É próprio do ser humano querer se comunicar, se expressar, se mostrar aos demais, pois somos seres relacionais, ou seja, precisamos do contato verdadeiro com os outros para a nossa própria realização.
Mas, nessa troca, algumas vezes parece que ultrapassamos alguns limites e acabamos nos afirmando por cima dos outros, ou sem levar em consideração as outras pessoas. Em nome de certa liberdade de expressão, podemos acabar ferindo muita gente. É preciso tomar muito cuidado com isso.
Todos conhecemos o ditado popular que diz mais ou menos o seguinte: “A minha liberdade termina onde começa a do outro”. Pensando um pouco, tenho que dizer que concordo com ele, mas não totalmente. Porque tenho a sensação de que, hoje em dia, essa necessidade de “respeitar” o outro em tudo é, muitas vezes, o que permite algumas distorções na noção de liberdade de expressão e do próprio respeito. Como assim?
A princípio parece ser um pensamento contraditório, porque como podemos respeitar o outro na sua liberdade de expressão e, ao mesmo tempo, não aceitar que essas liberdades firam os demais? A tarefa de conciliar essas duas realidades não é fácil e, se olhamos nas Sagradas Escrituras, podemos entender melhor a realidade à qual me refiro e também um caminho de saída.
Pensemos na passagem de Apocalipse: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”. Que amostra profunda de respeito, de espera. Podemos estar fazendo o que for dentro da casa, inclusive coisas ruins, mas Deus nunca vai arrombar essa porta. Vai estar sempre à espera de que abramos para que Ele entre.
Como conciliar isso com aquela outra passagem na qual vemos Jesus expulsando com um chicote os mercadores do Templo? Ou com as inúmeras vezes que o vemos Repreendendo, seja os fariseus, os escribas ou a pouca fé do povo? Será que é preciso saber quando ter respeito e quando não ter?
Talvez as palavras nos estejam traindo aqui. Respeito é preciso ter sempre, mas respeitos humanos não. Respeito humano é aquela atitude de não se posicionar contra algo errado, por medo de se expor como cristão ou de ferir a outra pessoa emocionalmente. E o critério para discernir o que está errado é a Verdade, que é o próprio Jesus.
Assim, quando vemos que supostas liberdades de expressão estão indo contra a Verdade, contra o amor, o bem e o respeito, não podemos aceitar simplesmente, mas é preciso posicionar-se, assim como Jesus o fez quando percebia que era necessário. Mas como não somos Jesus, devemos fazer isso sempre com a humildade de saber que podemos estar errados, e com a disposição de entrar em diálogo para que, juntos, encontremos a melhor saída para cada situação.
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