Mais de 120 mil pessoas passaram pela Basílica de São Pedro para se despedir do Papa Francisco. O Pontífice será sepultado neste sábado (26), na Basílica de Santa Maria Maior, como ele mesmo desejou. A visitação será permitida a partir de domingo (27).
A Santa Sé confirmou as datas e os momentos principais das exéquias, segundo o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis. Este rito litúrgico foi alterado pelo próprio Papa em 2024, indicando seu desejo de um funeral mais simples e discreto.
Na manhã de quarta-feira (23), o corpo foi levado da Capela da Casa Santa Marta até a Basílica de São Pedro. A cerimônia começou às 9h (horário de Roma) com a oração conduzida pelo cardeal camerlengo, Kevin Farrell. Em seguida, a procissão seguiu com cardeais, patriarcas e o mestre das celebrações, dom Diego Ravelli.
Durante a passagem do corpo, cerca de 20 mil pessoas aplaudiram emocionadas. O caixão foi colocado no chão da basílica para que todos pudessem vê-lo. Às 11h, iniciou-se a homenagem pública dos fiéis com pausas durante a madrugada, encerrando na sexta (25), às 19h.
Na noite de sexta-feira (25), às 20h, ocorreu o rito de fechamento do caixão. Presidida pelo cardeal camerlengo, a cerimônia contou com a presença de cardeais de diversos ofícios, incluindo o decano Giovanni Battista Re, o cardeal Roger Mahony, Dominique Mamberti e o arcipreste da Basílica de São Pedro, Mauro Gambetti. Também participaram membros da Secretaria de Estado, cônegos do Capítulo Vaticano, penitenciários ordinários e secretários do Santo Padre.
A Missa de Exéquias será realizada no sábado, 26 de abril, às 10h (horário local), no átrio da Basílica de São Pedro. Essa celebração inicia o Novendiali, período de nove dias de orações pelo descanso do Pontífice. A missa será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais.
Logo após a Eucaristia, serão realizados os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, cerimônias finais de despedida. O caixão será levado novamente para dentro da Basílica e depois transportado à Basílica de Santa Maria Maior, onde ocorrerá o sepultamento.

Como funciona o rito das exéquias?
Em 2024, o Papa Francisco aprovou uma mudança na nova edição do rito litúrgico para as exéquias do Romano Pontífice.
“O funeral do Romano Pontífice é o de um pastor e discípulo de Cristo, e não de um poderoso deste mundo”, afirmou Dom Diego Giovanni Ravelli, mestre das celebrações litúrgicas.
A atualização foi feita pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, com base na experiência adquirida nas cerimônias de São João Paulo II e Bento XVI. O texto anterior era de 1998, usado pela última vez no funeral de Bento XVI, em 2023.
Entre as mudanças mais significativas, que também constam no testamento, estão:
As exéquias continuam com três estações tradicionais: a residência do Papa, a Basílica Vaticana e o local da sepultura. No entanto, o novo rito reorganiza a sequência das ações, tornando-as mais claras e com atribuições bem definidas para os envolvidos.
Outra novidade é a simplificação dos títulos pontifícios. O novo texto opta por termos como Papa, Bispo de Roma e Pastor, em vez de longas designações cerimoniais. Também foram atualizados os textos bíblicos e litúrgicos, alinhando-os à Nova Vulgata e à terceira edição do Missale Romanum.
A Ladainha dos Santos passou por revisão e agora inclui todos os papas santos presentes no calendário litúrgico, além de santos da Igreja de Roma. Essa oração será usada em dois momentos: durante a trasladação e ao final da Missa fúnebre.
O volume também reorganiza as Novendiais, as nove Missas celebradas em sufrágio do Papa falecido, apresentando quatro formas de oração à escolha. Foram removidos anexos considerados desnecessários, tornando o material mais prático para uso pastoral.
“O Papa Francisco pediu, como ele próprio declarou em várias ocasiões, para simplificar e adaptar alguns ritos para que a celebração das exéquias do bispo de Roma exprimisse melhor a fé da Igreja em Cristo Ressuscitado”, reforçou Dom Ravelli.

Miserando atque Eligendo
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.
Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.
O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022
Fonte: Vatican News/Agencia Ecclesia
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