Por Allan Ribeiro Em Notícias

Pastoral do Turismo conduz fiéis à vivência com Deus

O turismo religioso vem crescendo gradativamente no Brasil. Estimativas do Ministério do Turismo (MTur) apontam que cerca de 17,7 milhões de pessoas viajaram pelo país, no último ano, motivadas pela fé. Para propiciar uma experiência singular e mais aprofundada na fé cristã a esses peregrinos, a Igreja no Brasil tem desempenhado um trabalho pastoral importante no segmento. Muito mais do que fomentar o potencial turístico das dioceses, busca-se evangelizar e acolher bem os fiéis.

 

A missão da Pastoral do Turismo é acompanhar de perto os caminhos mais variados de turismo e despertar o interesse nas comunidades locais para um trabalho de presença evangelizadora, tanto para quem chega quanto para quem acolhe. “O trabalho da Pastoral é acompanhar o turista onde ele estiver, proporcionando uma experiência espiritual durante o seu merecido repouso”, explica o bispo referencial para Pastoral do Turismo e arcebispo de Maringá (PR), dom Anuar Battisti.

Foto de: Divulgação

Dom Anuar - Divulgação

Dom Anuar Battisti explica que o objetivo da Pastoral
é que o turista tenha uma experiência de fé durante
uma viagem

Para tornar sólida todas essas ideias, em 2004 foi iniciada a Pastoral no país. O movimento surge como uma ramificação da Comissão de Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Experiências bem consolidadas pelo mundo, assim como a organização exemplar dentro das estruturas do Vaticano servem como combustível para a concretização do projeto.

A diversidade cultural aparece como fato positivo nesse contexto, uma vez que as viagens se tornam oportunidades que favorecem o encontro, o diálogo, a tolerância, o respeito e a mútua compreensão. A Pastoral do Turismo no Brasil trabalha de forma inter-religiosa com as quatro principais matrizes – cristã, afrodescendente, oriental e nativa.

Nos últimos dois anos, as ações vêm ganhando maior expressão, caminhando para a oficialização e o reconhecimento. Para isso, foi instalada uma coordenação nacional e elaborado um estatuto que irá reger todas as atividades do organismo. Agora, a Pastoral aguarda o aval da Secretaria-Geral da CNBB.

Segundo o bispo, a partir da oficialização, as atividades terão como base as dioceses. Mesmo aquelas que não tenham potencial turístico poderão desenvolver os trabalhos. Ele explica que, apesar de muitas não possuírem pontos para visitação, elas têm a possibilidade de receber visitantes com outros interesses, por isso é importante saber acolher bem.

A proposta é que as Igrejas particulares possam ter agentes preparados para acompanhar os turistas, que saibam conduzir a comunidade na acolhida e respeito mútuo e que se ocupem com os trabalhadores de turismo. Receber bem o peregrino é uma forma de evangelizar, como enfatiza o bispo. “O antes, o durante e o depois de uma viagem necessitam de um acompanhamento para que não se torne apenas uma viagem, descolada da experiência de fé.”

Nessa trajetória, são inúmeros os desafios, mas o bispo frisa que eles devem ser encarados como uma oportunidade e não um obstáculo. Em um primeiro momento, a missão do organismo é fazer com que as comunidades conheçam o rosto Pastoral. E, posteriormente, as ações vão acompanhar de perto os caminhos mais variados de turismo e despertar o interesse das dioceses.

Sementes da missão

Atualmente, já existem trabalhos de acolhimento pastoral em diversos Santuários e Igrejas pelo país. Desde maio, o Santuário de Nazaré, em Belém (PA), dedicou-se a atender de forma mais especial os peregrinos. As ações na comunidade têm como função informar os turistas e a comunidade em geral sobre a importância do Círio de Nazaré. Para atender os dois milhões de fiéis que participam da festa, que acontece em outubro, a Igreja recruta voluntários com o intuito de prestar informações turísticas e promover a evangelização durante a quadra nazarena.

Foto de: Divulgação

Logo - Divulgação

Logomarca da Pastoral do Turismo
se traduz em simplicidade, fluidez
e continuidade

O Mundial de Futebol no ano passado também é um exemplo de como as ações da Pastoral se desenvolvem. Durante a Copa, missas foram celebradas em outros idiomas e os turistas tiveram indicações de pontos turísticos religiosos nas cidades-sede. 

A Pastoral também se preocupa com as mazelas que permeiam a atividade turística. No mesmo período do evento esportivo, a entidade preparou o material Copa do Mundo Dignidade e Paz. O folder surgiu após encontros entre representantes das 12 cidades-sede do mundial e buscou mostrar formas de acolher o turista e orientar as comunidades locais sobre os riscos de um evento como esse. O material trazia exigências para que acontecessem ações eficazes para evitar o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual durante o evento.

Encontro Nacional

Em novembro, Aparecida sediará o 2º Encontro Nacional da Pastoral do Turismo. Sob o tema Identidade e Missão da Pastoral do Turismo, o evento será realizado no Hotel Rainha do Brasil entre os dias 03 e 05. Dom Anuar conta que o encontro evolverá todas as dioceses, até mesmo aquelas que estão em processo de organização ou as que desejam iniciar os trabalhos.

O objetivo principal do encontro é mostrar o verdadeiro rosto e a efetiva ação concreta da Pastoral. O bispo espera que até data possa-se anunciar oficialmente a existência do organismo, já tendo a identidade e a missão bem especificados.

 

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