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No centenário do genocídio, CNBB presta solidariedade ao povo armênio

Confira, na íntegra, a mensagem de solidariedade ao povo armênio divulgada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O texto foi produzido durante a 53ª Assembleia Geral da instituição, que aconteceu entre 15 a 24 abril. Religiosos lembram os 1,5 milhão de mortos por massacre do Império Otomano.

 

Mensagem de Solidariedade aos Cristãos Perseguidos e ao Povo Armênio no Centenário do Genocídio

Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele” (1Cor 12,26).

Foto de: Thiago Leon

Abertura da Assembleia Geral da CNBB  (Credito-Thiago Leon)

Nós, Bispos do Brasil, reunidos na 53ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, manifestamos nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem uma perseguição cruel e violenta na Síria, Iraque, Irã, Índia, Egito, Argélia, Burundi, Líbia, Nigéria, Tunísia, Sudão, Quênia, Indonésia, Coreia do Norte e outros lugares.

Por professar a fé cristã, esses irmãos e irmãs vivem em constante ameaça de vida devido à política de extermínio, através da expulsão de suas casas e cidades, do estupro e outras violências físicas, chegando até ao martírio. A eles nos unimos na oração, na comunhão dos afetos e sofrimentos e na fidelidade a Cristo que neles continua a sua Paixão.

Esses irmãos e irmãs perseguidos não estão esquecidos. Convidamos nossas comunidades a interceder por eles e partilhar recursos, mantendo um forte elo de unidade e compaixão. “Assim como na Igreja antiga o sangue dos mártires se tornou semente de novos cristãos, também nos nossos dias o sangue de muitos cristãos se torna semente da unidade” (Papa Francisco, Discurso no encontro com o Patriarca Karekin II, 05.08.2014).

No espírito fraterno de compromisso e solidariedade, abraçamos o povo Armênio, que faz memória do centenário do genocídio de 1.500.000 filhos e filhas. Acolhemos em nossa oração os sofrimentos e dores desses irmãos e irmãs, certos da consolação e da compaixão do Deus da Vida, que defende a dignidade, a liberdade, a paz e a reconciliação entre todos os povos.

Expressamos também nossa proximidade a todos os que são perseguidos por causa de sua fé. Renovamos nossa confiança no diálogo inter-religioso, em especial com o Islã.

Reafirmamos o que declarou o Concílio Vaticano II: “para que se estabeleçam e consolidem as relações pacíficas e a concórdia no gênero humano, é necessário que, em toda a parte, a liberdade religiosa tenha uma eficaz tutela jurídica e que se respeitem os supremos deveres e direitos das pessoas de praticarem livremente a religião na sociedade” (DH, n. 15).

Nossa Senhora Aparecida, que como Mãe, aos pés da cruz, acompanhou o martírio de seu Filho, proteja, anime e fortaleça esses irmãos e irmãs na sua cruz e sofrimento.

Aparecida - SP, 21 de abril de 2015. 

 

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão e Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da CNBB

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