A menos de um mês para as eleições de outubro, o paraibano Rodolpho Raphael ainda não sabe em quem vai votar para Presidente da República. O motivo, segundo ele, é a mornidão das campanhas. “Os debates estão mornos. Esperava mais. As campanhas estão muito silenciosas, fracas e polarizadas. Nos programas eleitorais, veem-se mais produções cinematográficas do que apresentações de propostas”, reclama.
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Jornalista e professor universitário, Raphael ressalta que, apesar disso, está tentando analisar as propostas dos principais candidatos. “Acredito que todo eleitor que se preze deve ter o mínimo de responsabilidade em pesquisar sobre as propostas e a vida daqueles que querem reger o nosso país pelos próximos 4 anos”, afirma.
Para ele, o que pode fazê-lo decidir o voto até o dia 5 de outubro é o teor das propostas dos candidatos sobre três temas: saúde, educação e saneamento básico. “Esse tripé é o que sustenta todos os outros”, defende.
Rodolpho Raphael está longe de ser uma exceção. Se para o jornalista paraibano a única dúvida é na escolha do Presidente da República, uma pesquisa divulgada no final de agosto revela que cerca de 59% dos eleitores de São Paulo ainda não decidiram em quem votar para os vários cargos em disputa.
Sem perguntar ao entrevistado o nome do candidato preferido, a pesquisa aponta que apenas 23% dos paulistanos se dizem convictos em suas escolhas. Cerca de 18% dos eleitores afirmaram que não irão às urnas ou que votarão em branco ou nulo.
Realizada pela agência Rino Com, a pesquisa Convicção e Consciência – Eleições 2014 entrevistou 400 pessoas das cinco regiões da Capital Paulista, entre os dias 24 e 29 de julho.
Utilizando uma metodologia voltada para medir o comportamento do eleitor, o levantamento identificou nesse eleitorado baixa confiança na capacidade de recuperação da economia brasileira. Esses mesmos eleitores, em sua maioria, demonstraram acreditar no impacto das redes sociais sobre a escolha do presidente.
A pesquisa identificou a internet, especialmente as mídias sociais, como ambiente decisivo para a definição do voto. Para 50% dos entrevistados, a web será o meio que mais influenciará o resultado das eleições de outubro. Dentre as ferramentas sociais mais utilizadas pelos eleitores paulistanos, o Facebook, com 98%, é praticamente unanimidade. O Instagram tem 30%, Twitter, 19%; Linkedin, 7%; e Whatsapp, 6%.
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Segundo o presidente da agência, Rino Ferrari Filho, com a internet, a sociedade está mais informada a respeito do que acontece no mundo, mas isso não significa necessariamente mais participação efetiva nos processos políticos e sociais. “Nossa pesquisa mostra que, se por um lado a sociedade mostra-se cada vez mais engajada virtualmente, o engajamento social ainda é pouco: apenas 7% do eleitorado participa de ONGs ou movimentos sociais. A maior participação se dá entre pessoas acima de 45 anos, com maior renda e nível superior completo”, afirma.
A pesquisa apontou ainda que 56% dos entrevistados aprovam os protestos de junho de 2013. Esse apoio é maior entre os eleitores mais jovens, com maior nível de escolaridade e renda acima de dez salários mínimos.
Para 35% dos entrevistados indecisos, o principal fator de decisão será o desempenho passado do candidato. Para 28%, o principal critério é a imagem do candidato. Um pouco menos, 27%, acredita que as propostas de campanha são o X da questão. Para 11% dos entrevistados, o aspecto decisivo é a situação econômica do País. O mesmo percentual acredita que o que mais conta são os aspectos relacionados à vida pessoal do eleitor. Cerca de 13% não soube dizer o que conquistaria seu voto.
“Este é o momento dos candidatos usaremas redes sociais para informar os eleitores sobre os programas de governo, além de citarem suas realizações, sempre que possível. A rede falará bastante deles e o melhor que podem fazer é interferir nesse conteúdo”, aconselha Ferrari.
Eleitores convictos
Entre os que já possuem um candidato, 71% afirmaram que não mudarão suas escolhas. Os outros 29% revelaram alguns fatores que podem fazê-los mudar de ideia: desempenho passado do candidato (8%), propostas de campanha (7%), imagem do candidato (3%), aspectos subjetivos da vida pessoal do eleitor (3%) e a situação econômica do País (2%).
“É interessante perceber como os fatores mudam. Para quem ainda está decidindo, a imagem do candidato conta mais do que as propostas de campanha. Por outro lado, para os que já decidiram, as propostas do candidato são mais importantes do que sua imagem”, afirma Rino.
Foto de: Rino Com
Rino Ferrari Filho: "Este é o momento
dos candidatos usarem as redes
sociais para informar os eleitores
sobre os programas de governo,
além de citarem suas realizações,
sempre que possível. A rede falará
bastante deles e o melhor que podem
fazer é interferir nesse conteúdo"
Já entre os que não votarão ou anularão o voto, 69% disseram que não voltarão atrás nessa decisão.
A pesquisa perguntou também o que os eleitores desejam para o Brasil. Cerca de 40% dos eleitores paulistanos desejam melhorias na saúde. A educação ficou em segundo, com 25% das respostas. Segurança foi o item principal para 19%. Outros temas citados foram honestidade e ética (17%), melhora na economia (13%), geração de empregos (7%), leis mais eficazes (6%), habitação (5%), assistência social (5%), transporte público (4%), ações de conscientização (3%) e reforma tributária (2%).
Registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – protocolo BR 0305/2014, o levantamento tem margem de erro de 4,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
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