CNBB divulga mensagem de esperança para o povo brasileiro

Faltando poucos dias para terminar o ano, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviou uma mensagem ao povo brasileiro com esperança e preocupação diante da situação social, política e ética do país.

Inspirados na frase bíblica “a esperança não decepciona” (Rm 5,5), os bispos lembram que o Natal mostra que nenhuma escuridão é definitiva e reforçam que a esperança é capaz de transformar a história.

“Como pastores, exultamos com as vitórias e conquistas e nos inquietamos – e até nos indignamos! – com alguns retrocessos no campo da ética e do cuidado com os pobres.”

O texto reconhece avanços importantes em 2025:

“No âmbito da saúde, ficamos felizes com o aumento da taxa média de médicos pelo número de habitantes e agradecemos a Deus pelo Sistema Único de Saúde. No campo econômico, alegramo-nos com a retirada de algumas tarifas norte-americanas sobre vários produtos brasileiros, a estabilidade da inflação, a taxa de desemprego em queda, o relativo crescimento do PIB, o significativo aumento do cooperativismo e a abertura de novos mercados internacionais.”

Destacou o êxito na realização da COP-30, em Belém do Pará, lembrando que a participação da Igreja foi com desejo de contribuir para a construção de caminhos diante da crise climática e o cuidado com a Casa Comum. Além disso, ressaltou a consolidação da liderança do Brasil em energias renováveis, o aumento do investimento privado em sustentabilidade, a redução da jornada de trabalho e a taxação proporcional à riqueza.

“Constatamos experiências positivas. Contudo, há também várias situações que nos entristecem e preocupam.”

A mensagem ressaltou pontos negativos para a sociedade de uma maneira geral no Brasil, como: tensões e retrocessos sociais no âmbito democrático, o pagamento exorbitante de juros e amortizações da dívida, enfraquecimento da ética e o aumento da corrupção na vida pública, fragilização dos mecanismos democráticos por disputas de poder, o desrespeito pelos povos originários e tradicionais agravado pela aprovação do Marco Temporal no Congresso Nacional, ameaças à proteção ambiental, desigualdade social, aumento da violência e do feminicídio, aumento no consumo de drogas, discurso de ódio, radicalismos ideológicos, entre outros pontos que não podem “sobrepor ao bem comum.”

“Tais realidades ferem a dignidade humana e obscurecem a vocação democrática do país. O poeta Thiago de Mello traduz esse valor numa bela imagem: “Faz escuro, mas eu canto, porque a manhã vai chegar”. A presença do Deus que se faz criança, simples e próxima, renova nossa convicção de que nenhuma escuridão é definitiva e que a esperança é força transformadora para quem caminha em busca do bem comum. Por isso, reafirmamos que nenhum projeto político pode se sobrepor à vida, ao respeito à pessoa humana, à justiça social e ao cuidado com a casa comum.”

A presidência da CNBB ainda reafirma o compromisso da Igreja com a vida, reiterando que este é o “primeiro dos direitos, um dom gratuito de Deus, e não pode ser relativizada ou negociada.”

“Por isso, manifestamo-nos firmemente contra qualquer iniciativa de legalização do aborto no Brasil. Defender a vida, contudo, implica também lutar contra a fome, a miséria e a desigualdade. Defender a vida significa criar condições para que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).”

Ao final da mensagem, somos lembrados que a Igreja busca uma paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante. E que nossa missão é continuar sendo peregrinos da Esperança.

Leia a mensagem na íntegra

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