Igreja celebra São Carlos Borromeu, padroeiro dos seminaristas

Neste 4 de novembro, a Igreja Católica faz memória de São Carlos Borromeu, bispo que viveu no século XVI. O italiano, em sua educação humana e cristã, desde muito jovem fez com que tivesse uma inclinação natural para a vida religiosa, não somente pela educação mas também pela sua família. Sua mãe era irmã do Papa Pio IV (1559-1565).

Em 1562, foi ordenado sacerdote e inicialmente sua ideia era apenas viver uma vida contemplativa. Porém, ao ouvir os conselhos de Dom Frei Bartolomeu, ouviu a vontade de Deus e aceitou a missão de ser Arcebispo de Milão, tendo uma grande atuação no Concílio de Trento ao contribuir de maneira relevante para levar adiante as reformas necessárias, entre as mais importantes a fundação de seminários para a formação dos futuros padres, onde Carlos investiu muitos dos seus bens.

Dentro de sua diocese, organizou diversos sínodos locais para guiar o caminho pastoral de sua Igreja Particular. Visitou, por diversas vezes, todos os cantos de sua diocese, onde desenvolvia intensa atividade sempre na busca da salvação das almas e na promoção da vida humana através do cuidado com os pobres. Seu ministério era inspirado por seu lema: “Humilitas”, humildade, que se expressou em todo seu cuidado pastoral.

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Em 1576, a peste negra chegou em Milão e, além de cem sacerdotes que morreram ajudando o povo, vieram a falecer também incontáveis cidadãos e fiéis de sua diocese.

Em suas visitas e assistências aos contaminados, levava os sacramentos da Igreja, consolando e aliviando suas dores. Não tinha receio nem precauções ao misturar-se com os doentes. Quando via um doente com necessidades particulares, saia pelas ruas mendigando donativos para socorrê-lo.

Após servir a Cristo consumindo todas as suas forças foi acometido por uma forte febre, que comprometeu seu vigor físico, vindo a falecer com apenas 46 anos de idade, em 4 de novembro de 1584.

Inspiração para missões e missionários

O ministério do Cardeal italiano foi tão fecundo que São João Batista Scalabrini, bispo de Piacenza, fundou em 1887 uma ordem religiosa aos cuidados de São Carlos, conhecidos como scalabrianos ou mesmo carlistas.

A missão particular desta congregação é o cuidado com os imigrantes, inspirados por seu fundador, que desenvolveu grande trabalho na assistência destes irmãos que, muitas vezes, são deixados de lado nos países que os acolhem. Seu lema é inspirado numa frase de Jesus: “Eu era estrangeiro e me acolheste” (Mt 25, 35), vendo nos imigrantes a presença do próprio Cristo.

Outro grande missionário inspirado por São Carlos foi São João Paulo II. O primeiro nome do Papa peregrino é "Karol", "Carlos" em português, estando sob a proteção do santo para crescer na missão de ser filho adotivo de Deus.

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Assim, como João Paulo II, Borromeu também foi alvo de atentados em seu ministério, quando um mau sacerdote da ordem dos Humiliati, aceitou assassiná-lo por 20 moedas de ouro e disparou contra ele, quando estava rezando na capela de sua casa, mas a bala só tocou a roupa e o manto do Cardeal.

O Santo Polonês enfatizou que o atentado sofrido em 1981 na Praça de São Pedro por parte do turco Mehmet Al Agca, tinha-lhe permitido “olhar para a vida de modo novo: esta vida cujo início anda unido à memória dos meus Pais e ao mesmo tempo ao mistério do Batismo e com o nome de São Carlos Borromeu”.

São João Paulo II e São Carlos Borromeu também tem semelhanças na participação ativa em Concílios para mudanças singificativas na Igreja e no amor pelos mais pobres e necessitados.

Rendemos graças a Deus por sua vida doada em favor do Reino de Deus, exemplo que continua a ecoar na vida da Igreja nos tempos atuais e que o modelo de São Carlos Borromeu inspire a todos nós e, de maneira especial, a paróquia de nossa diocese que o tem como padroeiro e missionários scalabrinianos presentes em Igreja Particular, renovando nosso ardor missionário, fazendo com que o anúncio do Evangelho chegue a todos.

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