Jejum e abstinência são tipos de mortificações, que nos são propostos desde o Antigo Testamento e ainda mais valorizados a partir da Paixão, Morte e Ressurreição do Cristo. Isso porque nos colocam, de alguma forma, em participação com estes mistérios da sua obra de Salvação.
O Batismo nos livra da culpa do Pecado Original, mas não afasta as tentações desta vida: como ensinou Jesus, todos temos que carregar as nossas cruzes (com a Boa Nova de que, por Sua Ressurreição, temos a certeza de poder vencê-las, com a sua ajuda, especialmente através dos Sacramentos).
O jejum é a nossa oferta voluntária de abrir mão de algo que desejamos, um – literalmente – apetite sensível, em favor de uma aproximação maior de Deus. Trocamos um prazer passageiro, e muitas vezes supérfluo, por um alimento espiritual e duradouro.
Não se trata de sofrer de fome: os jejuns propostos e exigidos pela Igreja são mínimos se comparados aos desmesurados esforços que muitas vezes nos dispomos a suportar por coisas de valor muito relativo, ou decididamente sem valor; por exemplo, há quem fique uma noite inteira na rua, sem comer inclusive, para estar na fila de um caríssimo ingresso de um cantor popular, que irá apresentar, já se sabe, um show repleto de indecências, obscenidades, palavrões, irreverência ao que é certo, etc., etc.
A Igreja pede por um jejum de apenas uma, e não duas ou três, refeições completas, obrigatoriamente na Quarta-feira de Cinzas (preparação da Quaresma) e na Sexta-feira Santa (morte do Senhor, na Cruz).
Além disso, abstinência de carne, nestes dois dias e em todas as sextas-feiras do ano, isto por respeito ao corpo crucificado de Jesus. Será pedir demais? Quem quer ficar em boa forma física, talvez se submeta a uma duríssima dieta exclusivamente vegetariana por três meses ou mais, para poder se exibir no verão; e então a ausência de carne é vista como um feito louvável, em função da aparência, e a fome aceita como benefício.
Uma quarta-feira no ano, e suas sextas-feiras sem carne, para Deus, são pedidos abusivos por parte da Igreja? Não são algo louvável, como o “culto ao próprio corpo” dos exibicionistas? Devem ser motivo de reclamação e insatisfação?
Um dos vícios capitais é a gula; um dos cinco Mandamentos da Igreja é jejuar e abster-se de carne quando manda a santa madre Igreja (mesmo assim, respeitando-se limites de idade e condições de saúde); e esta vida vai passar, queiramos ou não.
Jejuar, e quem sabe oferecer este alimento não consumido para os que passam fome (que é uma das obras de misericórdia) nos ajudam a nos desapegarmos do que é material e mundano, e nos alimenta, fartamente, para a viagem final e mais importante da nossa existência.
Por: José Duarte de Barros Filho
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