Por Allan Ribeiro Em Notícias

Papa pede que acolhamos Jesus em nossas famílias

Com a conclusão da primeira etapa do Sínodo dos Bispos sobre a família, Papa Francisco convida a Igreja a refletir sobre as relações familiares durante as audiências de quarta-feira. O ciclo de catequeses faz parte das meditações e orações que devem acompanhar o caminho dos cristãos até outubro próximo para a celebração de uma nova Assembleia em que se abordará a vocação e missão da família na Igreja e no mundo. A exemplo da família de Nazaré, que nos empenha a redescobrir a vocação e o papel das famílias na sociedade atual, o Santo Padre ressalta o grande desafio que temos dentro de nossas casas: acolher a Jesus na família, na figura de cada membro.

Foto de: Divulgação

Catequese Papa Francisco - Divulgação

Papa convida cristãos a dar lugar a Jesus e acolhê-lo no
seio familiar 

Nos ensinamentos, o Pontífice expressa que devemos tornar normal o amor e não o ódio, fazer tornar comum a ajuda mútua, não a indiferença ou a inimizade dentro do seio familiar. Ele recorda que Deus escolheu nascer em uma família humana e se formou em uma vila remota da periferia do Império Romano, onde por trinta anos Jesus esteve. Lá realizou atividades como uma família comum, porém, com a essência da santidade.

A figura materna é a primeira a ser abordada por Francisco. Na catequese, o papel da mãe é apresentado como aquela que, muitas vezes, transmite o sentido mais profundo da prática religiosa nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende. Sem elas, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. “Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe e quase sempre deve a ela muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual”, lembra o Papa.

Maternidade não significa somente colocar no mundo um filho, mas é também uma escolha de vida, frisa o Pontífice. As mães devem dar vida pelos filhos, como uma espécie de martírio, no silêncio da vida cotidiana, no cumprimento honesto do dever e na oração.

A presença da figura paterna é o segundo tema abordado por Francisco. A ausência dos pais na vida dos pequenos e dos jovens, segundo ele, produz lacunas e feridas que podem ser muito graves. “Eles muitas vezes são ausentes, mesmo fisicamente, da casa, mas sobretudo porque, quando estão ali, não se comportam como pais, não dialogam com os seus filhos, não cumprem o seu papel educativo”, aponta.

A parábola do filho pródigo é ilustrada pelo Santo Padre para reforçar a missão dos pais no acolhimento aos filhos. Ele ressalta a dignidade e a ternura paterna à espera do retorno do filho, explicando que os pais devem ser pacientes e que muitas vezes não há outra coisa a fazer que não esperar e rezar com doçura, magnanimidade e misericórdia pelos filhos.

Para os pais e as mães, cada filho é único e irrepetível. “Os filhos são um dom e a alegria da sociedade”, expressa Francisco. Ele recorda de sua família, lembrando que ao questionar sua mãe sobre qual o filho era o predileto, ela dizia que eles eram como os cinco dedos de sua mão, se qualquer um lhe fosse tirado, faria falta a ela.

No relacionamento entre país e filhos, a catequese recorda o quarto mandamento “Honrar pai e mãe”. O Papa ressalta a importância dele e lembra que esta lei vem logo depois daquelas que dizem respeito ao próprio Deus. “De fato, contém algo de sagrado, algo de divino, algo que está na raiz de todo outro tipo de respeito entre os homens”, defende.

Com os irmãos, o Santo Padre ressalta que aprendemos a convivência humana, de como devemos nos relacionar em sociedade. Ter um irmão, uma irmã que te quer bem é uma experiência forte, impagável, insubstituível, considera Francisco.

Ele relembra a passagem de Caim e Abel que expressa exatamente o rompimento de fraternidade entre irmãos. “A fraternidade é uma coisa grande, quando se pensa que todos os irmãos habitaram o ventre da mesma mãe durante nove meses, vêm da mesma carne da mãe”, diz.

Aos idosos, o Santo Padre considera a importância da sociedade refletir sobre a problemática condição que eles vivem atualmente. Ele lembra que o idoso somos nós, em breve, e que se aprendermos a tratá-los bem, assim nós seremos tratados quanto atingirmos mais idade. “Em uma civilização em que não há lugar para os idosos ou são descartados porque criam problemas, esta sociedade leva consigo o vírus da morte”, pontua.

A oração dos idosos é avós é um grande dom para a igreja, diz o Sumo Pontífice. Ele recorda o Papa emérito Bento XVI, que decidiu passar na oração e na escuta de Deus a última etapa de sua vida. Francisco manifestou o seu desejo para as diferentes gerações presentes na Igreja. “Como gostaria de uma Igreja que desafia a cultura do descartável com a alegria transbordante de um novo abraço entre os jovens e os idosos”, pede.

Em um último momento, o Santo Padre aborda as crianças, ressaltando as riquezas que elas levam a humanidade. O Papa diz que elas têm um olhar confiante e puro diante da realidade, além da capacidade de darem e receberem ternura, sendo exemplo a ser seguido pelos adultos.

Depois de ter revisado as diversas figuras familiares, o Papa reintegrou que a Igreja, como mãe, não abandona nunca a família, mesmo quando essa é abatida, ferida e de tantos modos mortificada. “Nem mesmo quando cai no pecado, ou se afasta da Igreja; sempre fará de tudo para procurar curá-la, convidá-la à conversão e reconciliá-la com o Senhor”, diz.

 

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