Brasil

“O meu professor: batam palmas pra ele, que ele merece”!

Joana Darc Venancio (Redação A12)

Escrito por Joana Darc Venancio

15 OUT 2021 - 08H48 (Atualizada em 15 OUT 2021 - 09H12)

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São muitas as análises e discursos proferidos acerca da formação dos professores. A que está em voga é a da defesa das competências que os mesmos devem ter para cumprir a missão de formar o sujeito da educação, como podemos constatar no pensamento de Perrenoud em seu livro '10 Novas Competências para Ensinar' (2000):

Existe hoje um referencial que identifica cerca de 50 competências cruciais na profissão de educador. Algumas delas são novas ou adquiriram uma crescente importância nos dias de hoje, em função das transformações dos sistemas educativos, bem como da profissão e das condições de trabalho dos professores.

Diante das exigências acerca de suas competências, quais interrogações os professores fazem acerca de sua profissão? Evidente que, diante dos problemas e adversidades que assolam a profissão, devem se sentir incomodados e em busca de caminhos. Porém, compreendê-los como os salvadores da Educação parece um tanto complexo.

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Os professores têm papel e lugar intransferíveis e também a eles cabem responsabilidades e críticas, mas não podem carregar sozinhos deveres que não são somente seus.

Vale refletir a mensagem da música, de autoria e Interpretação da cantora Lecy Brandão, chamada “Anjos da Guarda”:

Professores

Protetores das crianças do meu país

Eu queria, gostaria

De um discurso bem mais feliz

Porque tudo é educação

É matéria de todo o tempo

Ensinem a quem sabe de tudo

A entregar o conhecimento

Ensinem a quem sabe de tudo

A entregar o conhecimento

Na sala de aula

É que se forma um cidadão

Na sala de aula

É que se muda uma nação

Na sala de aula

Não há idade, nem cor

Por isso aceite e respeite

O meu professor

Batam palmas pra ele

Batam palmas pra ele

Batam palmas pra ele,

que ele merece!

A autora da música atribuiu aos professores o adjetivo de Anjos da Guarda. Encontrar adjetivos para se referir ao professor é, sem dúvida, tarefa difícil, pois são inúmeros os que a eles são atribuídos. No entanto, um que parece implícito, é o de “profissional da esperança”.

Dele são esperadas muitas missões, entre elas a formação plena do aluno; concepção ativa nos processos de reconstrução da sociedade; competência técnico-científica; sensibilidade; ética; solidariedade; espírito inovador; participativo na tomada de decisão; efetivo na produção de conhecimento e afetivo em seu trato no cotidiano escolar. Diante de tantos esperançosos desejos e cobranças, é preciso intensamente se interrogar.

Drazen Zigic/ Shutterstock
Drazen Zigic/ Shutterstock

As interrogações que o professor faz acerca de si mesmo e acerca de sua profissão devem possibilitar o nascimento do sentido de sua própria existência profissional, individual e coletiva. O Papa Francisco, no discurso aos estudantes e professores das escolas italianas, apresentou um caminho:

(...) se um professor não está aberto para aprender, não é um bom professor, e nem sequer é interessante; os jovens compreendem, «farejam», e são atraídos pelos professores que têm um pensamento aberto, «incompleto», que procuram «um mais», e assim contagiam os estudantes com esta atitude.

Evidente que o professor não pode e não deve se esquecer de que, de sua ação depende sim a formação humana, a transformação social e tantas outras ações e comportamentos, assim como não deve abdicar da busca científica e de boas e eficientes técnicas para o ensino. Mas acima de tudo, não pode se esquecer de que ele é pessoa que lida com pessoas.

Precisa ter o entendimento necessário, como ensina Carl Roger em seu livro “Tornar-se Pessoa” (1977), de que, em qualquer situação, modalidade ou nível da Educação, o professor é uma pessoa como outra qualquer e que, portanto, tem todas as condições de uma pessoa normal! Que a compreensão dessa normalidade nos traga um olhar mais generoso para com os professores e sua grande missão.

Por tudo isso: batam palmas para eles, porque eles merecem! Parabéns, professores!

adison pangchai/ Shutterstock
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Escrito por
Joana Darc Venancio (Redação A12)
Joana Darc Venancio

Pedagoga, Mestre em educação e Doutora em Filosofia. Especialista em Educação a Distância e Administração Escolar, Teóloga pelo Centro Universitário Claretiano. Professora da Universidade Estácio de Sá. Coordenadora da Pastoral da Educação e da Catequese na Diocese de Itaguaí (RJ)

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