Papa Francisco encerra viagem histórica aos Estados Unidos

O Papa Francisco encerrou no domingo (27), em Filadélfia, a sua primeira viagem aos Estados Unidos da América, onde multiplicou gestos de apoio aos mais desfavorecidos e mensagens religiosas e políticas sobre família, ecologia, migrações e solidariedade.

A visita começou na terça-feira (22), em Washington, e o Papa discursou no dia seguinte, diante do presidente Barack Obama, na Casa Branca, tendo feito a primeira referência aos temas da liberdade religiosa e da crise ecológica, que viriam a ser recorrentes.

Francisco recordou por diversas ocasiões a responsabilidade moral dos EUA em temas como o aborto, as migrações e o terrorismo.

Foto de: Andrew Harnik / Associated Press

Francisco chegou em Washington, nos Estados Unidos, na terça-feira (22)

Ainda na capital norte-americana, o Papa canonizou São Junípero Serra, franciscano do século XVIII que levou a mensagem cristã à Califórnia, recordando todos os que defenderam os direitos das populações indígenas.

Francisco foi o primeiro Pontífice a discursar perante o Congresso, manifestando admiração pela história norte-americana antes de apelar ao fim da pena de morte, bem como a uma maior ação na luta contra a pobreza e em defesa do meio-ambiente.

Apesar da barreira da linguagem – apenas quatro intervenções em inglês – e das evidentes limitações físicas, Francisco ultrapassou distâncias e ganhou simpatias como "o Papa do povo", arrastando multidões por Nova Iorque e pela Filadélfia.

Foto de: Associated Press

Primeiro Pontífice a discursar perante o Congresso norte-americano pediu o fim da pena de morte, além
de ações mais presentes contra a pobreza e à degradação ecológica

Na sede das Nações Unidas, onde foi o quinto a Papa a discursar até hoje, o Pontífice argentino aproveitou o palco global para apresentar uma série de preocupações: a reforma da própria ONU e das organizações financeiras internacionais, a pobreza, a crise ambiental e a perseguição dos cristãos.

Em Filadélfia, cidade símbolo da independência dos EUA, o Papa apelou à defesa da liberdade religiosa e ao diálogo entre os vários credos para promover o respeito pelo ser humano.

A mesma preocupação tinha marcado a cerimônia inter-religiosa em memória das vítimas dos atentados do 11 de setembro, no Ground Zero.

Foto de: Reuters

Em discurso na sede da ONU, em Nova Iorque, Papa criticou os órgãos financeiros internacionais,
pediu a reforma da própria organização, além de destacar a onda de perseguições por intolerância
religiosa

Uma semana antes de dar início a uma nova assembleia do Sínodo dos Bispos, Francisco encontrou-se com milhares de famílias de todo o mundo e pediu aos responsáveis católicos um discurso mais positivo sobre os temas do matrimônio e da vida familiar.

Na Missa final deste evento, o Papa abriu os braços da Igreja a todos os que trabalham em favor da família, independentemente de raças ou credos. 

Simbolicamente, o Papa encontrou-se com alunos imigrantes, sem-abrigo, presos e vítimas de abusos sexuais, a quem prometeu determinação.

O Papa Francisco deixou o aeroporto de Filadélfia, na noite deste domingo (27), com destino a Roma, ao aeroporto de Ciampino, onde chegou na manhã desta segunda-feira (28), concluindo assim a 10ª Viagem Apostólica Internacional. Ao se despedir dos EUA deixou uma mensagem aos voluntários e benfeitores que tornaram possível a realização do Encontro Mundial das Famílias.

Do aeroporto, o Pontífice se dirigiu diretamente à Basílica de Santa Maria Maior para um momento de oração e agradecimento a Nossa Senhora. Ao chegar à Cidade Eterna, Francisco tuitou: "De coração vos agradeço. O amor de Cristo guie sempre o povo americano!" 

A décima e mais longa viagem do pontificado, até ao momento, começou no último dia 19, com uma visita de quatro dias a Cuba.