As discussões sobre o tema prioritário da 53ª AG – “Os cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade” – deverão ser aprofundadas durante esta e a próxima Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A intenção é a criação de um documento oficial no ano que vem, para que haja mais envolvimento de toda a Igreja. “Agora, é preciso a gente lançar nas bases para mudar um pouco a mentalidade da hierarquia e também do laicato”, diz o presidente reeleito da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato e bispo de Caçador (SC), dom Severino Clasen.
Foto de: Deniele Simões / JS
Dom Severino Clasen, da Comissão Episcopal
Pastoral para o Laicato, ressalta necessidade
de delegar mais funções aos leigos
Ainda de acordo com o presidente da Comissão, o documento de estudados elaborado no ano passado foi encaminhado para todo o Brasil e revertido em muitas sugestões para a Assembleia deste ano. “Vários grupos trouxeram contribuições, mas queremos que esse texto continue cavoucando mais”, ressalta.
Os pontos-chaves do documento mostram a necessidade de maior envolvimento dos leigos na sociedade, fazendo com que os cristãos assumam o Batismo. “Ser Igreja tem de ser um sinal na sociedade e precisamos saber nos readaptar a uma vivência no mundo de hoje; e esse documento trabalha muito em cima disso”, explica.
Essa readaptação da vida de fé passa também pelos chamados areópagos, que são os ambientes onde a Igreja não está muito presente, como as universidades e o mundo empresarial, por exemplo.
“A Igreja se afastou e está na hora de novamente retomar e somar forças, porque temos leigos muito bem preparados e que estão em standby”, justifica.
Presença maior na Igreja
Dom Severino também citou o Papa Francisco, que tem defendido mais participação dos leigos e leigas na Igreja. Para o prelado, é preciso que o laicato assuma, de fato, o protagonismo na evangelização, assim como na transformação da sociedade.
O presidente da Comissão também diz ser preciso avançar nas estruturas da própria Igreja, para que se supere o problema do clericalismo. “É muito bom deixar que padres e bispos decidam, mas é preciso que os leigos assumam seu papel”, salienta.
Dom Severino Clasen também chama a atenção para os leigos que fazem vistas grossas para as injustiças ou se envolvem em atos de corrupção. “Como o sujeito que é batizado, professa que acredita em Deus, diz que é cristão e se cala diante de tanta injustiça? E no Brasil, quem está envolvido em corrupção também não é cristão?”, questiona.
O presidente da Comissão defende também que bispos e padres precisam avançar, confiando mais papéis ao laicato, assim como os leigos e leigas
Tradicionalmente, ainda há receio em delegar aos leigos a tomada de decisões importantes na Igreja, o que o bispo atribui a uma questão de formação. “Essa resistência está um pouco dentro disso, mas é preciso mudar essa mentalidade. Espero que não precisemos deixar passar uma geração para mudarmos”, ressalta.
Para Severino, há leigos cada vez mais compromissados e conscientes do papel que podem exercer. “São pais de famílias, leigas consagradas, leigos que têm o seu mundo profissional e estão muito bem preparados. Não podemos abafar a voz deles”, finaliza.
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