Como devemos ler o livro do Apocalipse?

"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para comunicar a seus servos o que deve acontecer em breve, e que manifestou enviando seu anjo a seu servo João, o qual atestou como palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo tudo o que viu. Feliz quem lê e felizes os que ouvem estas palavras proféticas, se puserem em prática as coisas aí escritas, pois o tempo está próximo!" (Ap 1, 1-3)

Este é o início do Livro do Apocalipse de São João. Quem o lê pela primeira vez se assusta, seja pelo excesso de sinais e simbologias de fins dos tempos. Por isso, nosso ouvinte João Rafael de Botucatu (SP) pergunta sobre isso no quadro "Religião também se Aprende":

Como devemos ler o livro do Apocalipse e devemos ou não temê-lo?

Apocalipse é uma palavra grega que significa “Revelação”, e era um modo de escrever muito popular nos dois séculos antes e depois de Cristo. O escritor mais importante desse estilo de escrita no Antigo Testamento foi o autor do livro de Daniel. Tanto no tempo do livro de Daniel como no livro do Apocalipse de São João, ambos viviam uma situação de perseguição, ambos eram tempos difíceis, tempos de exploração econômica, opressão política e a imposição da cultura e religião do opressor sobre o povo oprimido.

"Era preciso usar uma linguagem simbólica, pois ninguém podia falar às claras, foi daí que o autor do livro do Apocalipse usou da mesma linguagem do livro de Daniel, utilizando muitas vezes de imagens alienantes, mas que no fundo eram para abrir os olhos das pessoas e torná-las conscientes da opressão e da exploração que era submetida, estimulando assim a resistência e a fidelidade a Jesus", afirma Pe. Carlinhos Melo, da Arquidiocese de Aparecida.

O livro do Apocalipse não veio para dar medo, mas devolver a esperança às comunidades que lutavam pela sua fé e pela construção do Reino de Deus.

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