O acervo do Museu Nossa Senhora Aparecida passa a contar com mais uma peça que ajuda a contar a história da devoção à Padroeira do Brasil: A poltrona utilizada pelo Papa João Paulo II no voo que levou o pontífice de volta a Roma após sua primeira viagem ao Brasil, em 1980, foi doada ao Santuário Nacional.
Foi nesta visita que o Sucessor de São Pedro, hoje canonizado, realizou a sagração do altar da Basílica Nova, em 04 de julho de 1980, dando também ao templo o título basilical.
“A poltrona pertencia a um avião da extinta companhia aérea VARIG. Com o encerramento das atividades da Companhia, o hangar no Aeroporto Galeão onde se abrigava a poltrona passou ao controle da TAP-ME, última proprietária da peça antes de sua doação ao Santuário Nacional de Aparecida”, detalha a coordenadora da Reserva Técnica do Museu Nossa Senhora Aparecida, Érica Coelho.
A aeronave PP-VMS DC 10, da empresa VARIG, recebeu várias modificações para a viagem do pontífice, que partiu de Manaus para Roma às 17h30 do dia 11 de julho de 1980.
A primeira classe foi especialmente preparada para receber o pontífice, ganhando o formato de uma saleta, onde a poltrona que agora pertence ao acervo do Santuário Nacional estava colocada. Nela, o pontífice escreveu discursos que seriam feitos no Vaticano, jantou e também dormiu.
Junto de João Paulo, no retorno a Roma, viajaram cerca de 60 jornalistas de diversos países e a comitiva papal, composta por cerca de 20 pessoas. Era a coroação da primeira vinda de um pontífice ao país, iniciada no dia 30 de junho daquele ano.
No período, Wojtyla, hoje canonizado, realizou 49 discursos e visitou 14 cidades. Entre elas, Aparecida, “a única cidade não capital a ser visitada pelo papa”, detalha emocionado o missionário redentorista padre Antônio Agostinho Frasson que, na época, esteve lado a lado de João Paulo II na visita ao Santuário Nacional.
Na Terra da Padroeira, uma multidão acolheu o pontífice nas ruas da cidade e no pátio da Basílica, onde João Paulo celebrou a missa na esplanada que hoje leva seu nome. Apenas por um breve momento o papa não esteve com o povo.
“O Papa entrou quase sozinho na Basílica para realizar o ritual de sagração do Altar e eu o estava esperando no presbitério. Narrei a cerimônia estando lado a lado com João Paulo II e depois saímos juntos pelo corredor da Nave Sul”, recorda padre Frasson.
O Museu Nossa Senhora Aparecida guarda objetos utilizados pelo pontífice nesta data, como a casula e a cadeira utilizada pelo papa polonês durante a celebração.
Atualmente os objetos podem ser vistos pelo público na exposição “O Museu e suas Histórias”, localizado no segundo andar da Torre Brasília.
Agora, a poltrona do avião que, após a sagração da Basílica, levou o Papa de volta a Roma, também foi incorporada à coleção papal. Graças a Família dos Devotos, o objeto recebeu cuidados de conservação na Reserva Técnica do Museu.
Comemorando os 45 anos da sagração da Basílica de Aparecida e da visita do santo à Casa da Padroeira, a peça está exposta no Hall da Torre Brasília, no Santuário Nacional, de 04 de junho a 30 de julho. A exposição temporária pode ser vista gratuitamente.
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