Vivemos em um mundo muito barulhento, cheio de sons, vozes, ruídos e convites. Chegamos a nos perder em meio a tanta atividade sonora em nosso dia a dia. E quando nos encontramos no silêncio, temos a sensação de estar em outro mundo. Em meio a tudo isso se ouve ainda a voz de Deus. Muitas vezes parece ser uma voz bem longe e poucos dão importância a ela. O certo é que temos dificuldade de escutar essa voz, pois para dar atenção a Deus é preciso que gastemos mais atenção do que para todos os outros sons que ouvimos por aí.
Em agosto, a Igreja celebra o mês das vocações, é o mês do CHAMADO. Por vezes, nesta ocasião dá-se uma importância significativa às vocações específicas: Matrimonial, Sacerdotal, Religiosa Consagrada. Isto é algo muito bom para a Igreja porque realmente, ocasionado por outros problemas sociais que poderíamos tratar em outro texto, as pessoas não querem mais ter uma profundidade relacional em termos vocacionais, e então deve-se mesmo haver um estímulo a essas vocações específicas. Mas o que gostaria mesmo de tratar nesse texto é de algo que se antecipa à vocação específica, pode até parecer redundante, mas o assunto aqui é sobre a vocação de ser um vocacionado.
O chamado de Deus abrange tudo o que rodeia a nossa vida, alcança as nossas escolhas, nossas perspectivas e aquilo que pensamos de nós mesmos. Este vocatio não faz distinção de pessoa, classe ou raça. Este primeiro chamado nos convida a pertencermos a essa mesma voz que ressoa em nós. Pertencer a ela significa pertencer à família cristã, vocação primeira de todo batizado.
Através do sacramento do batismo somos enxertados no corpo de Cristo e através desta pertença já se torna de nossa própria natureza a capacidade de escuta desta voz que doce e perenemente está a nos convidar para cada vez mais estarmos de acordo com as necessidades dos tempos e do bem de todos.
O nosso papel de vocacionado começa pela escuta, o que gerará depois uma ação evangelizadora.
Podemos ver um exemplo na história de Santo Agostinho, o mesmo declara ter passado muito tempo buscando esta voz e lugares externos a sua própria existência, enquanto que só viera a encontrar este chamado quando se voltou para dentro de si, pois era ali que Deus o esperava.
Com isso, concluímos que enquanto nos deixarmos ser levados por todos os barulhos externos que tomam conta dos nossos dias, não conseguiremos escutar aquilo que não é barulho, mas sim a doce melodia que dentro em nós toca a nos convidar e nos incitar a termos uma vida de fidelidade vocacional como católicos que estão dispostos a atender a este chamado.
São Bento diria que nós devemos estar com os ouvidos do coração inclinados para escutar os preceitos do Mestre, e é exatamente isso que devemos fazer, muito mais do que o aparelho auditivo, nós devemos, em nosso coração, acolher a Palavra de Deus. O nosso papel de vocacionado começa pela escuta, o que gerará posteriormente a ação evangelizadora, como gente que “caminha nas estradas do mundo rumo ao céu, cada dia renovando a esperança de chegar junto a Vós...” (Oração Eucarística V).
Que sejamos VOCACIONADOS, gente que escuta o chamado de Deus e atende, mesmo em meio à realidade social em que estamos inseridos. Foi assim que fizeram os santos e é assim que devemos fazer para cada vez mais sermos fiéis a esta pertença e tornar de nossa vida um constante “Eis-me aqui!”.
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