De Bruce Springsteen a U2, a Sagrada Escritura é fonte inesgotável de inspiração para a música pop
Não é novidade, mas é sempre uma boa notícia. A história do rock é cheia de referências bíblicas. Esta escolha não vem necessariamente com a adesão à fé, mas testemunha como o Velho e o Novo Testamentos são inesgotáveis fontes de inspiração.
Em um artigo do jornal italiano Avvenire (14 de novembro), foi apresentada uma longa série de roqueiros em que se verifica “um contínuo mergulho na Bíblia, através de inspiração, histórias e significados que a música nunca se cansou de utilizar. A Bíblia é uma grande motivadora que atravessa e forma algumas das vozes mais significativas do rock”.
O Boss e o sagrado
A lista não poderia deixar de começar com Bruce Springsteen. Em “Adam raised a Cain”, o episódio bíblico se torna o foco através do qual se narra o conflito entre um pai e um filho. “Na Bíblia, Caim mata Abel / e é expulso do Paraíso / nasce nesta vida pagando pelos pecados de algum outro / pai, trabalhou toda a vida para quê? Somente por dor / agora caminha nestas salas vazias / buscando alguém para amaldiçoar / e você herda os pecados / e você herda as chamas”. Em outra canção do Boss aparece também uma parte que fala de Ezequiel, Black cowboys: “Vem o outono, e a chuva alagou as casas / na vila de Ezequiel, dos ossos secos cai forte e escura sobre a terra / cai sem um som”.
Blowing in the wind
De Springsteen é quase normal passar a Bob Dylan. “Seria pouco dizer - escreveu Alessandro Carrera - que Dylan lê a Bíblia, cita a Bíblia, deixa-se inspirar pela Bíblia. Dylan é literalmente atravessado pela Bíblia, mergulha na Bíblia e com a Bíblia volta à superfície. É improvável alguma imagem de suas canções que não seja reconduzida a uma referência bíblica”. A referência mais clássica está nos célebres versos de Blowing in the wind, onde fala da imagem da pomba (Gn 8,2), ou em Highway 61 reviseted, o sacrifício de Isaac (Gn 22,3), se cumpre sob a ameaça de ser “deportado” nahighway 61.
Bono e a Bíblia
Dos Estados Unidos à Irlanda, porque não se pode fechar o ciclo sem mencionar o U2. Muitos versos das canções são cheios de textos bíblicos, da linguagem e do vocabulário, até imagens e temas. A Bíblia foi explorada integralmente, do Gênesis ao Apocalipse, passando pelos Evangelhos e as cartas de Paulo, sem esquecer os profetas Isaías e Habacuque. Mas os prediletos são os Salmos. Para Bono, Davi é o primeiro popstar, e os Salmos, os primeiros blues.
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