Profetismo: construir uma sociedade justa e solidária. Este é o tema do VIII Conenc, encontro organizado pela Pastoral Afro-Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontecerá de 16 a 19 de julho, em Duque de Caxias (RJ).
Foto de: Reprodução / CNBB
Padre Jurandyr: "O protagonismo
do povo negro está relacionado a
dois aspectos interconectados: o
processo de resgate de culturas
seculares e as ameaças a seus
respectivos patrimônios, bases
de manutenção de culturas e da
forma de vida original"
A oitava edição do Congresso Nacional das Entidades Negras Católicas reunirá lideranças da comunidade negra ligadas à Pastoral para debater a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Segundo o assessor nacional da Pastoral, padre Jurandyr Azevedo Araújo, as expectativas para o Congresso refletem o comprometimento dos participantes.
“Há um entusiasmo grande, uma energia positiva desde quando anunciamos o VIII Conenc e estarmos novamente agindo em relação ao profetismo e à sociedade”, afirma.
Os objetivos do Conenc são enfocar a justiça e o profetismo a partir da caminhada do povo nos livros do Êxodo e de Isaias; refletir a identidade negra por meio da consolidação das políticas e das ações afirmativas; partilhar as espiritualidades experienciadas pela comunidade afro-brasileira e avançar na reflexão sobre as questões do diálogo Inter-religioso na Pastoral.
Realidade de exclusão
Padre Jurandyr ressalta que os negros ainda vivem uma forte realidade de exclusão social e, por isso, ainda há muito a fazer. “Desde a abolição, quando os negros foram lançados, sem nada, a sua própria sorte, a população negra tem lutado por justiça e igualdade”, pontua.
De acordo com o sacerdote, a exclusão e desigualdade atingem uma grande parcela da população brasileira e que a maior parte dos negros está inserida nessa realidade, segundo Jurandyr.
Ele defende que a questão dos direitos de negros seja assumida por toda sociedade brasileira. “Também são importantes as condições de educação, trabalho, renda, lazer, habitação, posse e titulação de terras quilombolas, liberdade religiosa, o fim de todas as formas de intolerância etc.”, opina.
Em relação à violência sofrida pelos negros – seja simbólica ou explícita – há comprovação por meio de estatísticas e o problema esbarra em questões educacionais. “Essa parcela da população não possui uma qualificação profissional técnica e amplia o contingente de desempregados, tornando presa fácil por fatores que levam às convivências negativas”, lamenta.
Encontro Afro-americano e Caribenho
Ao falar sobre o protagonismo dos negros, o assessor nacional da Pastoral lembra que a Pastoral também se prepara para o XIII Encontro de Pastoral Afro-americano e Caribenho, no Haiti, entre os dias 20 a 27 de julho.
Com o tema O povo Afro-americano e Caribenho como protagonistade sua história e desenvolvimento humano integral e lema Negritude solidária, força transformadora, o encontro debaterá cidadania e dignidade da pessoa humana à luz do Evangelho.
“O protagonismo do povo negro está relacionado a dois aspectos interconectados: o processo de resgate de culturas seculares e as ameaças a seus respectivos patrimônios, bases de manutenção de culturas e da forma de vida original”, ressalta.
Padre Jurandyr avalia que, nos últimos anos, o movimento negro foi um importante protagonista no processo de inclusão social e empoderamento da população afro-americana e caribenha. Segundo ele, o fortalecimento do protagonismo dessas comunidades é a chave para a garantia de direitos e depende da participação efetiva da na formulação de políticas e programas.
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