Por Dom Orlando Brandes Em Artigos Atualizada em 24 SET 2019 - 10H48

São Paulo VI e a paz

A paz é possível. Jamais a guerra. Esta é a voz profética e inesquecível do Papa São Paulo VI em favor da paz. “Não à vingança, sim ao perdão”, dizia.

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Durante seu pontificado, aconteceram grandes guerras, muita violência, guerrilhas, ditaduras. Lembremos algumas: a guerra no Vietnã, a Guerra Fria entre a Rússia e o Ocidente, a construção do muro de Berlim, a guerra na Irlanda do Norte, o Apartheid na África do Sul, as lutas do grupo E.T.A., na Espanha, em favor da criação do “País Basco”.

Além disso, ocorreu o assassinato do presidente John Kennedy, de Martin Luther King, do presidente Robert Kennedy, a explosão da bomba atômica na China, a guerra no Oriente Médio, as ditaduras e golpes no Brasil, Argentina, Chile, na Líbia, Nigéria, República Centro Africana.

O Papa São Paulo VI não se omitiu. Foi um verdadeiro profeta da paz, um místico do perdão, um anjo da reconciliação, uma voz em favor da fraternidade. Ele criou, em 1968, o Dia Mundial da Paz, que celebramos até hoje no dia primeiro de janeiro. 

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Seus escritos sobre a paz são verdadeiras obras de arte, de sabedoria, de coragem e de coragem profética. Costumava dizer: “a paz é um bem supremo, é o primeiro bem comum, uma aspiração universal, um ideal digno da humanidade, uma necessidade para o progresso, um dever universal e perene. Jamais a guerra, jamais a guerra. A paz é possível. É preciso querê-la, amá-la, produzi-la”.

“Não à vingança, sim ao perdão.” São Paulo VI

A paz está ameaçada, quebrada, sufocada, conforme afirmou São Paulo VI, porque somos orgulhosos, prepotentes, egoístas, vingativos, cruéis. Por isso, clamava em alta voz: “homens e mulheres: sede bons, sede civilizados, sede amigos, sede corajosos no perdão, sede gênios do bem, sede apóstolos da verdade, sede sensíveis aos abandonados, sede ouvintes dos gritos das vítimas, sede fortes na alma, sede puros de coração. Não à violência, sim à paz”.

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Ele não se cansava de proclamar que populações inocentes são vítimas de um jogo prepotente e cruel: crianças, mães, enfermos, idosos perdem a vida sem culpa, portanto são vítimas inocentes. Isso porque a violência é cega, astuta, insidiosa, iníqua, atroz, vingativa. O espetáculo de tanta dor, tantas lágrimas, tantas vítimas seja um estímulo constante para a superação das causas da guerra. Sim ao perdão, não à vingança.

Eis o brado incansável de São Paulo VI, que tanto acreditava na potencialidade humana para o bem, pois o ser humano nasce com uma bondade original por ser criatura de Deus Criador; e o cristianismo é um verdadeiro humanismo. Jesus, Salvador do mundo, veio nos humanizar. Nele, temos a garantia de um mundo novo, de um novo céu e uma nova terra. Ele derrubou o muro da inimizade e estabeleceu a paz na terra.

Escrito por
Dom Orlando Brandes (Thiago Leon)
Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Aparecida (SP)

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