Pe. Vítor e a Dignidade Humana

Quando Deus nos criou à sua imagem e semelhança, quis então que nós parecêssemos com Ele. Essa nossa semelhança com Ele passa pela vivência pautada no seu Querer Sagrado. O Natal Cristão nos traz exatamente esta lição da Essência divina contida na vida humana, e nós carregamos esse dom que recebemos do próprio Deus.

No Natal Cristão, dizia o Pe. Vítor Coelho: “Os corações se alvoraçam. Esses corações tão gulosos de felicidades... Ora, na festa de Natal, o mais importante só pode ser Jesus”. Ao contrário, é o natal comercial, no entender do venerável, onde estão os “banquetes e o escogitar presentes, surpresas, bugigangas, ninharias, ilusões... não se recordam de Jesus”. Sim. Enquanto uns arregalam-se, outros não têm comida, nem medicamentos, sem mesmo as mínimas atenções humanas.

Em 9 de janeiro de 1949, Pe. Vítor Coelho escreveu: “Não estranhemos, pois, o tetro quadro que deparamos num mundo de confusão, ódios, opressões, guerras e ruínas, sobre o qual paira a espada ameaçadora da desconfiança e do medo”. Suas palavras longínquas se fazem presentes depois de 70 anos. Afinal, o orgulho continua a sustentar as raízes do egoísmo, do ódio e da cultura de morte. A desobediência produz dúvidas e manipulações. A mentira é a mãe das confusões; ela reproduz as divisões, opressões e perseguições. Todas essas más atitudes desfiguram e destroem a dignidade humana. Nessas realidades de controvérsias existenciais, muitas pessoas perdem as perspectivas vivenciais porque se veem ameaçadas por esse tédio contínuo.

Por essas razões, o Pe. Vítor Coelho, seguiu o fundador da Congregação Redentorista, Santo Afonso Maria de Ligório, C.Ss.R., sabedor da salvação que integra a pessoa toda. O humano assumido carrega em si a boa vontade, a inteligência e a capacidade de se desenvolver, progredir no modo de ser e nos afazeres, em função do Bem Comum. Ele ensinava, incansavelmente, sobre a saúde do corpo e da alma, da inteligência e das emoções. Explicava com lucidez sobre os Direitos e Deveres Humanos. Igualmente, sobre a Justiça Social que perpassa pelos salários justos, a educação acadêmica e profissional. Os esforços humanos aliados à fé, à esperança e à solidariedade geram o Bem maior. Para o venerável, os Meios de Comunicação têm a obrigação de orientar, integrar e fazer crescer os interlocutores e ajustá-los nas responsabilidades humanas e cristãs. Pois, a santidade é o ápice da evolução humana.

“A paz, que nasce da santidade na justiça e no amor, é um presente divino. Temos de pedi-lo. É tarefa a ser realizada por povos, famílias e indivíduos. Devemos esforçar-nos por ela. O papa, no dia de Natal, exorta os povos à ‘vontade cristã da paz’” (Pe. Vítor Coelho). O Reino de Deus interage na Justiça, na Fraternidade e na Paz.

A Humildade do Verbo nos faz crer, confiar e amar: eis o caminho da Justiça!