Provavelmente, seus pais, avós, alguém mais velho do que você pode já ter dito que você dorme demais. Ao mesmo passo que você pode já ter ouvido pessoas mais velha dizendo que já não dormem a mesma quantidade do que quando eram mais novos. Sabe por que isso acontece?
Um novo estudo, divulgado na publicação científica Proceedings of the Royal Society B pela neurocientista brasileira Suzana Herculano-Houzel, diz que a quantidade de sono seria proporcional à concentração de neurônios no cérebro. Ou seja, quanto maior a densidade de células nervosas, mais tempo é necessário passar dormindo.
Mas o que isso tem a ver com a quantidade de sono?
Segundo um estudo publicado na revista Science, é quando estamos adormecidos que ocorre uma "faxina" do cérebro, a limpeza de toxinas e detritos derivados das conexões cerebrais que se acumulam ao longo do dia. Quando os animais são privados de sono, essas toxinas em excesso podem comprometer sua capacidade mental.
Um cérebro com alta concentração de neurônios produz muitos detritos. Por isso, precisa de mais tempo de sono.
Segundo a cientista brasileira, quanto maior a concentração de neurônios, mais conexões ocorrem e mais toxinas são produzidas. Ou seja, um cérebro com alta concentração de neurônios produz muitos detritos. Por isso, precisa de uma faxina mais caprichada, ou, simplesmente, mais tempo de sono.
Por exemplo, enquanto um elefante fica 21 horas por dia acordado, um morcego faz o contrário e passa até 20 horas dormindo. Isso porque no minúsculo cérebro dos morcegos, a concentração de células nervosas é altíssima e a limpeza precisa ser mais pesada. Em compensação, no cérebro do elefante, que pesa nada menos que cinco quilos, a densidade de neurônios é baixa. Em poucas horas, a "faxina" está completa.
"A função do sono já estava bem estabelecida, mas esta é a primeira vez que conseguimos uma explicação razoável e que possa ser testada sobre necessidades tão diferentes de sono", constatou Suzana, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Seres humanos - O padrão de sono do homem varia muito também dentro da própria espécie. Enquanto um recém-nascido dorme de 16 a 18 horas por dia, os idosos tendem a dormir menos que as oito horas regulamentares.
"O que acontece nesse caso é que já nascemos com mais ou menos o número de neurônios que teremos na idade adulta. Mas, no cérebro pequeno de um bebê, a concentração é muito maior e, por isso, dormimos mais", disse a neurocientista.
"Conforme crescemos e mantemos o mesmo número de neurônios, a concentração diminui. No caso dos idosos, como perdemos neurônios com a idade, é esperado que durmam menos."
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