O JS conversa com o médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza, que passa dicas e orientações sobre a osteoporose.
Segundo o especialista, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), a doença é um “mal silencioso” que afeta principalmente homens e mulheres em idade madura.
O médico passa informações detalhadas sobre a doença, além de dicas valiosas sobre prevenção.
Jornal Santuário de Aparecida – O que é a osteoporose e quem está mais propenso a ter o problema?
Foto de: Divulgação
Caio Souza, da SBOT, alerta que alimentos ricos
em sódio podem "roubar" cálcio do organismo
e contribuir para aparecimento da osteoporose;
exercícios físicos e alimentação balanceada
ajudam a prevenir doença
Caio Gonçalves de Souza – Osteoporose é a perda da resistência dos ossos. Nosso esqueleto é formado por vários ossos, cuja função é dar sustentação ao corpo, além de proteger órgãos importantes, como o cérebro e o coração. Para isso, os ossos são formados por um tecido mineralizado, rico em cálcio e fósforo, que tem como característica uma grande resistência. Com o passar dos anos, as pessoas podem ir perdendo esses minerais que compõem o tecido ósseo, como o cálcio, e eles ficam menos resistentes a traumas, podendo fraturar mesmo com pequenos acidentes.
Normalmente, as pessoas que apresentam fraturas devido à osteoporose são mulheres após a menopausa – já depois dos 50 anos – e homens após a andropausa (após os 70 anos), devido a alterações hormonais que ocorrem nessa faixa etária.
JS – Quais as principais consequências para o portador?
Souza – A osteoporose é uma doença silenciosa, isso é, não mostra sinais que está ocorrendo, até que a sua complicação ocorre. A grande consequência são as fraturas, que costumam ocorrer na região dos ombros, punhos, quadris e coluna. Algumas vezes, pessoas de mais idade, principalmente mulheres, apresentam muita dor nas costas e dizem que estão perdendo altura. Isso é um sinal de pequenas fraturas pela osteoporose que estão ocorrendo por todos os ossos da coluna. Outras vezes a situação é mais grave, e a paciente pode quebrar o quadril, cair no chão e não conseguir mais andar.
JS – Qual a relação entre a ausência de cálcio no organismo e a osteoporose?
Souza – O cálcio é um dos principais minerais que formam o osso. Ele funciona como um tijolo dentro de uma parede. Se formos retirando os tijolos do meio de uma parede, ela irá ficar mais fraca até que irá desabar. Se o corpo não tiver uma boa ingestão de cálcio através da alimentação – isso por algumas décadas – irá retirar o cálcio dos ossos para utilizá-lo em outros locais, como nos músculos, no coração e no cérebro. Com isso, os ossos irão ficar “ocos” e sua estrutura irá desabar, levando a fraturas. Se não tivermos uma boa alimentação nos fornecendo o cálcio, com o tempo isso irá levar à osteoporose.
Outro problema que pode surgir é termos uma boa dieta alimentar, porém não fazermos exercícios. Sem os exercícios, o cálcio que sobrar da alimentação não será guardado nos ossos, mas eliminado pela urina. Logo, não teremos uma boa reserva desse mineral nos ossos para períodos onde a perda dele for muito grande.
JS – Existem alimentos que podem roubar o cálcio do organismo? Quais seriam e como evitá-los?
Souza – Primeiramente, há alimentos ricos em cálcio, que são importantes na prevenção da doença. Leite e seus derivados, como queijos e iogurtes, são alimentos ricos nesse mineral. Verduras como espinafre, couve, brócolis e até mesmo o feijão também podem fornecer cálcio para nosso corpo, logo devem estar sempre presentes na nossa alimentação e até mesmo a sardinha em lata; Para uma lista mais completa, acesse o site artrose.med.br.
Qualquer tipo de alimentação que atrapalhe a absorção do cálcio pode levar à osteoporose a longo prazo. Alimentos ricos em sódio, como refrigerantes ou salgadinhos são exemplos. O sódio concorre com o cálcio para ser absorvido; assim, quanto mais sódio na alimentação, menor a quantidade de cálcio que será absorvida. Alimentação com excesso de proteína também pode evitar que o organismo aproveite o cálcio dos alimentos, assim como bebidas alcoólicas em excesso.
JS – É possível fazer a reposição de cálcio com suplementos?
Souza – Sim, é possível suplementar o cálcio da alimentação com pastilhas de carbonato de cálcio ou citrato de cálcio. Isso normalmente só é feito caso os pacientes apresentem uma dieta ruim e não tenham condições de mudá-la.
Essas pastilhas oferecem mais cálcio para ser ingerido pela pessoa, logo não são medicações. Porém, o uso excessivo pode vir a causar problemas nos vasos sanguíneos em algumas pessoas.
Em casos específicos, onde a pessoa já apresente um nível baixo de cálcio nos ossos, visto em um exame chamado de densitometria óssea, essa suplementação pode ser indicada, assim como a suplementação de vitamina D. Pesquisas mostram que mulheres após a menopausa, com uma história na família de casos de osteoporose, irão se beneficiar desta suplementação e terão menor risco de terem fraturas.
JS – Quais dicas passaria como forma de prevenção à osteoporose?
Souza – A melhor forma de se prevenir da osteoporose é ter hábitos saudáveis. Pessoas que não são sedentárias, que costumam fazer caminhadas ou algum tipo de exercício, que tomam um pouco de sol nas pernas ou antebraços todos os dias e que têm dieta bem variada e equilibrada terão menor chance de fraturas devido à osteoporose. As mulheres, principalmente após a menopausa, devem fazer a cada um ou dois anos, o exame da densitometria óssea e acompanhar com um médico para evitar que a osteoporose possa progredir e levar a fraturas.
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