Papa Francisco tem se demostrado preocupado com a entrada de imigrantes ilegais na Europa, principalmente pela Itália. O Santo Padre fez um apelo à comunidade internacional, pedindo para que atuem com decisão e prontidão para evitar outras tragédias no Mediterrâneo, como as ocorridas nos últimos meses. Só este ano, a Organização Internacional de Migração (OIM) estima que cerca de 2 mil pessoas morreram tentando realizar a travessia.
Ao relembrar a tragédia que vitimou mais de 700 pessoas na costa da Líbia, no mês de abril, o Pontífice manifestou sua dor durante celebração do Ângelus. “São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade”, lamenta Francisco.
Recentemente, o Santo Padre expressou gratidão pelo esforço do governo italiano em socorrer e acolher refugiados que tentam entrar na Europa pelo mar. Mas, ele ainda reforça que é necessária uma participação internacional para sanar o problema.
A Cáritas Europa também manifestou consternação às tragédias. Em comunicado, a entidade informou que teme que essas demonstrações da inviabilidade moral da “Europa Fortaleza” estejam a matar o projeto europeu baseado na solidariedade e na defesa da dignidade de cada ser humano.
Foto de: Divulgação

Francisco fez apelo à comunidade internacional,
pedindo para que atuem com decisão e prontidão
em relação aos imigrantes
Nas sequências das várias tragédias, a Cáritas apela para a criação de canais seguros e abertos de entrada legal para a União Europeia e a introdução de um visto humanitário.
A maioria dos imigrantes vem de países africanos e de regiões de conflito no Oriente Médio. As embarcações têm como ponto de partida principalmente a Líbia – por conta da proximidade com a Itália. A viagem pelo Mediterrâneo é feita de forma irregular em botes ou em embarcações superlotadas, sem atender as mínimas condições de segurança. A travessia pode custar aproximadamente R$ 10 mil por pessoa. Muitos imigrantes não conseguem ficar no destino final e são mandados de volta ao país de origem.
Auxílio aos imigrantes
Um selo foi recém-lançado pelo Vaticano para comemorar os 150 anos do Corpo da Marinha italiana. A coleção filatélica extraordinária é uma homenagem à guarda costeira, que cotidianamente oferece socorro aos imigrantes em condições extremas que, levados por guerras e misérias, tentam atravessar o Mar Mediterrâneo. O Papa vai doar toda a arrecadação das vendas aos migrantes.
As imagens têm uma forte ligação com a frequente chegada de imigrantes ilegais. A ilha italiana é um dos principais pontos de entrada de imigrantes e, por isso, palco de inúmeros naufrágios e tragédias.
Um sigilo reproduz uma mão enquanto aperta a de um migrante. Um folder completa a coleção, com imagens atuais e históricas, como a de João Paulo II em visitas à Marinha. O selo vaticano comemora também a visita do Papa a Lampedusa em 2013. Estampado em 10 mil exemplares, cada cópia é vendida a 5 euros.
Somente em 2014, 170 mil migrantes foram salvos em operações de socorro no mar. Destes, 42 mil foram resgatados por navios mercantis que foram desviados de suas rotas.
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