Jornal Santuário

Quaresma: tempo de ver a imensidão do amor de Deus por nós

Escrito por Redação A12

25 FEV 2021 - 08H00 (Atualizada em 25 FEV 2021 - 09H02)

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Aproxima-se o Tempo da Quaresma para todos os homens e todas as mulheres. Esse é o Tempo de Deus em nossa frágil humanidade; tempo sacramental, pois nele podemos ver, com os olhos da fé, a imensidão do amor de Deus por nós.

É infeliz quem não acredita no amor, pois correrá o tempo todo para buscar alguma coisa, e até mesmo sem saber o que está buscando, para encontrar-se com o amor e poder dizer: fugi do amor e acabei por encontrá-lo! Somente o amor pode realizar plenamente o ser humano, seja ele europeu ou asiático, do Norte ou do Sul, do oriente ou do ocidente. O amor verdadeiro não tem limites. Esse tempo sacramental desperta-nos para essa lógica do Reino.

A lógica humana é muito frágil e precisa de muitos argumentos para se sustentar. A lógica do Reino é precisa: 'Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua própria vida perdê-la-á; mas quem perder sua vida por minha causa salvá-la-á' (Lc 9,23-24). É convite transparente, não se impõe: 'Se alguém quiser...'.

Diante de Jesus e de sua cruz se esvai toda lógica humana, pois o Reino não está na força e na dominação, mas, sim, no deixar-se envolver pela Palavra e pelo modo de ser e de viver de Jesus de Nazaré. Ele viveu para os outros.

A Quaresma nos dá o pleno sentido da vida, quando tomamos consciência de nós mesmos e de nossa responsabilidade no mundo. Voltar-se unicamente para si mesmo é cavar um abismo sob os próprios pés. Parece-me que há um clima em nossa sociedade que deseja desfazer-se de tudo o que é sagrado, verdadeiro, para consagrar o homem, suas atitudes, sua sabedoria.

O que é finito não pode tornar-se absoluto. Isso é o ilógico do homem moderno: querer tornar-se senhor de si mesmo, absoluto, negando toda dependência que temos dos outros e de Deus. A ciência passa, nossa história termina, nossas ilusões nos decepcionam. O que permanece é somente o amor, nada mais do que o amor, porque realiza-nos, fortalece-nos, faz-nos ser gente de verdade (1Cor 13).

O Tempo sacramental da Quaresma faz-nos voltar, sim, para o mais profundo de nosso ser, pois, como o barro nas mãos do oleiro é amoldado e ganha formas esplêndidas e encantadoras, também nós, nas mãos do Senhor, tornamo-nos artífices da paz e de seu Reino.

Deus levou-nos muito a sério, convocando-nos em Cristo, na força do seu Evangelho. Por isso, devemos, sim, ter grande estima por nós mesmos e aplicar toda nossa força, contando com a graça de Deus, para sair de nossa miséria. O homem e a mulher precisam fazer a história acontecer, mas contando com Deus, com seu amor, com sua presença.

Que a frieza do egoísmo não venha atingir e sobrepor-se à força do amor, que nos transforma e nos realiza verdadeiramente como pessoa humana. Nosso modelo de ser humano chama-se Jesus! Somente nele é possível realizar a Páscoa. Sem Ele é noite, é treva, é tristeza sem-fim.

Pe. Ferdinando Mancílio, C.Ss.R.

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