Quando Simão foi chamado por Jesus a ser seu apóstolo, o Senhor lhe disse que, seguindo-O, ele se tornaria um pescador de homens. A oferta veio depois que Simão, de joelhos, afasta-se Dele, porque era um pecador. Anos depois, no mesmo mar da Galileia, Jesus Ressuscitado confirma Simão, agora Pedro, para apascentar as suas ovelhas.
Pescar e apascentar são duas ações que nos remetem a duas atitudes necessárias em nossa vida cristã: por um lado, arriscar, ir para águas mais profundas, confiando no Senhor; por outro cuidar dos irmãos que mais precisam de nós, demorar-nos com eles, sem temer diminuir o ritmo e ficar entre os últimos.
Vivemos num contexto cultural no qual as relações são efêmeras e as pessoas descartáveis. Em meio aos mais diversos recursos tecnológicos, feitos para aproximar-nos uns dos outros, sentimos falta de uma pertença a uma comunidade real, na qual nos sintamos acolhidos e compreendidos por quem somos, no mais íntimo de nós.
A Igreja é, precisamente, isto! Às vezes somos tentados a pensar que a Igreja é algo abstrato, que está lá em Roma e que somente se torna realmente palpável em grandes eventos, como a JMJ. Em parte é verdade que eventos como este tornam o grande mistério que é a Igreja, presente em toda a sua riqueza. Em lugares como Roma, onde confluem católicos do mundo inteiro para estar perto de Pedro, isso também se cumpre.
Mas a Igreja também está presente em nossas pequenas comunidades, naqueles que compartilham conosco o dia a dia, com quem celebramos a Eucaristia e participamos de diversas iniciativas pastorais ou, quiçá, de um grupo de oração. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos e pediu para que fizessem o mesmo entre eles, estava falando também a uma dessas pequenas comunidades, a primeira que já existiu. Quando o Senhor nos pede para servir o irmão, refere-se principalmente a esse que está perto de mim, que tem um rosto e uma voz concreta.
Valorizemos as nossas pequenas comunidades, as raízes da nossa fé, aquelas onde o Evangelho nos foi anunciado pela primeira vez, muitas vezes em meio a carências e imperfeições, como um tesouro que é oferecido em vasos de barro. Não deixemos que a cultura do descartável se infiltre em nossa experiência eclesial, mas cultivemos relações de amizade sólidas e perseverantes, construídas sobre a pedra angular da Igreja, que é o Cristo.
Que cada um de nós, desde seu lugar na Igreja, coopere com a missão de Pedro. Cuidemo-nos uns aos outros, dando-nos alento para perseverar na fé. Sejamos como pequenos pastores, que ajudam o Bom Pastor a apascentar seu rebanho. E rezemos por quem hoje é Pedro, o Papa Francisco, para que cada dia se sinta confirmado pelo Senhor em sua missão, renovado em seu amor por Ele.
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