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Método Billings é forma natural de planejamento familiar

Diferente dos animais a fertilidade humana não tem uma dimensão meramente biológica, pois a função reprodutiva não obedece a um instinto. Animais copulam em períodos de cio para se reproduzirem e garantir a perpetuação da espécie. Mulher e homem são seres racionais e livres, capazes de amar. O filho é o resultado do amor do casal.

No passado, século XIX e início do século XX, a falta de conhecimento, tecnologia e a própria cultura, construíam um contexto, no qual, ter até mais de 10 filhos era muito comum, pois considerava-se vontade de Deus, além de dar às famílias mais braços para o trato com a lavoura, num Brasil quase que rural em sua totalidade.

Foto de: Arquivo Pessoal

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O casal Nathalia e Michell é usuário do método
e atesta a seguridade quando feito da maneira
indicada

Porém, sem se dar conta, os casais foram responsáveis por várias proezas nos últimos 50 anos. Dentre elas, destaca-se a diminuição da taxa de natalidade. Para se ter uma ideia, a redução caiu de 6,3 para 1,9 filhos em meio século.

Com isso, os demógrafos passam a buscar várias respostas, pois nunca existiu nenhum programa ou incentivo por parte do governo brasileiro em diminuir a taxa de natalidade, mas mesmo assim, as últimas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o atual cenário impossibilita a população brasileira de substituir a si mesma, ou seja, com menos de dois filhos por casal, o número atual de 200 milhões de brasileiros, que vivem atualmente, não será substituído completamente na próxima geração. Acredita-se que a melhora no nível educacional, a disseminação da energia elétrica e da televisão foram peças importantes na construção dessa realidade. Mas não há responsável maior por essa queda na natalidade do que a pílula anticoncepcional, que emancipou os casais de terem quantos filhos Deus mandasse, mas que aprisionou várias mulheres em problemas de saúde. O meio social da atualidade criou circunstâncias que aconselham um casal a espaçar o nascimento dos filhos, por um tempo determinado ou indefinido custe o que custar.

No entanto, mais que regular a fertilidade e evitar filhos, deve-se respeitar sempre a dignidade da pessoa. Isto refere-se não só às pessoas do casal, como também ao valor da vida humana que nasce. O que a maioria dos leigos não sabem é que o uso dos anticonceptivos, orais e injetáveis, traz uma lista de efeitos complicados à saúde, como por exemplo, o aumento de risco de acidentes vasculares cerebrais e de alterações circulatórias entre as usuárias. Nos países escandinavos o consumo da pílula diminuiu, pelos seus riscos para a saúde da mulher, em cerca de 70%, ao longo da última década. Por outro lado, o uso prolongado, ou o recurso a métodos cirúrgicos tais como a laqueação de trompas, provocam uma esterilidade irreversível, da qual, por vezes, as mulheres vêm a se arrepender. A saída mais sensata então seriam métodos anticoncepcionais naturais.

O Método Billings

O Método de Ovulação Billings (MOB), também conhecido como método do amor, é um meio científico de Regulação Natural da Fertilidade, que, de forma natural e simples, possibilita a mulher conhecer sua fertilidade, podendo assim conseguir uma gravidez ou espaçá-la, servindo também para monitorar a sua saúde reprodutiva. O MOB pode ser utilizado nas diversas fases da vida: desde a menarca até a menopausa, em períodos de amamentação, após medicação hormonal e, inclusive, quando ocorrem ciclos irregulares.

O método surgiu inicialmente em Melbourne, em 1953, a partir de investigações realizadas por Dr. John Billings com casais que desejavam utilizar métodos naturais de planejamento familiar. À época tinha-se como base os métodos do ritmo-calendário e o da temperatura basal para se evitar a gravidez. Contudo, tais métodos não eram tão eficazes, e, diante disso, o Dr. John passou a estudar e pesquisar a atividade do cérvix uterino durante o ciclo menstrual, contando, para tanto, com a ajuda de um conselheiro matrimonial, o Pe. Maurice Catarinich. Assim, surgiu o método da auto-observação do padrão mucoso e, com isso, era possível aplicar regras apropriadas ao desejo de cada casal. “O MOB é um presente de Deus para a vida da mulher e dos casais que desejam viver, de forma natural e saudável, uma paternidade responsável”, conta a usuária do método Nathália Souto de Arruda Vasconcelos.

Nathália, que é Membro da missão Resgate, Grupo Católico, que funciona em João Pessoa (PB), desde 2004, é usuária do método desde julho de 2010 e vem sendo acompanhada pelo Centro de Formação Famílias Novas – Canção Nova (filiada ao Cenplafam-Woomb-Brasil).

Para ela as vantagens são inúmeras. “É um método fácil de aprender, econômico, pois não utiliza drogas nem dispositivos. Por ser não ser invasivo, não provoca efeitos colaterais. É simples, confiável e aceito em diferentes culturas, podendo ser utilizado até por mulheres cegas e analfabetas, uma vez que a descrição se faz pelas sensações na vulva. Além disso, propicia o autoconhecimento da mulher e aproxima o casal. Posso afirmar que esse método é um grande presente de Deus. O método possibilita o diálogo, o conhecimento mútuo, une ainda mais os cônjuges. Possibilita-nos estar abertos à vida e a planejar, de forma responsável, a paternidade e a maternidade.”

Quatro dicas para aprender a usar o método e evitar a gravidez

1. Depois do ciclo menstrual, o muco cervical inexiste ou é indetectável. Esse período é conhecido como pré-ovular ou seco e se estende até o 10º dia do ciclo.

2. No primeiro dia em que aparece o muco, inicia-se o período úmido, onde a mulher deve abster-se de relações vaginais. Durante tal o muco se inicia muito consistente até que vai clareando e aumentando a quantidade.

3. O pico de estrogênio se dá quando este alcança máxima quantidade e limpidez; após a ovulação o muco começa a diminuir em quantidade e viscosidade até a próxima menstruação.

4. Para seguir esse método, a mulher precisa observar a presença de secreções vaginais. O casal deve evitar relações sexuais com penetração durante o período úmido até quatro dias depois do ápice. Até a próxima menstruação as secreções continuarão escassas ou inexistentes e o casal poderá ter relações livremente. Para tornar o método eficaz, é necessário evitar relações sexuais durante a menstruação, pois isso dificulta a análise do muco cervical. De qualquer forma, as possibilidades de engravidar são mais baixas nos primeiros seis dias do ciclo.

 

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