Por Elígio Junior Em Dica de Cinema Atualizada em 26 SET 2017 - 15H39

Dica de Cinema: Os Indomáveis

O Velho Oeste sempre despertou fascínio e curiosidade aos mais variados tipos de espectadores, incluindo aqueles que nunca viveram nos EUA e desconhecem a importância daquele período do Século XIX, na história norte-americana.

De Sérgio Leone com sua trilogia dos dólares, a Quentin Tarantino e seu fantástico Django Livre (com um “d” mudo!), Hollywood sempre produziu e provavelmente continuará produzindo gêneros western (aqui conhecidos como “bang-bang”), simplesmente por ainda conseguir lucrar alguns milhares de dólares com cada novo filme lançado.

Talvez a necessidade de garantir um bom faturamento, ou a falta de melhores histórias levou a LionsGate a realizar, em 2007, o remake de Galante e Sanguinário (3:10 to Yumade 1957), sob a direção de James Mangold (Wolverine: Imortal). Esta nova versão batizada de Os Indomáveis contou com um elenco de peso formado pelos oscarizados Russel Crowe (Gladiador) e Christian Bale (O Vencedor), além da lenda Peter Fonda (Easy Rider: Sem Destino).

O longa segue todas as referências necessárias a um bom western: tomadas em plano geral de vastos campos desérticos e homens cavalgando rumo ao desconhecido; duelos entre brancos (vilões ou mocinhos) e índios “selvagens”;  chineses construtores de minas, ou ferrovias; intensos tiroteios nas pequenas e precárias cidades de madeira; um pistoleiro muito rápido no gatilho, que sozinho consegue derrubar mais de três pessoas ao mesmo tempo; muito uísque e “mulheres de profissões duvidosas”; e por fim, o maniqueísmo clássico que divide de forma clara o bem e o mal.

Entretanto, a construção de Ben Wade (Crowe) e Dan Evans (Bale) é o que realmente transforma este longa em mais do que um filme redundante e insignificante. Não seria de todo incorreto imaginar que os roteiristas se inspiraram em Os Imperdoáveis, pois a relação de Ben e Dan navega sob uma parecida e interessante dicotomia, onde o mal surge como fruto de tristes circunstâncias, e o bem, quando olhamos de perto, não é algo tão puro e imaculado.

Apesar de raso em termos de história e rico em sequencias de ação, o fator motivador “família” é trabalhado no timming exato. Este elo comum entre as duas principais personagens faz com que ambas se encontrem naquela situação, uma visando o melhor para seus dependentes, outra vivendo de forma desajustada e criminal por falta de alicerces familiares. Sem entregar o final, a mudança ocorrida com o arrogante vilão é impactante e memorável, o que inevitavelmente nos remete a Bill Munny de Os Imperdoáveis.

Lutar por um bem maior, mesmo que sem heroísmo e poesia, é o recado deixado por este bom longa metragem e que histórias como esta continuem a empolgar e motivar novas produções pelos próximos anos!


Escrito por
eligio JM
Elígio Junior

Pós-graduado em gestão executiva da televisão

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