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Publicitário lança livro sobre superação das drogas e reencontro com Deus

O designer gráfico e publicitário Júlio César Borges de Oliveira, de 31 anos, acabou de lançar, de forma independente, o seu primeiro livro Quem como Deus? Ninguém como Deus. Em 120 páginas Júlio conta parte de sua história. Ele viveu dos 15 aos 25 anos a experiência negativa do mundo das drogas, período que causou decepções e tristezas à família. Já convertido e recuperado, começou a ministrar palestras de conscientização e testemunho sobre o uso de drogas em comunidades, paróquias e escolas.

Foto de: Arquivo Pessoal

Júlio César de Oliveira - Arquivo Pessoal

"Aconselho acreditar em Deus e
buscá-lo cada dia. E que os jovens
desistam de qualquer ideia de usar
drogas, incluindo a bebida que é
uma droga lícita. Aproveito para dizer
que Deus tem um propósito na vida
de cada um, e se confiarmos nele,
podemos ser pessoas extraordinárias
e fazer a diferença no mundo"

Júlio largou as drogas porque teve uma experiência de reaproximação com Deus. Por tempo, toda a história permaneceu arquivada apenas como registro, mas com o falecimento de sua mãe no ano passado, o escritor relata ter recebido um chamado “muito forte” para transformar a experiência vivida em livro.

Com determinação e perseverança, de forma totalmente independente, um ano e sete meses depois o primeiro esboço estava pronto. Júlio contou com a ajuda de amigos, que com olhar crítico direcionaram a lapidação da obra, auxiliando na revisão dos textos e apontando possíveis melhorias.

Com o trabalho finalizado, era hora de encontrar uma editora interessada em fazer a publicação, porém, o autor não obteve sucesso. E mesmo assim, seguiu adiante, com a decisão de tornar real seu projeto de forma autônoma. Recebeu mais uma vez apoio de amigos, que trabalharam na diagramação e fizeram também doações em dinheiro.

Após fechar parceria com uma gráfica para impressão dos exemplares, o designer finalizou o processo criando o designer da capa do livro, que recebeu então título e o prefácio, escrito de forma generosa e especial pelo padre Haroldo, mentor espiritual de Júlio e conhecido por seu trabalho com dependentes químicos.

Foram impressos quinhentos exemplares e toda a verba arrecadada com a venda é integralmente revertida para o instituto padre Haroldo. A intenção do autor é atingir o público jovem e pessoas que se afastaram de Deus em algum momento da vida e mostrar a força de Deus e da fé na cura pessoal. O JS bateu um papo com Júlio. Ele contou mais detalhes.

Jornal Santuário de Aparecida – Conte como foi a sua infância e adolescência e o que o levou às drogas?

Júlio César Borges de Oliveira– Aos 15 anos comprei meu primeiro cigarro e comecei a beber todos os dias em um bar perto do colégio. Isso me abriu portas para muitas coisas, inclusive para o vício e para o uso da maconha que era minha droga de preferência. A distância da família que eu mesmo criei, a falta de interesse em Deus e a vontade de conhecer as coisas do mundo fizeram-me conhecer o universo de morte das drogas. O mundo é gostoso, porém ele nos engana e afasta-nos de tudo que é precioso.

JS – Dizem que tudo que é ruim pode ter um lado bom. Em seu tempo de vício, aprendeu algo bom que carregará para o resto da vida?

Júlio C. Borges – Quando se perde o que mais importa, como a família, os amigos de verdade, o controle sobre a vida e o relacionamento com Deus, sabemos o quanto nos destruímos aos poucos, mas quando resgatamos tudo isso, sentimos que o milagre da vida está nas pequenas coisas.

JS O que o aproximou da Igreja?

Júlio C. Borges – O que me aproximou da Igreja foi minha experiência com Deus. A partir do momento em que tive meu despertar espiritual eu senti uma necessidade de me religar a Deus. A palavra religião é isso, vem de religare, que significa religar-se a Deus, e a religião católica tem me ajudado profundamente.

JS Quem foram as pessoas que lhe estenderam a mão?

Júlio C. Borges Minha família e amigos mais próximos, mas principalmente meus pais. Claro que nem todo mundo tem uma base familiar que seja forte, mas agradeço a Deus por ter pais que foram fundamentais no momento mais delicado da minha vida.

JS Na sua opinião o que mais leva as pessoas às drogas?

Júlio C. Borges É a curiosidade. O mundo das drogas não é um mundo isolado, ele convive com outros como a malícia da sexualidade, a alegria momentânea de festas, enfim, não posso ser hipócrita em dizer que esse universo não é gostoso, porque ele é, porém ele mata aos poucos, consome a alma de uma maneira que não se percebe. Acredito que se a palavra de Deus entra na vida do jovem de uma maneira que o cative, com carisma e falando a linguagem dele, dificilmente ele vai cair na tentação do mundo.

JSComo surgiu a ideia de escrever um livro?

Júlio C. Borges Surgiu depois que minha mãe faleceu, em abril do ano passado. Estava dando meu testemunho em um retiro que aconteceu 10 dias depois do falecimento da minha mãe, e quando terminei de falar, levantei-me e saí do local; então um garoto se levantou e perguntou-me se poderia dar a ele um livro com o testemunho, eu disse que não tinha livro nenhum e então percebi que Deus queria que eu escrevesse um livro. Foi um sinal simples, mas forte como são todas as coisas de Deus.

JS Qual mensagem quis passar no livro?

Júlio C. Borges A mensagem de que Deus é o único que pode nos trazer a felicidade e a verdadeira paz. Que sozinhos não somos ninguém, mas com Ele somos fonte de luz para outras pessoas.

JS Do que se arrepende?

Júlio C. Borges De não ter passado mais tempo com a minha família, mas sei que a vida é feita de escolhas e colhemos o que plantamos. Escolhi uma vida egoísta por um tempo e perdi um momento precioso. Faz parte do aprendizado.

JS Quem é Deus para você?

Júlio C. Borges Meu Pai e quem conduz minha vida e a de todos. Aquele que tudo pode. Aquele que é.

JS Quais são seus sonhos? Qual o seu foco para o futuro?

Júlio C. Borges Meu sonho é buscar cada vez mais evangelizar através da minha missão e de levar a palavra de Deus aonde Ele me levar. Quero ter uma família abençoada por Deus e assim ser um bom pai, um bom marido e um bom cidadão na sociedade. Também busco sempre levar amor e luz pra quem cruza meu caminho e acredito que Deus me ajuda em tudo isso.

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