Dois rapazes de 20 anos que tinham tudo para dar certo profissionalmente. Um destacando-se como ator e diretor de teatro e o outro como auxiliar administrativo em um órgão federal.
O primeiro morava no Guarujá (SP), na Baixada Santista, e o outro, na cidade de São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba.
Foto de: Deniele Simões / JS
Ronnaldh de Oliveira: de ateu
a católico convertido, hoje
candidato à vida religiosa
Ronnaldh Alexandre Rebouças de Oliveira, morador do Guarujá que trabalhava com teatro, era ateu. Paulo Sérgio da Silva Filho, ex-funcionário terceirizado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sempre levou uma vida cristã exemplar.
Mas, o que as histórias desses dois jovens tão diferentes têm em comum? A convicção.
Foi por convicção que os dois largaram tudo para seguir radicalmente Jesus Cristo.
Em dezembro de 2009, Ronnaldh ministrava aulas de teatro no Colégio Objetivo do Guarujá. Sempre envolvido com o trabalho e as atividades teatrais, o rapaz havia perdido várias consultas no oftalmologista, que foram remarcadas por sua mãe.
Naquele dia, já cansada de remarcar tantas consultas, a mãe insistiu para que Ronnaldh fosse ao médico. Na hora do exame oftalmológico, o jovem sentiu dificuldade em enxergar algumas letras.
O médico surpreendeu-se ao aferir a pressão arterial do ator – estava 22 x 15 (o normal é 12 x 8) – e mandou interná-lo. No hospital, o jovem foi desenganado, pois os rins estavam comprometidos e qualquer tratamento seria inútil.
A única certeza é a de que morreria. “Minha mãe, que é evangélica, sempre me dizia: se eu acredito em um Deus que não existe, eu não perco nada; mas, se eu deixo de acreditar em um Deus que é bondade, ternura, e amor, eu perco tudo”, recorda.
O jovem passou a desafiar um “suposto” Deus. “Se você existe, dê-me uma segunda chance, porque vou fazer diferente”, dizia. Ronnaldh então recebeu a visita de líderes de várias religiões, que tentavam convertê-lo a qualquer custo.
Após ter recebido um pai de santo, um líder espírita e um pastor evangélico, um padre chegou para vê-lo. O jovem estava farto de tudo daquilo e disse à enfermeira: “Se ele vier me falar de Deus, eu vou mandá-lo embora, porque não quero mais saber disso”.
Quando o sacerdote entrou na UTI, Ronnaldh disse que, se fosse para falar de Deus, seria melhor ir embora. “Então ele disse: eu não vim falar de Deus. Eu vim ser seu amigo. Aquilo me quebrou as pernas”, conta.
Em nenhum momento o padre tentou converter o rapaz, mas apenas ofereceu apoio e conseguiu convencer a equipe médica a fazer hemodiálise. O procedimento havia sido descartado, devido ao estágio avançado de insuficiência renal.
Dentro do hospital, o rapaz acabou se convertendo e, após uma catequese bíblica, aderiu aos sacramentos.
Aos poucos Ronnaldh foi recuperando-se e, em abril, passou por um transplante renal no Hospital do Rim, em São Paulo (SP).
A atuação do padre, que o acompanhou até o final do tratamento, fez com que enxergasse o exemplo que Cristo deixou à humanidade. “Os outros vieram me impor Jesus Cristo. E o próprio Cristo não se impôs em nada. Mas, o padre não; ele foi presença significativa de Jesus Cristo na minha vida”, detalha.
Ele voltou a trabalhar, fundou sua própria companhia de teatro e chegou a namorar algumas vezes. O que havia mudado é que passou a frequentar a igreja, começou a visitar os pobres, envolvendo-se cada vez mais nas atividades da comunidade.
A ideia de seguir a vida religiosa veio apenas algum tempo depois, impulsionada pelo desejo de ser testemunho na vida de outras pessoas.
Jovem consagrado
No caso do jovem Paulo, a vontade de ser religioso surgiu da vivência cristã. Ele sempre frequentou a igreja com a família e a educação foi complementada pelas irmãs salesianas. “Quando eu entrei no Instituto, minha mãe me consagrou a Dom Bosco, pois estava com dificuldade de acompanhar as aulas”, lembra.
A prática da vida comunitária, na igreja, foi fazendo com que o rapaz se envolvesse nas atividades pastorais. As experiências foram várias: coroinha, acólito, catequista, agente da Pastoral da Comunicação, entre outras atividades.
Foto de: Deniele Simões / JS
Paulo Sérgio da Silva Filho deixou emprego
no INPE para ser um religioso salesiano
“Todo o serviço que fiz nunca foi pensando em ser padre, mas em mostrar que é possível seguir a santidade, com alegria, ou seja, conseguir fazer o ordinário ser extraordinário”, justifica.
Além de um católico exemplar, Paulo era um ótimo funcionário. Começou a trabalhar no INPE como estagiário na área de administração, ainda no ensino técnico. Quando terminou o curso, prestou Enem, foi aprovado e ingressou na Universidade Paulista (Unip).
O rapaz seguia a vida trabalhando, frequentando a igreja, participando de grupos de jovens na universidade, participava de modo ativo das celebrações ecumênicas do INPE, uma vez por mês, e chegou a namorar uma moça da comunidade por três meses.
Mas, foi na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, que Paulo começou a se questionar se era aquilo que queria para a sua vida. “O que eu faço mais para Ele?”, perguntava-se.
O jovem ingressou no caminho vocacional e, após um ano, convenceu-se de que a vida religiosa era o caminho que realmente queria seguir.
O que ele mais quer? Seguir o exemplo dos santos que aprendeu a admirar, como São Domingos Sávio, Dom Bosco e tantos outros que tiveram uma vida de intimidade com Deus e irradiaram alegria e esperança às pessoas, sobretudo aos jovens.
Tanto Paulo como Ronnaldh integram um grupo de 10 jovens que fazem o aspirantado no Instituto Salesianos, em Pindamonhangaba (SP). A etapa é a primeira na formação para os candidatos da Inspetoria Salesiana de São Paulo que querem seguir a vida religiosa.
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