Shutterstock
Artigos

A comunhão entre a Igreja do céu e a da terra

Pe. Clayton - Arquivo Pessoal

Escrito por Pe. Clayton Sant'Anna, C.Ss.R.

05 NOV 2020 - 01H00 (Atualizada em 06 NOV 2020 - 08H37)

Shutterstock
Shutterstock


O
calendário cristão do mês de novembro tem uma mística própria, uma forte espiritualidade. Ele canaliza nossas celebrações, reflexões e participações individuais e comunitárias. É a mística dada no artigo de fé professado no Credo: Creio na comunhão dos santos; creio na ressurreição da carne; creio na vida eterna. Aproximando-nos do final de mais um ano de vida, buscamos a comunhão total com os que creram, creem, seguiram e seguem a Cristo conosco. É a espiritualidade do fim!

Crer na comunhão dos santos é explicitar a realidade profunda daquilo que a Igreja é. O Catecismo católico nos ensina: “Uma vez que todos os fiéis formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros”. “Como a Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu (de sua cabeça-Cristo e recebe de seus membros – os fiéis) se tornam um FUNDO COMUM”.

Leia MaisCelebrar Todos os Santos é atualizar a radicalidade do nosso Batismo

A raiz do mistério da Igreja está nisto: nossa comunhão pela graça do Espírito Santo, dada a nós pelo Cristo ressuscitado. A graça de ser cidadãos do céu nos veio pelo Batismo nele. E por ela vai se consolidando na passagem pela cidade da terra esta nossa cidadania celeste.

O(A) cristão(ã) é cidadão(ã) de duas cidades: a do céu e a da terra.

Já carregamos as sementes da eternidade sendo peregrinos neste mundo a caminho do céu. Mas há um problema. Nossa cidade terrena é passagem, é experiência transitória. Por isso, está sujeita ao egoísmo, vaidade, ambição, soberba, luxúria, injustiça e corrupção. Santo Agostinho, lá em seu tempo (413-426) contrapôs a origem das duas cidades: a dos homens e a de Deus. “Dois amores fundaram duas cidades: o amor a si levado até ao desprezo de Deus, gerou a cidade terrena. O amor de Deus levado até ao desprezo a si, gerou a cidade celeste” (De Civitate Dei, XIV,28).

No Santuário da Mãe Aparecida faz-se a experiência dessas duas cidades. Nele, os peregrinos de passagem trazem os anseios da cidade terrena. E já partilham de certo modo as alegrias da cidade celeste. Todos os bens espirituais circulam entre nós: os frutos das boas obras, a caridade, a fé, a esperança, toda a santidade que temos graças aos méritos de Cristo. Ele se une conosco e entre nós por seu Espírito Santo. Ficamos enriquecidos com as bênçãos da salvação divina nos sacramentos que recebemos: batismo, confissão, comunhão e nas obras de evangelização.

O início da comunhão entre o Cristo-cabeça e nós, seus membros na Igreja, foi o seio virginal de Maria. Ela, a discípula remida pelo Filho de modo admirável e antes de nós, lembra-nos: somos parte do corpo glorioso do Senhor Jesus. Com ela somos a Igreja-comunhão-dos-santos. Com a ajuda de Maria o amor egoísta da cidade terrena não corromperá nosso coração.

Escrito por
Pe. Clayton - Arquivo Pessoal
Pe. Clayton Sant'Anna, C.Ss.R.

Missionário Redentorista

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Artigos

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...