O Brasil sediou um dos maiores eventos promovidos pela Igreja Católica: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Em breve, outra jornada começará. Sabemos que foi um momento especial, uma oportunidade de encontro entre jovens de diferentes nacionalidades e culturas que traziam no coração o mesmo desejo: encontrar Deus por meio dos atos de Fé e se abastecer para pôr sangue novo nas veias de suas comunidades.
É nesta busca e neste encontro que cada um deles pôde demonstrar seu modo de ser e de viver a fé. Não se quer, assim, exaltar uma atitude religiosa individualista, mas sim, comunitária que eles mesmos manifestaram. Foi exatamente assim que o jovem presente no Rio de Janeiro se expressou: um ser comunitário.
Ao mostrar sua força e disposição, a juventude confirmou o que tem de melhor: a vitalidade e a vontade de viver em união. A coragem e a garra de serem cristãos também vieram à tona. A sabedoria e a certeza de que têm no peito as marcas de Jesus Redentor permitiram a todos eles redescobrir a centralidade do catolicismo: Jesus de Nazaré.
Tais impulsos transformaram-se, sem dúvida, em características reveladoras do perfil do jovem católico, possibilitando-lhes que a amizade se cultive intensamente e que as diferenças sejam acolhidas na fraternidade. O jovem, mais uma vez, surpreendeu a todos, crentes e descrentes.
São as qualidades da juventude que devem nos fazer experimentar uma profunda conversão de mentalidade, de conceitos obtusos e de religiosidade. Eles têm muito a oferecer à sociedade e à Igreja. Sua criatividade, seu dinamismo, sua mentalidade “pra frente”, sua sinceridade, altruísmo, fidelidade, doação, zelo, força de vontade, esperança e gratidão não devem ser ignorados, ao contrário, precisam ser acolhidos com insistência, na credibilidade e na oportunidade que carecemos conferir aos pueris homens e mulheres do presente e futuro da Igreja.
Como sabemos, nós os mais adultos, somos responsáveis, em boa parte, pelo afastamento ou pelo desinteresse da juventude pelas atividades sagradas e evangelizadoras. Nós os excluímos com os nossos “grupinhos formados e completos”, nós os desmotivamos com nosso “pessimismo e fechamento”, nós os proibimos com regras “indevidas e dispensáveis”, nós pouco elogiamos ou valorizamos suas tentativas e, assim, não os “reconhecemos como o presente da Igreja”.
Agora é a hora da juventude ter os espaços que lhe são próprios dentro de nossas comunidades eclesiais.
A juventude é o tesouro da Igreja. Quando se diz “presente da Igreja” não nos referimos ao jovem como lembrancinha ou regalo! Consideramos que agora é a hora da juventude ter os espaços que lhe são próprios dentro de nossas comunidades eclesiais, movimentos e pastorais: a casa e as atividades de Deus.
O momento de o jovem ser e de estar com a Igreja é agora! A presença ativa deles é sempre motivo de comemoração e alegria, pois suas vidas têm um significado especial em nosso convívio: são sinais do amor de Deus para a sociedade.
Não podemos nos permitir sermos influenciados pelo espírito de exclusão ou de autossuficiência. O jovem depende de nossa experiência de fé e de vida em comunidade para somar conosco.
Certamente, não é a fraqueza dele que tememos, mas sim a sua força e entusiasmo que, unidas, rompem as estruturas envelhecidas e enrijecidas das pastorais, dos movimentos, das lideranças para conferi-las a urgente jovialidade que nos falta ou que negamos ser possível possuir.
Talvez sejam essas e tantas outras situações que nos façam perder a oportunidade de conhecer e de valorizar o que de mais preciso temos na Igreja: a FORÇA DO JOVEM. Pensemos nisso! Busquemos a nossa conversão! Este é o caminho mais certeiro para se atingir a verdadeira evangelização. Que Maria, Mãe de Cristo, Mãe dos jovens interceda por nós.
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