Por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário Em Artigos Atualizada em 05 ABR 2019 - 13H10

Por que, então, precisamos nos confessar com um sacerdote?

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A Igreja cultiva, por tradição recebida do próprio Jesus, o sacramento da Reconciliação. Esse sacramento, conhecido por muitos como confissão, consta, na verdade, de três momentos:

1) a tomada de consciência do pecado e o arrependimento;
2) a confissão propriamente dita diante do sacerdote;
3) o ato de louvor e reparação, que chamamos de penitência.

Foi Jesus mesmo que ordenou à comunidade que fosse a dispensadora do perdão, quando delegou aos seus apóstolos o poder de perdoar os pecados (Jo 20,23) e disse a Pedro que ligasse todos com o Reino dos Céus (Mt 16,19). Jesus sabe que o pecado tem sempre um caráter social e comunitário e, por isso, é preciso ter coragem e humildade para abrir nosso coração diante da comunidade, representada pela pessoa do padre.

Porém, o mais importante, quando fazemos algo de errado e que machucou a vida de alguém, é nos arrependermos e fazer o propósito de não mais cometer o mesmo erro. Obviamente, o arrependimento completo supõe que o erro seja reparado. Se você, por exemplo, inventou uma calúnia, não adianta arrepender-se simplesmente. É preciso, com coragem, retratar-se em público e dizer que aquilo que foi dito não é verdade. Esta é a parte mais difícil, não é? Mas é necessária! Do mesmo modo, se você ofendeu alguém com palavras e gestos, arrependa-se e procure a pessoa para pedir perdão.

Ou seja, recomeçar significa refazer os laços com aqueles que foram ofendidos. O arrependimento verdadeiro não pode ser só da boca para fora. Por isso não adianta confessar-se apenas com Deus. Seria muito fácil e descomprometido. Quando eu vou me batizar, para começar minha vida eclesial, eu não conto com a mediação sacramental do padre para que eu possa receber a graça do Espírito Santo? Assim, quando peco, eu também busco de maneira concreta o sacerdote para me ajudar a encontrar o perdão sacramental de meus erros e pecados.

Deus se ofende com nossos pecados, justamente porque Ele está presente em nossos semelhantes e sofre quando fazemos algo errado. O padre, nesse caso, é o mediador entre a pessoa que pecou e a comunidade que foi ferida pelo pecado. Não é o padre que concede o perdão, mas Deus. O padre é apenas um sinal visível de Deus e aquele que dispensa da graça sacramental em nome da Igreja.

O pecado é sempre algo concreto. Por que, então, queremos pedir perdão de forma abstrata? Não seria isso um pouco de covardia e medo de reconhecer nossas misérias? Além do mais, os padres não estão querendo saber a vida íntima de ninguém. Tanto que, além de ser feito em sigilo absoluto, a confissão não é uma história que vá ficar na memória do padre. Ele ouve, aconselha e perdoa.

Enfim, não tenha receio de confessar-se. Confie na graça de Deus e deixe que ele realiza maravilhas em você.


Escrito por
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Jornalista e missionário redentorista

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