Por Ir. José Mauro Maciel, C.Ss.R. Em Revista de Aparecida

Pe. Vitor Coelho e os Pobres

Ao cristão é preciso entender a pobreza no sentido bíblico

Centro de Documentação e Memória (CDM) - Santuário Nacional
Centro de Documentação e Memória (CDM) - Santuário Nacional
Pe. Vítor Coelho de Almeida, pregador do povo


O venerável Pe. Vitor Coelho de Almeida CSsR (1899-1987) é um exemplo na luta pela igualdade social e defesa aos vulneráveis. A justiça social é condição contida no Evangelho. A fraternidade é o compromisso universal de todo cristão batizado.

A pobreza não pode ser confundida com a miséria, nem a simplicidade com a falta de higiene. De acordo com a ótica bíblica, a pobreza é quando a pessoa possui o suficiente para viver e cumprir suas obrigações humanas. Este modo de pensar e definir nos esclarece que toda pessoa que faz uso do supérfluo é rica. O supérfluo não nos pertence, é dos pobres. Por esta razão, o uso do supérfluo é desperdício, é pecaminoso. E todos aqueles que não possuem o suficiente para viver com dignidade, subsistem na condição de miséria. Assim, a falta de alimentação adequada deixa os pobres enfraquecidos na saúde física, espiritual, inteligível e emocional.

Há muitos pedintes que, no entender do Pe. Vitor, são “falsos mendigos porque não necessitam e abusam da indigência, fazem da indigência uma indústria rendosa.” Mas, o testemunho na vivência Eclesial, o seu modo de ser Igreja, como missionário conhecedor das realidades político econômicas e sociorreligiosas, não o deixavam vacilar nos caminhos da salvação integral do gênero humano. Ele sabia que as Guerras traziam péssimas consequências aos povos. Pois, toda violência armada ou social fabrica pobreza e miséria que condicionam os humanos à indignidade. E a Igreja Católica, desde sempre, continua a despertar aos fiéis para socorrer aos “famintos, à justiça social, a caridade, aos direitos humanos é à verdade”, ensinava o Pe. Vitor Coelho. Por isso, todas as complexidades humanas devem ser compreendidas e solucionadas como obrigação daqueles que acreditam e apostam no Evangelho de Jesus Cristo.

O Pe. Vitor Coelho, ao longo de suas jornadas missionárias, visitou muitos doentes, na sua grande maioria pobres desvalidos. Ele possuía qualidades para diagnosticar e quase sempre constatava ser carência alimentar. Ele também aprendeu com Maria Santíssima a ter olhos misericordiosos. Desde a saída descrevia os céus, as paisagens, as estradas, os caminhos e trilhas, serras, barrocas, as curvas serpeadas dos rios e ribeirões. Da mesma forma falava dos casebres, ranchinhos, os habitantes com sintomas de verminoses, o que causavam desânimos, fraquezas e naturezas expostas às doenças. Só a fé verdadeira os salvava daqueles desencantos. Estas eram as marcas das cruzes da vida que acenavam por possíveis ressurreições.

Enfim, a base da humanização está ligada à capacidade inteligível, na integração pessoal e social, levando em conta a sua condição de criatura de Deus. O Pe. Vitor Coelho insistia nestes aspectos para que a miséria fosse superada pela dignidade humana. Igualmente ele ensinava sobre a necessidade da Educação Acadêmica, Religiosa e Sanitária. Os salários injustos, os subempregos também comprometem milhares de trabalhadores e trabalhadoras mundo afora.

Novembro é tempo propício para refletirmos sobre a dignidade humana.

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