Por Carolina Alves Em Notícias

Padre José Carlos Pereira demonstra gratidão em transmitir conhecimento

“Eu escrevo para os outros e quando um livro é publicado é muito gratificante, pois sei que outras pessoas irão ter acesso àquilo que escrevi.” Gratidão em transmitir conhecimento. Sensação que não se resume às mais de 60 publicações de padre José Carlos Pereira, mas a todo trabalho dedicado em entender, a acolher e a aconselhar pessoas e a auxiliar na manutenção da realidade paroquial.

Foto de: Arquivo Pessoal

Pe. José Carlos - Arquivo Pessoal

Padre José Carlos Pereira: "A
formação na área das Ciências
Sociais, somada à teologia, tem
ajudado muito no meu ministério,
pois consigo entender melhor as
pessoas e seus problemas e
acolhê-las melhor, pois a maioria
dos problemas que elas carregam
são problemas sociais"

As palavras sábias e humanas são, dia a dia, lapidadas pela formação e proximidade das Ciências Sociais, principalmente Sociologia e Antropologia, duas grandes paixões. Por meio delas, toca o coração de quem se permite refletir e meditar os textos que ele escreve.

O vigário da paróquia São Sebastião, em São Carlos (SP), e assessor do Centro Cultural Missionário (CCM) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mostra ao JS as outras formas que utiliza para falar ao coração do próximo:

JS A congregação da qual o senhor faz parte é a da Paixão de Jesus Cristo. Qual é a missão dos passionistas? Por quais motivos decidiu ingressar nesse carisma para seguir sua vocação?

Padre José Carlos Pereira – A missão dos passionistas é atuar junto aos crucificados do nosso mundo, seja em paróquias, áreas missionárias e na missão Ad Gentes. O carisma da nossa Congregação é o da cruz, ou seja, da Paixão de Cristo, e isso consiste, entre outros procedimentos, enxergar nas pessoas que sofrem outro Cristo que é crucificado. Esse foi o principal motivo de ingressar nessa Congregação. Outro motivo é a vida comunitária. Antes de entrar para os passionistas busquei conhecer a minha diocese de origem (Bauru-SP), outras congregações e ordens, mas o carisma passionista me encantou de imediato.

JS – O senhor tem mais de 60 livros publicados. Qual sensação isso lhe traz? O que o inspira a escrever?

Padre José Carlos – A sensação que tenho desde o meu primeiro livro publicado é a de poder ajudar a outras pessoas com os meus conhecimentos e publicar um livro confirma essa sensação. Eu escrevo para os outros e quando um livro é publicado é muito gratificante, pois sei que outras pessoas irão ter acesso àquilo que escrevi. O que me inspira a escrever são as necessidades pastorais. Boa parte de meus livros são na área pastoral e de gestão eclesial. Quando eu era pároco via as lacunas que existiam nas paróquias, no âmbito de materiais em determinadas áreas, e escrevia sobre aquele tema para suprir aquela lacuna. Esse segue ainda sendo o critério primordial para eu produzir um livro na linha pastoral, mas tenho também outros, em outras áreas, como Sociologia, Antropologia, Teologia, espiritualidade e de autoconhecimento.

JS – Muitos de seus livros têm como foco a manutenção do ambiente paroquial. Qual sua relação com esse conteúdo?

Padre José Carlos – Eu fui pároco por alguns anos e posso dizer que conheço bem a realidade paroquial. Além disso, dou assessorias a dioceses e paróquias. Assim sendo, meus escritos antes de virarem livros são aplicados na pastoral. Faço o caminho inverso de muitos que escrevem nessa área, pois o mais comum é escrever o livro e depois aplicá-lo. Se o resultado foi bom, busco organizar o material e encaminhar para a avaliação de uma editora.

JS – De que forma sua proximidade a assuntos antropológicos e sociais auxilia no desenvolvimento das suas atividades religiosas?

Padre José Carlos – Ajuda e muito. Creio que eles foram essenciais para desenvolver minha escrita em todas as áreas, inclusive as de cunho espiritual. Sou fascinado pelas ciências sociais, sobretudo pela sociologia e a antropologia. E essa afinidade me ajuda a enxergar a realidade além das aparências, e assim poder lidar com ela com mais autoridade. Minha formação nessa área foi fundamental para o meu ministério pastoral. Por isso, nos meus escritos eu trato direta ou indiretamente da relação de pessoas, e conhecer sobre isso ajuda a dar consistência a teoria e a prática. É comum ouvir as pessoas dizerem: “padre, o senhor escreveu isso para mim”. A pessoa se identificou com aquilo, viu sua vida ali espelhada e isso de fato procede. Não que eu conheça aquela pessoa, ou que tenha escrito algo com base em sua vida, mas porque ali estão elementos sociológicos e antropológicos que fazem parte da vida de qualquer ser humano. A formação na área das ciências sociais, somada à teologia, tem ajudado muito no meu ministério, pois consigo entender melhor as pessoas e seus problemas e acolhê-las melhor, porque a maioria dos problemas que elas carregam são problemas sociais.

JS – Como tem sido a experiência de ser colunista do JS?

Padre José Carlos – O JS abriu uma porta para chegar a pessoas que antes eu não chegava. É muito gratificante saber que meus escritos tocam o coração das pessoas. Digo isso porque, vez por outra, alguém entra em contato comigo dizendo que gostou muito do que eu escrevi. Inclusive algumas pessoas se tornaram minhas amigas em redes sociais por meio de meus artigos no JS onde me conheceram. Tenho usado aquele espaço para escrever coisas leves, sensíveis que despertem algo de bom no coração de quem lê.

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