Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 03 ABR 2019 - 14H53

O passado, presente e futuro na vida consagrada

Estamos chegando ao final de mais um ano litúrgico com a festa de Cristo Rei. Esse ano nos lembramos de maneira especial da vocação à vida consagrada, daqueles homens e mulheres que “deixaram tudo para seguir a cristo mais de perto” como disse o Papa Francisco em sua meditação na abertura deste ano. Naquela ocasião, ele nos propôs viver com mais intensidade nossa vocação, com júbilo, coragem e fraternidade. Também propôs como objetivos o olhar com gratidão para o passado, com paixão para o presente e com esperança para o futuro.

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De fato, essas três dimensões: passado, presente e futuro são importantes de serem consideradas por qualquer cristão, especialmente por aqueles que são consagrados. Olhar para o passado permite ver a história de sua comunidade e perceber nela todas as coisas boas que Deus, por meio do Espírito Santo, veio fazendo através dela, sem fechar os olhos para os pecados e os erros que puderam ser cometidos, dos quais se precisa aprender para responder com cada vez mais fidelidade ao Senhor. Olhar para o próprio passado também ajuda o consagrado a ver em perspectiva a sua relação com Deus.

Em uma de suas falas mais bonitas, o Papa Francisco fala da necessidade de voltar a nossa Galileia espiritual, ou seja, o lugar no qual Deus nos chamou. É um lugar que precisa ser visitado sempre, para ir adentrando cada vez mais no mistério do amor de Deus e da nossa vocação, algo que, com certeza, somente vamos entender quando chegarmos à comunhão plena com Ele lá no céu.

 

Olhar para o próprio passado também ajuda o consagrado a ver em perspectiva a sua relação com Deus.

O presente é onde vivemos e os consagrados precisam ter os pés no chão. Não somos chamados a olhar sempre para trás, nem a ficar divagando no futuro. Vivemos no aqui e agora a missão encomendada pelo Senhor de ir por todo o mundo e proclamar o Evangelho. Sentimos de maneira especial aquela passagem bíblica que o Senhor diz que “eles estão no mundo, mas não são do mundo”. Inclusive Jesus diz ao Pai: “Não te peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal”. O desejo do consagrado é o mesmo de Jesus. É fazer com que a Boa Nova proclamada por Ele chegue a todos, porque dói saber que existem pessoas que ainda não conhecem o tamanho do amor que Deus tem por elas.

Mas nada disso seria possível sem a esperança de um futuro feliz. Se bem o consagrado sabe que Jesus prometeu o cento por um já aqui na terra, ele também é consciente de que a verdadeira e plena felicidade só a alcançará no céu. A esperança de estar um dia contemplando a Deus em toda sua Glória permite que caminhemos aqui com certa inquebrantável confiança, mesmo que em meio a muitas dificuldades. Porque existem muitas dificuldades! Os próprios pecados, a desconfiança do mundo que não nos conhece e inclusive as tentações de Inimigo são sempre obstáculos presentes na vida do consagrado. Mas também está sempre presente a esperança e ela é mais forte que tudo isso.

Passado, presente e futuro parecem de alguma maneira se misturar nesse sentido. Às vezes, o passado se faz particularmente importante, como quando precisamos lembrar-nos do primeiro amor, às vezes, precisamos batalhar para ver com esperança em meio às muitas dificuldades, mas sabemos que Jesus e Maria estão presentes conosco independente de qualquer coisa. Que possam os consagrados viverem cada vez mais aderidos ao Senhor que os chamou e que sejam o sal da terra e a luz do mundo que estão convocados a ser.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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