Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 14 JUL 2020 - 08H48

Fazer o bem sem olhar a quem... e sem esperar nada em troca!

Quando Deus criou o homem e a mulher, nos fez à sua imagem e semelhança. Todos nós já escutamos isso alguma vez na vida, mas quantos de nós paramos para pensar no que isso realmente significa? Se olhamos um pouco melhor essa realidade, poderemos entender melhor quem é o ser humano e por que ele se realiza quando ama aos demais, sem importar quem é o outro e sem esperar nada em troca.

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A nossa semelhança com Deus consiste, sem querer esgotar tudo o que essa realidade é, em poder amar como Deus ama. De fato, quando olhamos para o interior da Santíssima Trindade, o que vemos? Um Pai que ama totalmente o seu Filho, que por sua vez ama e se entrega totalmente ao Pai, ambos nesse Espírito Santo de Amor. Por isso podemos dizer, junto com São João, “Deus é amor”.

O ser humano foi criado para viver essa mesma realidade de comunhão com Deus e com os irmãos humanos. Infelizmente, muitas vezes, dizemos não ao amor e preferimos viver encerrados no nosso egoísmo. Quando o fazemos, estamos indo contra o sentido que Deus colocou para nossas vidas. Nos experimentamos sozinhos, isolados, tristes e sem direção.

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Na internet, eu pude encontrar a seguinte frase em uma página de mensagens:

Fazer o bem sem olhar a quem e não esperar nada em troca é uma maneira de encontrar a felicidade”.

Eu não sei se a autora do site conhece um pouco da identidade do homem criada por Deus, mas ela conseguiu entender que a nossa felicidade está nessa entrega ao outro. Isso acontece porque, quando vivemos assim, estamos realizando o plano de Deus para nossas vidas, estamos fazendo e vivendo o que somos feitos para fazer e viver.

Tentando colocar uma imagem para exemplificar essa realidade, podemos pensar em um carro que é movido a gasolina. Se colocamos álcool no tanque, o que vai acontecer? O carro não vai funcionar direito (a menos que seja 'flex'). Isso acontece quando enchemos nossa vida com o egoísmo: podemos até andar um pouco, mas vamos engasgar e, cedo ou tarde, o motor vai pifar. Por outro lado, quando o tanque fica cheio de gasolina, o carro funciona bem. Qual seria então o nosso combustível? O amor. Quando amamos de verdade, as coisas cobram sentido, experimentamos uma vida vivida a plenitude, percebemos que, apesar das dificuldades, vamos pelo caminho certo.

Agora, a segunda parte da frase, “e não esperar nada em troca”, merece uma atenção especial. Quer dizer que eu não ganho nada se vivo o amor? São João da Cruz responde dizendo que "o amor é o pagamento do próprio amor". Ou seja, quando amamos, nos experimentamos realizados e, em outras palavras, não queremos esperar nada em troca porque já possuímos tudo o que necessitamos.

São Bernardo resume tudo isso de maneira muito mais bonita e clara quando diz:

“Vocês querem então saber de mim por qual motivo e em que medida nós devemos amar a Deus? Pois bem, eu vos direi que o motivo do nosso amor por Deus, é Ele mesmo, e que a medida deste amor é amar sem medida” São Bernardo

O amor é o que mais nos assemelha a Deus e, por isso mesmo, o que mais nos faz felizes. A fonte desse amor é o próprio Deus e, portanto, quanto mais O amamos (o que implica amar também aos nossos irmãos e irmãs), mais felizes somos. E se um dia conseguimos amar sem medida, ou seja, infinitamente, seremos felizes também sem medida. Essa é a nossa meta, essa é a única maneira realmente autêntica de sermos felizes.

Estamos em um tempo muito propício para buscar viver dessa maneira. Na Quaresma, pudemos propor-nos viver de maneira mais intensa à semelhança com o Senhor Jesus. É uma maneira de provar se realmente é essa a resposta para as nossas vidas. Fica o convite, a todos que lerem esse texto, de fazerem esse teste de amar um pouco mais a Deus e aos irmãos e se aproximarem um pouco mais desse 'amar sem medidas' que deseja o nosso coração.

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Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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