O Papa Francisco enviou uma mensagem para o dia mundial do enfermo que nos convida a refletir, agradecer e atuar no sentido de viver melhor a dimensão da Igreja que sai ao encontro dos enfermos, que acolhe os doentes e que os cuida com cuidados maternais, como atua Maria para com todos os cristãos.
De fato, passagem escolhida como tema desse ano é aquela na qual Jesus se dirige a sua mãe e a João, dizendo “Este é o seu filho” e “Esta é a tua mãe”. O que pode parecer, a princípio, curioso, já que na Bíblia existem tantas passagens nas quais Jesus aparece curando enfermos e que poderiam parecer mais apropriadas. Mas no começo de sua mensagem o Papa mostra que essa passagem nos dá como que a motivação do serviço aos doentes. Jesus, em seu ministério, passou boa parte de seu tempo curando pessoas e na hora de sua morte, ao entregar João aos cuidados de Maria como mãe, entrega a humanidade inteira aos cuidados da Igreja.
E a Igreja, continua o Papa, sempre teve um cuidado muito grande com os enfermos. Para isso é só olhar sua tradição, cheia de exemplos de pessoas que doaram suas vidas para a casa de cuidar dos doentes, que fundaram congregações dedicadas a isso. E não só no passado, faz questão de pontuar Francisco, mas quantos hospitais de excelência são hoje levados adiante por comunidades religiosas, quantos lugares distantes e pobres só possuem em alguma instituição católica a maneira de procurar a cura ou alívio de seus sofrimentos.
Isso é motivo de imensa alegria para a Igreja e é preciso ser mencionado, lembrado e reforçado. Quantas vezes a Igreja não é atacada injustamente, por pessoas que ignoram, ou fecham os olhos para tanto bem que ela fez e continua fazendo à humanidade. Mas a razão dessa lembrança não é pela glória que pode advir da mesma, mas para a maior glorificação de Deus que por meio desses esforços muitas vezes insuficientes continua a se fazer presente na vida dos mais sofridos.
Ao mesmo tempo que é motivo de alegria, o Papa alerta para o perigo da uma mundanização desse serviço. Francisco alerta para um certo tipo de mentalidade empresarial que cede totalmente à lógica de mercado e acaba colocando a pessoa doente em segundo lugar. Quando, no cristianismo, a pessoa que sofre, esse doente ou aquele pecador concreto passa para segundo plano, automaticamente deixamos de falar de cristianismo de verdade. Talvez seja esse o risco que o Papa esteja tentando prevenir. Romano Guardini, em seu livro “O Senhor” diz que para Jesus, a salvação de uma pessoa é mais importante do que todas as estrelas da via láctea.
O Papa Francisco termina sua mensagem colocando tudo aos cuidados de Maria, como Jesus o fez na Cruz. Ele pede que por sua intercessão, todos os cristãos possam ser mais conscientes do seu papel de acolher e cuidar dos enfermos. “Para que todos eles possam viver esse sofrimento em comunhão com o Senhor”.
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