Mais uma vez estamos vivendo o Advento, um novo tempo no calendário litúrgico da Igreja, especificamente, do calendário da Igreja Latina. Algumas igrejas católicas, assim como muitas não-católicas, mesmo sendo cristãs, têm uma forma própria de celebrar o Advento.
De acordo com as Normas Gerais do Ano Litúrgico, o Advento tem um duplo significado, sendo, em primeiro lugar, um tempo de preparação para o Natal, como recordação da primeira vinda de Cristo; e em segundo lugar, um tempo que apela às nossas mentes e corações para nos colocarmos num estado de continuada vigilância, aguardando a segunda vinda de Cristo no final dos tempos que, segundo Ele mesmo afirmou “não sabemos nem o dia e nem a hora”.
O Advento é, portanto, um período de espera devota e alegre, que nos recordas as duas vindas de Cristo. E para favorecer a sua vivência, a Igreja nos propõe o espírito de penitência, de mortificação, de conversão, sempre a partir da força redobrada da oração pessoal e comunitária. No Brasil, a mais bonita expressão de oração comunitária deste tempo se dá pela Novena de Natal em Família.
Normalmente, na liturgia do Advento, celebrada em nossas capelas e igrejas, se usa a cor roxa, que é a que melhor expressa o conjunto de sentimentos desse tempo. Mas no terceiro domingo do Advento, conhecido como o domingo Gaudete (da alegria), se pode usar a cor rosa, que também é usada no IV domingo da Quaresma, chamado de Laetare.

Hoje, a Igreja usa a cor roxa não somente durante o Advento, como em algumas ocasiões específicas, tais como cerimônias fúnebres e outras ocasiões penitenciais. Mas nem sempre foi assim. Durante alguns séculos, sobretudo no tempo da Idade Média, usava-se o preto durante o Advento.
Entre os séculos XII e XV, o preto era a cor litúrgica predominante. Na época do Papa Inocêncio III (1198–1216), por exemplo, o preto era a cor do Advento em Roma, sendo usada até a véspera de Natal. Esse costume permaneceu algum tempo depois, e o preto tinha quase o mesmo significado do roxo, hoje usado pela Igreja.
Isso não era privilégio exclusivo de Roma: o preto era também usado durante o Advento em outros lugares até o século XVI, porque, historicamente, o preto remetia ao luto, à penitência e à morte.
Sendo o Advento um período de intensa preparação espiritual, em que nós morremos para nós mesmos para que possamos renascer no Natal, se justificava o uso da cor preta. Além do mais, o preto também refletia a ideia de que o mundo estava em trevas antes da vinda de Jesus no Natal.
Roxo substitui o preto no Advento
O preto é visto como a negação da cor e uma expressão peculiar de tristeza. Nas Sagradas Escrituras, infortúnios de todo tipo estão relacionados com a ideia de escuridão. Assim, o preto na Igreja tornou-se um símbolo do mal e da adversidade física e espiritual.
Por esta razão, até o século XIII era também usado em épocas de calamidades, aflição e penitência. Porém, uma vez que o pecado é o único infortúnio verdadeiro na vida espiritual, e não exclui absolutamente a luz da graça, o roxo tomou o lugar do preto.
Hoje estamos vivendo um período conturbado na Igreja, em que algumas tradições têm sido recuperadas pelo simples fato de serem “coisas do passado”, como se o valor estivesse apenas nas coisas antigas.
Existe até um movimento de pessoas que teimam em querer caminhar de forma autônoma, quase que em conflito com o magistério de Francisco. Por esta razão, cores, vestimentas, usos e costumes litúrgicos somente têm sentido e razão de ser se expressarem o caminhar com a Igreja, porque cada tempo litúrgico, como o Advento, é feito para ser celebrado em comunidade, para que tenha todo o valor que ele representa.
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