Por Martín Ugarteche Fernández Em Crescendo na Fé Atualizada em 12 MAR 2019 - 11H06

Como a missão do Papa pode alcançar a sua comunidade

Quando Simão foi chamado por Jesus a ser seu apóstolo, o Senhor lhe disse que, seguindo-O, ele se tornaria um pescador de homens. A oferta veio depois que Simão, de joelhos, afasta-se Dele, porque era um pecador. Anos depois, no mesmo mar da Galileia, Jesus Ressuscitado confirma Simão, agora Pedro, para apascentar as suas ovelhas.



Pescar e apascentar são duas ações que nos remetem a duas atitudes necessárias em nossa vida cristã: por um lado, arriscar, ir para águas mais profundas, confiando no Senhor; por outro cuidar dos irmãos que mais precisam de nós, demorar-nos com eles, sem temer diminuir o ritmo e ficar entre os últimos.

Vivemos num contexto cultural no qual as relações são efêmeras e as pessoas descartáveis. Em meio aos mais diversos recursos tecnológicos, feitos para aproximar-nos uns dos outros, sentimos falta de uma pertença a uma comunidade real, na qual nos sintamos acolhidos e compreendidos por quem somos, no mais íntimo de nós.

A Igreja é, precisamente, isto! Às vezes somos tentados a pensar que a Igreja é algo abstrato, que está lá em Roma e que somente se torna realmente palpável em grandes eventos, como a JMJ. Em parte é verdade que eventos como este tornam o grande mistério que é a Igreja, presente em toda a sua riqueza. Em lugares como Roma, onde confluem católicos do mundo inteiro para estar perto de Pedro, isso também se cumpre.

Mas a Igreja também está presente em nossas pequenas comunidades, naqueles que compartilham conosco o dia a dia, com quem celebramos a Eucaristia e participamos de diversas iniciativas pastorais ou, quiçá, de um grupo de oração. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos e pediu para que fizessem o mesmo entre eles, estava falando também a uma dessas pequenas comunidades, a primeira que já existiu. Quando o Senhor nos pede para servir o irmão, refere-se principalmente a esse que está perto de mim, que tem um rosto e uma voz concreta.

Valorizemos as nossas pequenas comunidades, as raízes da nossa fé, aquelas onde o Evangelho nos foi anunciado pela primeira vez, muitas vezes em meio a carências e imperfeições, como um tesouro que é oferecido em vasos de barro. Não deixemos que a cultura do descartável se infiltre em nossa experiência eclesial, mas cultivemos relações de amizade sólidas e perseverantes, construídas sobre a pedra angular da Igreja, que é o Cristo.

Que cada um de nós, desde seu lugar na Igreja, coopere com a missão de Pedro. Cuidemo-nos uns aos outros, dando-nos alento para perseverar na fé. Sejamos como pequenos pastores, que ajudam o Bom Pastor a apascentar seu rebanho. E rezemos por quem hoje é Pedro, o Papa Francisco, para que cada dia se sinta confirmado pelo Senhor em sua missão, renovado em seu amor por Ele.


Escrito por:
Martín Ugarteche
Martín Ugarteche Fernández

Peruano, membro do Sodalício de Vida Cristã. No Brasil, desenvolveu diversos projetos de evangelização da cultura, como o Concurso Literário Histórias de Natal e a Exposição Fotográfica Vida em Movimento. Doutor em Filosofia, por muitos anos foi professor. Atualmente reside em Roma, onde é responsável de uma das comunidades do Sodalício na Itália e faz parte da equipe de formação. Lançou um curso on-line de filosofia cristã, que é oferecido pelo Centro de Estudos Católicos na sua plataforma digital.

Seja o primeiro a comentar

Para comentar é necessário ser assinante

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus
autores e não representam a opinião do site.

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Jovens de Maria, em Crescendo na Fé

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...