos. Isso afasta de nós aquele sentimento de que somos
importantes e passamos a nos guiar pela simplicidade"

 

De acordo com Leonardo, o contato e a curiosidade por países diferentes se estreitou ainda mais quando eles decidiram hospedar viajantes no apartamento em que residiam no Rio. Ele explica que essa prática, muito comum na Europa, é possível por meio de sites, cada vez mais difundidos, que promovem o encontro de moradores locais que desejam receber turistas estrangeiros em casa. “Sem sair de casa conhecemos um pouquinho do Reino Unido, da França, da Alemanha, de Israel. Até que em abril deste ano, um mês antes do nosso casamento, uma demissão inesperada nos fez ter a certeza de que este era o momento de colocar as mochilas nas costas e partir. Logo depois que fui demitido a Nathy pediu demissão e começamos a nos organizar”, detalha.

O início da jornada

Leo e Nathy, como são conhecidos, colocaram o pé na estrada um dia após o casamento, em 17 de maio de 2015, numa aventura iniciada no Chile. “A ideia é viajar por 365 dias ou enquanto tivermos dinheiro”, brinca Leo.

No Chile eles permaneceram por uma semana conhecendo Viña Del Mar e Valparaíso. O Casal já passou em quatro meses, por quatro continentes e 11 países: América do Sul, África, Europa e Ásia. “Visitamos o Chile, Marrocos, Inglaterra, País de Gales, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Grécia e Israel”, conta Nathalia.

Leonardo explica que não foi traçado nenhum roteiro, mas que buscam sempre visitar países em que eles têm algum contato para hospedagem ou aqueles que sempre sonharam em visitar. “Um roteiro aberto possibilita surpresas e aventuras, mas também aquele frio na barriga por não saber ao certo onde estaremos daqui a uma semana”, relata o jornalista.

Perrengues

De Casablanca no Marrocos Leo e Nathalia pegaram um trem para Marrakech e situações inusitadas estavam por vir, como por exemplo, quando abordaram um grupo de pessoas e após várias tentativas de contato e mímicas uma das moças foi abandonada pelos amigos e terminou perdendo o trem que esperava. “Não tínhamos celular com internet e precisávamos fazer contato com a pessoa que estava a nos esperar. Achamos um grupo e tentamos contato em inglês, um pouco de espanhol, mas eles só falavam francês e árabe. Foi uma situação engraçada, ficamos um tempo tentando nos entender e a menina acabou perdendo o trem, os amigos foram embora e a deixaram enquanto ela tentava ainda, insistentemente, ajudar-nos”, conta Nathalia.

Ela explica que para lidar com as diferentes línguas tentam adquirir algum vocabulário nativo, com palavras que possam significar um Oi, tudo bem? Bom dia, boa noite, obrigado, mas foi na Grécia que eles não conseguiram aprender nem mesmo um oi. “Para não dizer que não aprendemos absolutamente nada, conseguimos pronunciar muito mal o nome da ilha onde ficamos hospedados por alguns dias, zakynthos.

Mas segundo Leonardo, as emoções não param por aí, pois quando se opta por um estilo de viagem econômico, o mochilão, sabe-se que se abre mão de confortos e luxos. “Já tivemos de dividir sofás apertados, dormir em aeroporto, comer alimentos totalmente desconhecidos e de origem muito duvidosa, tomar banho frio etc. Mas alguns fatos marcaram muito nossa viagem. Como por exemplo, em nossa viagem de Casablanca para Marrakech. Optamos por viajar de segunda classe, a opção mais econômica. Foram quatro horas de viagem em um trem lotado, com portas abertas, a maior parte do trajeto a pé, pessoas fumando nos corredores e muitos marroquinos curiosos com a nossa presença. Quando descobriram que éramos brasileiros então foi uma festa, queriam saber sobre futebol. Uma tentativa de comunicação em árabe, francês, inglês e português”.

Ele também detalha um episódio em Hamburgo, na Alemanha, quando se inscreveram para serem voluntários em uma escola de circo para crianças e em troca receberiam alimentação e hospedagem. “Quando chegamos ao local descobrimos que teríamos de dormir em vagões velhos de trem e fomos orientados a usar panos na cabeça, porque o lugar estava infestado de piolhos. Foi de longe a maior surpresa.”

Medos

Leonardo detalha que tiveram muitos medos. “Medo de não conseguir nos comunicar, medo de ficar doente e não recebermos os cuidados devidos, medo de não ter onde dormir, medo do dinheiro não dar, medo de querer voltar depois de uma semana. Mas depois deste tempo na estrada vimos que todos os receios partem de apenas um: o medo do desconhecido. E quando você dá o primeiro passo, com certeza, verá flores no meio do caminho.

Leo ressalta que a viagem só foi possível com o dinheiro da rescisão trabalhista e algumas economias do casal. A renda também foi complementada com a venda dos móveis e eletrodomésticos que tinham, além de presentes em dinheiro que ganharam de casamento. “Como em muitos casos economizamos dormindo e fazendo refeições na casa de pessoas, temos reserva financeira para todo o período da viagem”

Prazer, mundo!

Toda a aventura está sendo contada na internet com fotos, vídeos e textos sobre os lugares por onde passam. “O blog foi presente de uma grande amiga que nos incentivou a escrever as experiências de viagem para familiares e amigos. Com o passar do tempo começamos a receber mensagens de pessoas de várias partes que estavam viajando conosco por meio do blog e decidimos nos dedicar ao projeto. Além da página compartilhamos nossa aventura no Youtube, Instagram, Twitter e Facebook. Não sabemos como será quando voltarmos ao Brasil, mas será difícil abandonar o Prazer, Mundo!”, afirma o jornalista. O site do casal pode ser acessado no endereço: prazermundo.com

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