A produção de lixo no Brasil atinge a marca de 255 mil toneladas diárias e de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados em 2017, no Estudo "A Organização Coletiva de Catadores de Material Reciclável no Brasil: dilemas e potencialidades sob a ótica da economia solidária", de todo o lixo urbano produzido, apenas 13% de fato é reciclado, embora estima-se que de 30% a 40% de todo o lixo, teria condições de ser reaproveitado. O relatório aponta que os benefícios econômicos auferidos com o setor poderiam ser no mínimo seis vezes maiores com relação ao que se tem registrado atualmente.
De acordo com o Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), o gerenciamento de resíduos e a reciclagem empregam mais de 800 mil pessoas no Brasil, que separam cerca de 3 mil toneladas de resíduos recicláveis todos os dias. Para o Ipea 62% dos municípios brasileiros oferecem alguma iniciativa de coleta seletiva, principalmente municípios com mais de 100 mil habitantes e também a maior parte dos que mantêm o serviço estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste.
O baixo percentual de reciclagem têm impactos não só no curto prazo, mas também comprometem uma série de avanços, como o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – definidos durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015 e que deveriam ser atingidos até 2030. Considerados por especialistas o grande desafio dos próximos anos, esses objetivos envolvem a redução da geração de resíduos por meio de redução, reciclagem e reuso de materiais, o aumento da conscientização sobre desenvolvimento sustentável e a redução da poluição marinha, especialmente a advinda de atividades terrestres – algo que só será possível se governo, iniciativa privada e sociedade atuarem de forma conjunta.
Área específica
Apesar de estar longe dos números ideais, o Brasil, dentro de um setor específico de reciclagem é campeão mundial em reciclagem de alumínio e chega a reciclar cerca de 98% dos resíduos deste tipo de material, segundo diversas pesquisas feitas na última década, o que garante esse alto índice de reaproveitamento é a rentabilidade agregada a matéria prima. Os catadores, por exemplo, priorizam a coleta desse material, porque sabem que a venda é garantida e o valor comercial traz um boa fonte de renda. O Kg da latinha pode chegar a R$4,70, um dos mais altos praticados na indústria de reciclagem atualmente.
Países que mais reciclam no mundo
Alemanha - 64%
Áustria - 56%
Bélgica - 55%
Suíça - 54%
Holanda - 51%
Brasil - 13%
Fonte: European Environment Agency/Ipea
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