No Instrumento de trabalho da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos bispos sobre a família, preparado com base no questionário enviado às Dioceses, pode-se ler que existe entre os jovens o desejo de uma nova “primavera” para a família. É o que aponta o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, em entrevista para a Rádio Vaticano.

Um pedido pontual dos cristãos para o fortalecimento do matrimônio é a criação de grupos pastorais que buscam incentivar e acompanhar a família. Sobre o assunto, Dom Orani conta que alguns grupos e pastorais têm feito isso, mas é uma minoria diante da necessidade que existe. “Temos belos exemplos, muita coisa bonita acontecendo, mas há um trabalho muito maior para ser feito”, diz.

Ao ser questionado se os jovens ainda estão assumindo a vida matrimonial, Dom Orani explica que os jovens que seguem a vida cristã, quando assumem o matrimônio, assumem com muita responsabilidade. Por outro lado, “a maioria está um pouco longe disso, devido à mudança de época que nós vivemos. E é aí que está justamente a preocupação do Sínodo para a Família. A cultura já não é mais a cultura cristã que facilite as pessoas a se aproximarem do matrimônio e a se prepararem para o casamento”.

“Creio que grande parte da mentalidade de hoje não gosta muito de compromissos estáveis, é uma mentalidade que entrou muito no ocidente. Creio que esse aspecto leva os jovens a não quererem assumir muitas responsabilidades”, completa.

Economia x matrimônio

Sobre o fato da crise econômica ser um fator importante na hora de optar ou não por um matrimônio, dom Orani afirma que existe sim a questão da preocupação com o trabalho, com o futuro, com as despesas e as preocupações com os filhos que virão, porém são fatores que podem ser superados. “Sem dúvida estes são fatores que costumam determinar para quem pensa desta forma. Para quem tem fé, os problemas econômicos são superáveis”, disse.