A Igreja Católica iniciou esta tradição de celebrar um Ano Santo com o Papa Bonifácio VIII, em 1300. A partir de 1475, veio a determinação de que o jubileu ordinário fosse celebrado a cada 25 anos.
Leia MaisApp do Jubileu 2025 está disponível em portuguêsPapa anuncia o Jubileu de 2025: “Peregrinos de esperança”Os jubileus podem ser ordinários ou extraordinários. Até hoje já foram celebrados 26 anos santos ordinários e três extraordinários: O ano santo da Redenção, em 1933, com Pio IX, em 1983, com João Paulo II e com Francisco logo ao começar o seu pontificado se celebrou o Ano da Misericórdia. O último jubileu ordinário foi celebrado no ano 2000, marcando a passagem do século e do milênio.
O jubileu, pela sua fundamentação bíblica consiste no perdão geral, numa indulgência aberta a todos, e na possibilidade de se renovar a relação com Deus e com o próximo. Mas o merecimento desta indulgência se dá pela prática de obras penitenciais, como peregrinações e visitas a igrejas que são determinadas pelo Papa e pelos bispos diocesanos.
O significado de um jubileu
A palavra jubileu tem origem no hebraico “yovel” (ou “yobel”) vocábulo que nomeava o carneiro do qual era retirado o chifre usado como instrumento musical para o anúncio do ano festivo. Outra explicação mostra que a palavra “yovel” pode significar o verbo “devolver”. Isso se explica pelo fato de que no Ano Santo, os escravos voltavam à condição de homens livres, as dívidas eram perdoadas e os terrenos eram devolvidos aos proprietários originais.
Em latim, a palavra se tornou “iubilaeus”, chegando, assim, ao português Jubileu.
Seguindo o costume judaico, num ano jubilar os cristãos também eram convidados a perdoarem as dívidas tanto espirituais quanto materiais suas e dos demais.
A princípio o intervalo entre os jubileus ordinários era de cem anos, mas com o Papa Clemente VI, que governou entre 1352 e 1362, o período passou para 50 anos. Já em 1475, o Papa Paulo II fez com que o jubileu ordinário passasse a ser celebrado a cada 25 anos, para que cada geração tivesse a oportunidade de participar ao menos uma vez deste portentoso momento.
O jubileu/Ano Santo de Bonifácio VIII
O primeiro jubileu cristão foi promulgado em 1300, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), justamente para celebrar a passagem de século. Para o Papa Bonifácio VIII, os jubileus cristãos não deveriam mais retomar o ritmo do Antigo Testamento, sendo promulgados a cada 100 anos, a cada passagem de um século.
No meio dos fiéis que tinham se dirigido à Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 1º de janeiro de 1300, circularam rumores de que o papa convocaria uma indulgência plenária que "lavaria a mancha de todo pecado". Mas até então não passavam de meros boatos. As expectativas populares também cresceram em 17 de janeiro, dia em que se levava em procissão o ícone de Verônica com a imagem de Cristo, que se venerava na Basílica de São Pedro no Vaticano.
O Papa Bonifácio VIII, motivado pelo fervor popular, determinou que fossem realizadas pesquisas no arquivo do pontificado para saber se um jubileu já teria sido comemorado outras vezes, nada encontrando. Com isso, no dia 22 de fevereiro de 1300, na festa da Cátedra de São Pedro, o Papa promulgou a bula do Jubileu, depositando-a solenemente no altar-mor da basílica.
O Papa determinou que se pudessem receber indulgências também retrospectivamente, desde a festa de Natal do ano anterior.
A princípio os romanos deveriam visitar as basílicas de São Pedro e de São Paulo uma vez por dia, mas como se tratava de um compromisso muito penoso o Papa suavizou a pena na Quinta-feira Santa, diante "de uma multidão de fiéis" reunida na praça da Basílica de São João de Latrão.
O Jubileu de Bonifácio VIII constituiu-se numa novidade histórica, que conferia à cidade de Roma uma nova centralidade em toda a cristandade, a apenas nove anos da grande derrota de Acri (1291), que marcava um ponto de parada para as Cruzadas. Para a Europa cristã, com a celebração do Jubileu de 1300, Roma assumiu o lugar que era de Jerusalém, se tornando o centro das peregrinações cristãs não apenas durante o ano jubilar, mas fazendo com que a prática continuasse até hoje.
Durante o ano santo de 1300 a cidade de Roma recebeu mais de 200 mil peregrinos, o que pode ser considerado uma cifra prodigiosa devido às condições de vida e de locomoção das pessoas na época.
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