“Feliz aquele cuja culpa foi cancelada e cujo pecado foi perdoado” (Sl 32, 1).
O Catecismo da Igreja Católica, na parte onde somos orientados sobre o Sacramento da Reconciliação, é observado no parágrafo 1451 que “entre os atos do penitente, a contrição ocupa o primeiro lugar. A contrição é ‘uma dor da alma e detestação pelo pecado cometido, juntamente com a resolução de não pecar novamente’”.
Leia MaisPor que devo me confessar no Natal?
Neste tempo do Advento, a Igreja Católica nos convida a nos preparar para o Natal de Nosso Senhor Jesus, e nesta preparação o Sacramento da Reconciliação é essencial para ter o coração leve e aberto ao perdão e ao amor ao próximo.
E dentro desse Sacramento tão importante, está o ato de contrição, oração católica que nos permite expressar o arrependimento por nossos pecados e nos redimir diante de Deus Pai.
A prece faz parte do Sacramento da Confissão e normalmente é rezada antes de recebermos a absolvição do Sacerdote. Mas também podemos orar antes de se confessar para nos ajudar a tomar consciência e reconhecer nossas falhas, e também após confessar, para render graças pelo perdão recebido.
E claramente, em qualquer momento do dia podemos fazer o ato para reconhecer nossas fraquezas, além do momento de contrição no Ato Penitencial na Santa Missa.
Por que rezar o ato de contrição?
Contrição vem do latim contristare, que significa “estar com tristeza”. E assim começamos a oração dizendo: “Ó meu Deus, lamento muito por tê-lo ofendido”. Aqui expressamos a Deus nosso sentimento de tristeza que flui de nosso reconhecimento sincero do pecado. Essa tristeza, que deve ser uma emoção enraizada no coração, é o primeiro passo para o perdão. De fato, sem essa resposta emocional de ofender a Deus, nunca nos preocuparíamos em confessar nossos pecados.
Depois de expressar nossa tristeza, então nos voltamos contra o próprio pecado, dizendo: “E detesto todos os meus pecados.” Em outras palavras, ninguém pode alcançar um compromisso acolhedor entre Deus e o pecado, tentando manter os dois como parte da vida de alguém.
Todo ato autêntico de contrição deve incluir uma promessa solene de parar de pecar. A forma tradicional tem as seguintes palavras: “Com firmeza, com a ajuda de Tua graça, resolvo não pecar mais e evitar as próximas ocasiões de pecado.”
“O arrependimento interior é uma reorientação radical de toda a nossa vida, um retorno, uma conversão a Deus de todo o coração, um fim do pecado, um afastamento do mal, com repugnância pelas más ações que cometemos.
Ao mesmo tempo, implica o desejo e a resolução de mudar a vida, com esperança na misericórdia de Deus e confiança na ajuda de Sua graça” — diz o Catecismo da Igreja Católica, nos parágrafos 1430 e 1431.
Somos todos pecadores, mas não somos condenados a continuar prisioneiros de nossos pecados. Jesus morreu para nos resgatar.
O ato de contrição permite que coloquemos nossos pecados aos pés da cruz, estando imediatamente ligado ao ato de fé, ao ato de caridade e ao ato de esperança, pois, ao pedir a graça do perdão, nós pedimos também a Deus — com fé e esperança — a força e a coragem de fazer penitência e não mais cometer essa falta.
“Eu vos digo: assim haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.” (Lc 15, 7).
Ato de Contrição Tradicional
Ó meu Deus, sinto muito por ter te ofendido
e detesto todos os meus pecados,
porque temo a perda do Céu e as dores do inferno,
mas acima de tudo porque eles te ofendem, meu Deus,
que é tudo de bom e merecedor de todo meu amor.
Com firmeza, resolvo, com a ajuda de Tua graça,
confessar meus pecados,
fazer penitência e alterar minha vida. Amém.
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